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- Há-há-há muito engraçada. Ouvi Zelena falar e revirei os olhos mesmo sabendo que ela não podia ver.
- Vai me ajudar ou não? Questionei.
- Vou. Ela falou simplesmente.
- Preciso que vá a farmácia e compre antitérmico infantil. Aliás, diga que precisa de tudo para uma criança e traga aqui. Falei depressa pois Emma estava tateando a cama e choramingando.
- Criança? Que criança? Ela questionou.
- Não interessa, só faça o que te pedi. E ande logo. Falei desligando mas ainda pude ouvir ela falando.
- Groooss...
Voltei para perto da cama e ela ainda queimava em febre.
- Gatinha. Falei me aproximando e Emma engatinhou em minha direção meio às cegas e só ai reparei que os olhinhos estavam fechados e remelentos.
“Eca”. Pensei e senti ela se aproximar do meu corpo mas na verdade não tinha nojo dessa remela toda.
Ela tremia e tinha a respiração forte, meio chiada.
- Você pegou muita friagem pelo jeito hein gatinha. Falei e levei a mão as orelhinhas felpudas dela.
Ouvi ela suspirar e abaixar mais a cabeça em direção a minha mão.
- ...jo...jo... Ela balbuciava baixinho e aparentemente delirando e apertando meu travesseiro num abraço.
A deixei descoberta mesmo vendo a pele se arrepiar mas não era bom cobri-la e aumentar a temperatura dela, que já estava alta pelo suorzinho que eu via sobre os lábios finos e na testa dela.
Depois de uns 20 minutos a campainha começou a soar insistentemente e eu desci depressa.
- Você vai me fazer ficar surda e estragar minha campainha desse jeito. Falei ao abrir a porta e deixar uma Zelena muito molhada – pois tinha começado a chover e eu nem tinha reparado – e com a cara mais brava do mundo.
- Aqui suas coisas. Ela falou me entregando umas três sacolas.
- O que é isso? Questionei e vi ela se encaminhar ao lavabo.
- Coisas de bebê. Não foi isso que você muito educadamente me “pediu” para comprar na farmácia? Ela falou alto ainda no lavabo.
- E o cupom está ai dentro e saiba que preciso do reembolso. Falou como se eu não fosse paga-la.
Abri as sacolas procurando pelo remédio e o encontrei embaixo de pacotes de fraldas, lenços umidecidos. Na outra sacola achei o termômetro – acho que era um termômetro pois era uma chupeta com um visor na frente – também embaixo de um pacote de mamadeira e umas três chupetas diferentes.
Na outra sacola eu achei uma pelúcia branca em forma de unicórnio e umas latas de leite em pó.
- É linda né? Ouvi Zelena questionar parada no vão da porta me observando.
- Eu não vou pagar por isso aqui. Falei balançando a pelúcia em sua direção.
- Você disse para comprar “tudo” para um bebê. E foi o que eu fiz. Ela falou cruzando os braços.
- Uma pelúcia se encaixa onde? Perguntei.
- Bebês gostam de brincar. Ela falou e deu de ombros.
- Ok. Falei para cortar o assunto.
- Achei que nunca mais ia falar comigo. Ela falou me olhando de lado e eu suspirei.
- Não ia mesmo mas era uma emergência. Falei a contragosto.
- Você precisa me ouvir Regina. Zelena falou.
- Não preciso não. Você me ajudou e eu agradeço mas agira eu gostaria que você fosse embora. Falei e ela me encarou.
- Porque sempre faz isso? Afasta as pessoas de você. Ela falou um tom mais alto.
- Talvez porque as pessoas não são CONFIÁVEIS! Falei alto e ela me encarou envergonhada.
- Eu não planejei Regina! Nunca me passou pela cabeça que ele fosse casado...nunca. ela falou triste.
- E isso é para ser alento para fato de quw fui traída? Perguntei me exaltando novamente.
- Não...ela falou com a voz fraca.
- O problema não é nem a traição dele mas a SUA. Gritei sentindo meu peito apertar.
- Como eu te contaria Regina. Ela falou apertando a testa.
- “Oooi Sis, tudo bem? Sabe seu marido então eu transei com ele sem saber que ele era seu marido, é sabe numa dessas noites em que ele viajava a trabalho para Boston.” Era isso que você queria? Ela questionou me olhando.
- Não sei Zelena mas de você eu esperava lealdade. Falei me sentindo triste.
E traída.
Meu olhar ficou vago e eu olhava para Zelena mas não a via na minha frente....
Eu descobri após uns dias da moete de mamãe que ela tknha algins segredinhos básicos, por exemplo uma outra filha que eu nem tinha ideia que existia e que ela tinha dado para adoção assim que nasceu. Depois de muito conversar com meu ex-marido fui atrás dessa irmã, encontrando-a em Boston - não tão longe de mim afinal. Ela ficou muito animada por em ter uma família e criamos uma amizade, e para ficarmos mais próximas ela veio para Storybrooke, já que não tinha família em Boston. Nós éramos muito diferentes tanto fisicamente quanto em personalidade, eu era mais fechada e ela muito expansiva – talvez ser criada longe de Cora tenha esse efeito. Quando ela se mudou marquei um jantar para apresenta-la a Robin e digo foi implicância a primeira vista...depois desse dia Robin começou a falar mau de Zelena e Zelena não ia casa quando sabia que ele estava.
Mas como o destino gosta de brincar conosco em uma noite que Robin estava numa de suas viagens eu tinha chamado Zelena para jantar comigo só que ele voltou antes e como eu queria que eles se dessem bem e parassem com a implicância, insisti para que jantássemos todos juntos. Quando terminamos sai por algum motivo e quando voltei Robin apertava o braço de Zelena com força e a ameaçava sobre contar o “pequeno segredinho sujo” deles e depois falou como poderiam se divertir ainda mais agora que ela estava tão próxima.
Minhas pernas tremeram e meu coração se partiu ali. Após esse fatídico episódio eu me separei de Robin e nunca mais falei com Zelena.  
Até hoje.
- Eu me culpo dia e noite Regina por não ter sido sincera com você mas eu não queria ser a pessoa que te magoaria. Você é a minha irmãzinha e eu amo você. Mesmo você não acreditando. Zelena falou.
- Amar é uma palavra tão vazia agora. Falei alto e quase gritando.
- Pare Regina! Ela gritou e começou a chorar.
Ouvi o som de algo caindo no andar de cima e subi a escada correndo com Zelena atrás de mim.
- Emma. Chamei assim que entrei no quarto.

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