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    Caindo no vazio. Era assim que estava me sentindo agora, mas estava me sentindo bem também. Eu me sentia...viva...
As pessoas são atores que escondem sua alma nojenta. Sorrisos...amores... amizade...confiança... Todos eles são apenas mentiras para si mesmo. Eles não existem...

   Há um ano atrás eu tinha uma vida invejável, continha as melhores notas da escola, muitos amigos, um namorado incrível, uma casa grande e espaçosa, empregados que cuidavam de mim e da minha adorável irmã, pais doces e gentis conhecidos pelos seus grandes feitos cinematográficos. Era perfeita, até que...

-Filha, querida desce para ir provar seu vestido de aniversário... Chamou uma voz doce da parte de baixo do cômodo, e seus passos indicavam que a mesma se encontrara se dirigindo ao meu quarto

-Mãe...-a chamo manhosamente aparecendo na porta segurando um travesseiro contra o peito- Por que eu tenho que ir se ele tirou todas as minhas medidas...?

-Violet você está muito preguiçosa para o meu gosto. Anda, vai tirar o pijama e colocar uma roupa bem bonita. Sorriu gentilmente enquanto ajeitava elegantemente seu belo cabelo negro em um dos espelhos do corredor

-Mas mãe...-resmunguei novamente-não tem como ele vir aqui não...? Sabe...daqui a três dias é meu aniversário então poderia me dar um desconto? Insisto juntando as palmas da minhas mãos fazendo uma cara de cão pidão

-Certo. Vou pedir para o senhor Hall ligar para a loja. Mas você me deve essa. Sorriu e rapidamente desceu procurando a senhora Bennett na cozinha

-Você não presta mesmo... Debochou Laura se jogando na minha cama despreocupada o que me tirou um sorriso dos lábios logo me juntando a ela

-Já terminou de ler?-encaro seus lindos olhos azuis acizentados. Ah como são lindos- seus olhos são iguais aos da mamãe... que inveja...

-Deixa disso, seus olhos também são lindos e, falando sobre o livro é horrível! A personagem é muito sonsa e a história não tem emoção...

-É? Mas a sinopse parecia tão interessante...

-É verdade que não devemos julgar um livro pela capa mas dessa vez foi uma decepção. A ilustração é tão incrivel para uma história tão medíocre... Olhei para ela sorrindo gentilmente e aperto suas bochechas que se encontrara infladas

-Eu vou escrever a melhor história que você vai ler na sua vida toda

-Quero só ver...

-Senhorita Violet ele já se encontra presente. Anunciou Hall com sua postura rígida e formal na entrada do meu quarto. Conheço ele desde que eu me entendo por gente. Sempre manteve sua expressão rígida como um manequim sem ao menos mover um músculo da sua flácida pele

-Ah...obrigada Hall, o senhor ta dispensado

-Com licença senhorita Violet... Se retirou modestamente sem perder sua postura

     O homem chique que apareceu atrevidamente com seu bigode milimitranente alinhados que formava um gancho na ponta logo ajustando os últimos detalhes do vestido. Era rodado com o comprimento até a baixo dos joelhos azul escuro com detalhes perolados ao todo tecido. Mangas compridas de rendas e uma fita formando um laço na gola. Era lindo mas...não era o que eu queria

-Com licença vou acertar a conta com a sua  mãe... Se retirou em silêncio descendo aquelas enormes escadarias

-Pela sua cara você não gostou, certo? Comenta Laura entrando no quarto e se sentando na beira da minha cama

-Sabe...eu não queria uma festa "tradicional". Mamãe e papai convidou pessoas que eu nem conheço, além da música ser sempre clássica e olha esse vestido...é lindo, mas não pra mim. Eu queria uma calça rasgada e um blusão

-Sabe que eles nunca permitiriam isso.

-Sim e é por isso que eu faço isso em segredo...Vou até a escrivaninha e abro um fundo falso na gaveta tirando minha matrícula de várias aulas de luta

-Violet você é louca! C-como mamãe não descobriu ainda? Encarou a folha boquiaberta

-Troquei minhas aulas de violino, arte e equitação. Fala sério eu nem gosto de desenhar e não tenho talento nenhum pra isso por que me forçar a algo inútil? Dou de ombros logo guardando de volta em segurança

-Mas e os uniformes? Como esconde?

-Isso é fácil- caminho até meu baú enfim afastando o carpete peludo e abrindo uma pequena porta no chão tirando uma embalagem preta-eles nunca irão saber. Abro um sorriso sacana guardando novamente no chão

-Você é tão esperta. Não é a toa que o famoso Adam White é seu namorado. Vocês foram feitos um para o outro...

-Não fala assim é constrangedor. Pego um travesseiro jogando na cara dela. Tirei o vestido assim coloando outro, por fim Laura e eu fomos para a sala onde todos assistiam as notícias atentamente. E minha mãe tentava esconder sua preocupação na boa postura

-O que está rolando senhora Bennett...? Sussurro para a mais velha que me olhou espantada mordendo os lábios enfim se pronunciando

-Está tendo uma onda de sequestro. As vítimas mais famosas são adolescentes ou mulheres até trinta anos...

-Mas não tem o que se preocupar, o senhor Hall sempre me leva a lugares e me acompanha. Com ele eu estou protegida de várias coisas.

-Certamente senhorita... Sorri gentilmente se retirando para os afazeres da casa

  Já fazia algum tempo que essa notícia percorreu o país. Quem eram eles? O que eles faziam com as vítimas? E o por que deles estarem fazendo aquilo? Perguntas que nem mesmo os investigadores mais renomados conseguiu explicar

  E tão certo e cedo aquelas respostas seriam reveladas

  Não demorou muito para a noite cair. Mamãe e papai foram a uma festa de lançamento de um filme em que fizeram nos deixando aos cuidados das empregadas, na verdade da senhora Bennett que cuidara de nós  desde quando tínhamos cara de joelho.

    Laura e eu estávamos assistindo filme na tevê, os personagens eram estupidamente burros. Quem com sã consciência entraria em uma casa abandonada atrás de um serial killer para aumentar seu ego de coragem falsificada. É pedi pra morrer.

-Sua cara está muito engraçada. Fala a morena comendo o resto de pipoca que sobrara no pote

-Mas é claro, cara burro... Me levanto indo para a cozinha pra fazer mais pipoca. Encaro por um momento a janela que dava para o jardim principal. Não sei o por quê mas sentia que tinha alguém ali. Me aproximei lentamente com arrepios pelo corpo enfim chegando perto e abrindo o. Era o senhor Hall que estava conversando ao telefone. Sua postura e seus cabelos grisalhos envolvido por pequena quantidade de gel firmemente alinhado era reconhecível de longe. Mas com quem será que ele está falando? Família? Não. Lembro me de ter mencionado que não tem familiares. Amigos? Sem certeza já que o mesmo não sai em suas folgas. Então quem era...?

•MY NAME IS KILL• 《CREEPYPASTA》Onde histórias criam vida. Descubra agora