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Acordo com o estrondo de uma Barra metálica bater contra a porta da minha cela. Por algum motivo minha cabeça estava prestes a explodir

-Anda logo, a madame quer te ver rato de laboratório.- Ordenou um brutamonte logo pegando suas chaves e destrancando a porta. Fiquei um pouco confusa com o termo "madame". Será que ela iria me "comprar"?

Me levanto ajeitando o macacão sujo em seguida encaro minhas mãos imundas. Percebo que ao longo do tempo minha pele foi ficando pálida, efeito causado pela falta de sol e desnutrição, sem contar os experimentos medíocres que faziam. Para ser sincera, já estava me acostumando com a rotina. De segunda a quarta pelo menos cinco pessoas morrem ou por tiro ou mesmo porquê seu corpo já não aguenta mais aquele inferno e acaba por ceder enfim poder descansar. O resto da semana são de torturas tanto físicas como psicológica.

Fui caminhando pelo corredor escuro, muitas vezes empurrada por nada, apenas provocação

Entro em uma sala... limpa? Que novidade, não tinha cheiro de cadáver. Logo me direcionaram a uma mesa e prenderam meus pulsos na mesa com algemas. As portas então se abriram dando visão a uma mulher aparentemente quarenta anos, mas com uma pele impecável e seu corpo definido. Claro, cirurgia é tudo. Vestia um vestido colado no corpo com um sobretudo vermelho sangue. Assim como a sua boca cheia de botox. Tinha cabelo loiro e olhos verdes.

-Ora ora ora...é, nada mal...-Sorriu mostrando seus dentes clareados

-Então o que vai fazer?

-Você será a minha ratinha! Estou criando uma nova fórmula rejuvenescedora. E olha para essa pele, apesar de imunda ainda consegue ter uma beleza digna de uma bela morte-Se sentou em cima da mesa cruzando suas pernas levantando um pouco meu queixo para a luz à cima

-Ta impressionada que eu não preciso de seringas ou tirar partes do corpo para ser bonita? E que mesmo estando na merda consigo me destacar?-Sorri debochada- Nem que você nasça um milhão de vezes vai conseguir ter uma beleza natural. -Sou respondida com um forte tapa no rosto o que me fez rir ainda mais

-DO QUE ESTÁ RINDO?! ESTÁ VENDO ALGUM PALHAÇO AQUI?!-Berrou dando seus chiliques nos olhos, causada pela complicação nos nervos oculares. Aqueles gritos irritantes só me fizeram rir ainda mais da cara idiota dela-você é louca...

-SÓ AGORA PERCEBEU?! TUDO AQUI É UMA LOUCURA! DO QUE ADIANTA SE PLASTIFICAR SE NÃO VAI MUDAR NADA NA SUA CARA HORROROSA?!

-CHEGA! Resolveu me desafiar né...? Pois bem, não vou criar linhas de expressão discutindo uma coisa tão infantil. Sua mãe sempre foi a que se destacava mais no teatro. Era linda, cheio de vida e energia...Eu não pude pegar ela mas a sua filha, ha! Está prestes a virar pó para o rosto. Leve ela para o meu laboratório! Vamos ver quem vai rir por último...

-Encoste um dedo em mim que arranco essas unhas postiças...-Serrei os dentes a olhando mais desprezivelmente possível. Ah mas não me deixaria ser tocada por uma Barbie narcisista de alma podre.

Fui levada até outra sala imunda, com lôdo escorrendo por todas as paredes. Minhas mãos estavam roxas por falta de circulação. A noiva cadáver apareceu com uma tesoura e um bisturi. Não sabia o que ela iria fazer comigo, eu não iria me deixar assustar com aquilo. Porém, a porta é aberta bruscamente pelo Erick

-Tia Madalena!-A chamou arfando de cansaço com uma pasta preta em seus braços

-Seu estúpido! Não vê que estou ocupada agora?!

-É ele...está aqui agora...

-Não é possível...a chegada dele estava prevista para semana que vem. O que fez ele antecipar sua vislumbre visita...? -Erick me encarou engolindo o seco. Já estava para imaginar muitas coisas: tráfico de humanos, venda de órgãos ou coisa mais humilhante para uma garota aprisionada

-Foi ela. Não se sabe ao certo o porquê, mas tudo indica que teve alguma relação com o filho dele. -Meus olhos se abriram de surpresa. O pai do Alex estava aqui para ver minha desgraça. Então isso tudo é dele...não esperava menos do que o rei do submundo. Será que o Alex estava nesse esquema de experiências malucas também?

No fundo do fundo sentia que ele era inocente nessa história toda. Mas como inocentá-lo depois de ter feito tudo aquilo comigo.

Rapidamente minhas mãos são desamarradas e uma arma é apontada para minha cabeça. Um cara que misteriosamente apareceu atrás de mim ordenou que eu me levantasse e me dirigisse ao famoso corredor da morte. Fomos para um andar subterrâneo escondido por uma senha.

Chegamos em outra sala bem mais moderna e limpa com cheiro de lavanda. Havia uma mesa grande de vidro à minha frente e uma grande cadeira de couro preto.

-Me veio fazer uma visita senhor Jay? Olha, me surpreendi com esse hotel cinco estrelas- começo a falar para a cadeira virada que logo se virou mostrando o homem de terno totalmente preto.

-Prazer em te rever de novo Violet. Que bom que estão te tratando bem por aqui...

-Nem me diga, comida faltando dois dias para estragar, torturas diárias, uma ótima cama confortável e belas compainhas. Não posso dizer da minha pele que está incrivelmente hidratada e vitaminada.

-Eu sempre gostei do seu senso de humor. Mas enfim, vim terminar de cortar seu laço que tem com o meu filho. Sua presença só faz com que a rebeldia dele aumente. Portanto, já chega.- Se levanta caminhando em minha direção. Sua caminhada elegante e sutil fez dele um verdadeiro humano.

-Minha relação com o seu "clone" já era! Acabou! Foi para os ares. Aquele otário ainda vai me pagar assim como você!

-Não não não...aí no fundo sabe que ele não fez por mal, até porque ele tentou resistir te atacar, mas ainda é muito fraco. Por isso, vou acabar com suas memórias boas sobre ele. Quem foi Alex? Nunca fiz a menor idéia de quem ele seja...-Sua gargalhada ecoou pela sala limpa com cheiro de lavanda me dando arrepios. O cara que tinha uma arma apontada para minha cabeça a todo momento me prendeu em uma cadeira. O dedo do senhor Jay pousou em minha testa e eu senti meu estômago embrulhar e logo minha visão escureceu dando lugar a um breu

•MY NAME IS KILL• 《CREEPYPASTA》Onde histórias criam vida. Descubra agora