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Em algum ponto entre Emma melhorar a ponto de dormir e agora, eu dormi. 
Meu corpo estava dolorido e minha cabeça estava apoiada em algo fofo e com cheiro de...cheiro de bebê.
Abri os olhos e estava em meu quarto deitada no travesseiro que Emma tinha .
Sozinha.
Nada de Zelena e Glinda.
E mais assustador ainda, nada de Emma !
Levantei de uma vez e olhei ao redor, nada.
Desci as escadas devagar e parei ao ouvir vozes.
Ufa.
Dei um passo e fiquei na porta, observando a pequena parada de costas para mim. Usava a mesma fralda de ontem e a camiseta – que estava enrolada nas costas mostrando a bundinha dela.
- Porque está chorando? Glinda questionou e só ai reparei que abaixo do som das vozes havia um miadinho baixinho. Um chorinho.
Ela se virou me olhando com os olhos e as bochechas vermelhas e úmidas pelas lágrimas, mas ao m ver deu um sorrisinho tímido.
Veio para perto de mim e tive que baixar olhar para vê-la me observando também.
Parecia feliz em me ver.
- Didina. Falou e abraçou minhas pernas, passando a cabeça de um lado a outro como um gatinho faria...hahaha afinal ela era uma gatinha, não é?
- Didina? Hahahahahahahahahaha Zelena riu de perder o fôlego.
- Eu já gosto dela. Você não gosta que te chamem de Gina ou Rê. Ela completou e voltou a rir.
Revirei os olhos.
Didina era melhor que ela ficar calada e se eu falasse “não me chame assim e ela ficasse chateada e se calasse novamente?”. É melhor deixar ela falar como quiser.
Fiz uma careta para Zelena e Glinda me sorriu, já que estava nos observando; afaguei as orelhinhas de Emma, fazendo ela ronronar com o toque.
- Porque ela não me deixa passar a mão nas orelhinhas dela? Zelena falou.
- Ela precisa confiar em você totalmente para aceitar que você faça isso querida. Glinda falou a Zelena que fez um biquinho chateado.
Hummmm ai tem coisa. Pensei mas não falei nada.
- Bom dia Emma. Bom dia Zelena e Glinda. Falei e tentei dar um passo mas a gatinha estava agarrada as minhas pernas; então a peguei nos braços. Senti ela tremer e a fralda gelatinosa.
- Eu a trocarei e já volto. Falei saindo da cozinha e subindo com Emma para o quarto.
- Eu vou trocar você agora mas depois vamos tomar banho, ok. Falei e ela continuou me olhando sem responder e senti ela tremer um pouco.
- Está tudo bem Emma...a Didina só vai trocar você. Falei torando a fralda dela e pegando lenços umidecidos para limpa-la e quase chorei com o que vi.
Ela estava assada ! A bundinha e a...a...a (como eu chamo?).
Por isso o choro.
Levantei e levei até a pia no banheiro. Liguei a torneira.
- Eu vou lavar pra parar de doer a florzinha e o bumbunzinho. Falei a ela que ficou me olhando em expectativa. Lavei o mais suavemente possível a parte assada. Ela chorou mas não se afastou do meu toque.
- Shhhhh já vai passar. Falei afagando as costinhas dela.
Voltei para o quarto e a sequei. Estava muito vermelho mesmo então não coloquei fralda e procurei pomada para assadura em todas as sacolas e nada.
- Venha gatinha. Falei e a peguei nos braços.
Chegando na cozinha vi Zelena e Glinda falando baixinho e pertinho uma da outra.
Hummmmmm.
- Emma está assada e não tenho pomada. Falei indo até os armários.
- Isso explica o choro. Glinda falou pensativa.
- O que procura? Zelena questionou ao me ver revirar os armários.
- Achei. Falei com uma caixa de Maisena na mão e vendo a cara das duas de “E daí?”.
Sentei em uma das cadeiras e deitei Emma sobre a pernas, subi aa camiseta dela.
- Pode colocar um pouco de Maisena na minha mão por favor. Pedi a Zelena que assim fez. Passei em toda a florzinha e no bumbum dela.
- Prontinho. Falei deitando ela em meu braços.
- Não sabia que maisena servia pra isso não. Glinda falou.
- Me lembra de não pedir maisena emprestada pra você quando eu for fazer bolo. Zelena falou.
Revirei os olhos para ela.
- Com fome gatinha? Perguntei a menina ainda deitada em meus braços parecendo confortável.
- Deve estar Regina, por causa dos remédios. Glinda falou e eu concordei.
- Nós arrumamos uma mamadeira pra ela antes de você descer mas ela não quis aceitar. Glinda falou e me entregou a mamadeira.
- Leite puro? Questionei.
- Sim. Ela respondeu simplesmente.
- Olha o que eu tenho pra você. Falei mostrando a mamadeira e ela levou as mãozinhas querendo o objeto.
Sorri e coloquei o bico na boca dela; Emma  grudou as mãozinhas sobre o meu braço próximo a mão que segurava a mamadeira – uma mãozinha do lado esquerdo e a outra do lado direito – e ficava forçando as mãozinhas com as garrinhas a mostra como se isso fizesse o leite descer mais rápido para o boquinha dela; e ela mamava rápido quase perdendo o fôlego ao puxar o leite e engolir.
- Tranquila, shhhi. Não vou tirar o seu mamá até você acabar. Falei e ela acalmou um pouco.
- Porque ela faz isso com a mão? Questionei a Glinda.
- Porque ela é “filhote” e pensa que a mamadeira é o peito. É assim que os filhotes fazem, eles fazem um pouco de sucção e depois de um tempo o leite flui e eles só ficam dando esses estímulos e mamam tranquilamente. Glinda falou e Emma deu um chiadinho ao que o leite acabou na mamadeira.
- Tem gente com fome ainda. Zel falou me passando metade de uma mamão num pratinho e uma colher.
Passei a colher tirando um pedaço e comi sendo observada por dois olhinhos verdes.
Tirei outro pedaço e levei a boca dela. Emma aceitou mas assim que mastigou fez tanta careta mais tanta careta que achei que a parte dela estava estragada, então comi mas estava boa.
Ela continuou me olhando e ofereci mais um pedaço do mamão, que ela aceitou mas fez careta novamente.
Olhei para as outras duas que observavam Emma com sorrisos no rosto.
Ela era fofa. Uma gatinha fofa.
- Ela não deve estar acostumada com o gosto e a textura do mamão Regina mas se não estivesse gostando ela não estaria comendo.
- Se você diz. Falei e voltei a comer intercalando com Emma as colheradas.
Depois do mamão eu peguei duas torradas, dei uma para Emma e coloquei café com leite numa xícara para mim.
Emma ficou me olhando com a torrada segura numa mãozinha e quando passei um pouco de geléia de morango na minha e levei a boca a boca dando um mordida; um minuto depois vi uma torrada ser colocada em frente ao meu rosto.
- Quer geléia também? Perguntei e passei um pouco na torrada dela.
Emma então levou a torrada a boca e deu uma mordidinha pequena, arregalou os olhos e voltou a comer. Deixei ela se divertir com a torrada e dei atenção ao meu café da manhã.
Vi metade da torrada ser colocada em frente ao meu rosto novamente dessa vez toda lambida “limpa” da geléia.
- Mais? Questionei a pequena no meu colo.
- Maaaaais...ela repetiu parecendo um miado.
Passei mais um pouco e devolvi a torrada a mãozinha dela, que se aconchegou no meu corpo e voltou a comer.
- Ela gosta de você Regina. Glinda falou e Zelena concordou.
Eu só sorri.
Ah tempos não tinha um café da manhã tão bom.

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