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Após esclarecer que a gatinha ficaria comigo, Glinda fez “a pergunta que não quer calar”.
- Emma, onde está sua mãe?
- No téu! A menina disse apontando os dedinhos para cima e depois se calou.
- Ok, depois falamos disso. Falei ao ver a carinha de dó de Emma.
- Então essa titia te deixou lá e foi embora? Zelena questionou dando o potinho de tictac na mão dela.
- Como fala? Questionei e a gatinha ficou me olhando com cara de não entendi.
- Quando alguém de dá alguma coisa você agradece e fala “obrigada” LittleCat.
- Odada liteti. Ela falou sorrindo e Zelena sorriu para ela.
- De nada. Zelena respondeu e Emma continuou a falar.
- Titia disse pa-pateá e até tolocou as toisas de Emma lá, disse apontando para a mochilinha, correu abraçando-a e voltou, sentando no sofá abrindo a mesma.
Ela olhou rapidamente para dentro da mochila e começou a chorar, nos assustando muito.
- O que foi gatinha? Questionei indo até ela e a pegando no colo mas ela só chorava e apontava para a mochilinha.
- Zel, por favor sobe e pega um ursinho e uma mamadeira na no meu quarto. Falei rapidamente ao lembrar que já tínhamos mexido ali.
- Me ajuda? Zelena peeguntou a Glinda e elas subiram depressa, voltando logo.
- Olha que a Zel e Glinda trouxeram pra você bebê. Falei alto e Emma olhou para trás com os rostinho vermelho pelo choro.
- Teeedy! A menina deu um gritinho apertando o urso contra o peito.
- Oooown fizemos as três mulheres olhando a cena.
- Que lindo esse ursinho Emma. Glinda falou e Zelena e eu a olhamos em dúvida pois o ursinho estava no mínimo “usado” mas Emma concordou sorrindo e parando de chorar.
Zelena deu a mamadeira com os desenhos desbotados pelo uso a ela ela, que pegou nas mãozinhas sorrindo feliz e depois me mostrou a mamadeira.
- Você quer leite?
- Miaaaau. Responde como um miado fofo. 
- Ok, vamos preparar uma mamadeira então. Que tal com canela e um pouco de açúcar? Falei e a coloquei no sofá e sai.
- Canela? Perguntou atrás de mim e mostrou a perna.
- Não essa canela gatinha, essa. Mostrei o potinho com a canela em pó e coloquei na mesa e me virei para colocar o leite no micro-ondas.
- Aaatchim. Ouvi ela espirar e a olhei.
- Hahaha você sabia que a curiosidade matou o gato? Falei e a peguei nos braços para levar para a pia. Emma tinha destampado o potinho de canela e dado ima boa fungada lá dentro e espirrado obviamente – tinha canela no rosto dela inteiro.
Limpei ela do melhor jeito possível e o microondas apitou.
- Piiiii. Ela imitou e se remexeu nos meus braços para descer e assim que os pezinhos bateram no chão ela correu para frente do micoondas.
- Mamá! Mamá! Mamá! Ela dava gritinhos animados e pulava e quando cheguei perto ela me agarrou pelas pernas se apertando em mim.
- Hahaha calminha gatinha. Deixa eu pegar a mamadeira.
- Mamá! Falou e estendeu os bracinhos, pedindo colo.
- Zelena? Chamei.
- Pois não. Falou chegando a cozinha arrumando os cabelos. Olhei sem entender mas não falei nada, Emma estava quase me escalando.
- Pode pegar Emma um minuto por favor, preciso tirar a mamadeira do micro-ondas e ver se não está quente demais.
- Vem com a titia Zel. Minha irmã falou e pegou Emma, se afastando de mim.
- Nããããããu. Didina. Didina. Nãããu! Emma começou a gritar e chorar.
- Pega ela Regina ! Zelena deu um gritinho e voltou correndo para meu lado, quase jogando Emma nos meus braços.
A menina assim que se viu comigo começou a ronronar passando o rostinho molhado no meu peito.
- Shhhhi. Shhhi. Pronto. Faava enquanto ninava ela pela cozinha e ela foi parando de chorar mas ainda fungava e suspirava.
- Toli-Toliiiiinho Didina. Falava manhosa quase miando mesmo.
- Pelo jeito eu não tenho o melhor colo. Zel falou e deu de ombros e saiu, me entregando a mamadeira antes.
Segui para a sala e Glinda olhava Emma sem parar.
- É um jeito interessante de tomar leite. Zelena falou olhando para a pequena também.
Sentei na poltrona com Emma no meu colo. Não me lembro de ser tão próximo a alguém desse jeito, com toda essa... necessidade, é necessidade era uma palavra boa.
- Vamos lá, tome esse leite quentinho kitten. Falei já levando o bico à boca dela; que abocanhou o bico de borracha o prendendo entre os lábios rosados, sugando o leite devagar e me observando com olhinhos verdes. Abraçou o urso Teddy e se aconchegou ao meu corpo, uma mãozinha agarrada a minha blusa e as perninhas abertas, toda largada.
- Uma pequena folgada não Sis? Hahahaha Zelena falou rindo.
- Deixe-a Zel. Estamos numa manhã muito agitada hoje pelo jeito. Falei fazendo carinho na cabeça loira dela. Zelena riu pois nina revirou os olhos apreciando o carinho e o leite quentinho, e depois os fechou.
- Qual será a idade dela? Questionou Zelena.
- Emma? Chamei e ela abriu os olhinhos sonolentos.
- Quantos anos você tem? Perguntei, pois também queria saber.
Ela continuou com a mamadeira na boca mas parou de mamar por um instante para mostrar a mãozinha aberta e voltou a sugar o leite.
Olhando a menina não parecia que ela tinha cinco anos. Pensei comigo mesma.
- Ela dormiu Sis. Zela falou e eu olhei a menina ressonar baixinho.
- Melhor levá-la para a cama, ela descansar e você também. Glinda falou.
- Vou leva-la para o quarto. Falei mas não conseguiria levantar sem acorda-la então Zelena a pegou e tentou subir com ela mas Emma acordou.
- Estou aqui...falei passando a mão nas costas e pegando a gatinha adormecida em meus braços, sentindo ela se aconchegar mais e subi para o quarto.
No quarto de hóspedes coloquei a menina suavemente no colchão macio e ela não acordou.
- Sono pesado hein pequena! A cobri com o edredom.
- Bons sonhos Emma! Disse já saindo e segui de volta a sala.
Emma dormiu praticamente o dia todo - mas se alimentou pois eu dei mamá a ela, que mesmo dormindo tomou todo o leite - enquanto Zel, Glinda e eu conversávamos, tenho que confessar que era ótimo poder falar com minha irmã sem o fantasma do nome do “falecido” nos afetasse.
Melhor deixar o passado no passado. Pensei.
Era noite e já estávamos deitadas – Zel resolveu dormir aqui em casa com a desculpa de que talvez eu precisasse de ajuda com Emma mas eu sabia que ela não queria ir com medo de que eu voltasse a não falar com ela.
.....
Pov Zelena
Acordei de madrugada pois tinha o sono leve e ouvi gemidos e frases no quarto ao lado e sabia que era Emma, pelo jeito a menina falava dormindo.
Resolvi dar uma olhada nela.
Ao chegar ao quarto a loirinha dormia mas era um sono agitado falando vários “não e me tolta”.
- Ei Emma, acorde. Falei sacudindo o ombro pequeno dela.
- Anjinho? Ela perguntou sonolenta.
- Não pequena, sou eu Zelena. Está tudo bem? Passei a mão nos fios macios do cabelo da menina encontrando as orelhinhas de gato agitadas na cabecinha dela.
- Sonho mau. Disse começando a chorar.
- Não chore. Você quer que eu fique aqui até você dormir de novo?
- Anjinho ? Perguntou novamente mas acho que era o sono falando por ela.
- Que tal um leitinho morno? Ofereceu tentando tirar o foco da menina.
- Letinho? E...e anjinho? Ela perguntou fungando.
- Vamos à cozinha comigo preparar? Perguntei para ver se ela despertava e esquecia o pesadelo.
- Uhum. Respondeu e engatinhou sobre o edredom para ir aa beirada da cama, a coloquei no chão e vi ela limpar o rosto com a manga da blusa. Segurou minha mão e descemos até a cozinha para preparar o leite.
Emma ainda que ainda fungava mais havia parado de chorar.
Após o leite estar pronto puxei uma caneca para colocar o mesmo; Emma me encarava com olhos verdes úmidos pelo choro recente.
- Onde esta aquela mamadeira bonita? Acho que você quer o seu leite lá não é mesmo? Perguntei e recebi um sorrisinho em troca.
- Ter. Ela respondeu e foi até a pia buscar o objeto que estava por cima , me entregando. Coloquei o leite com uma pitada de canela, espero que o leite a acalme.
- Vamos subir? Falei assim que terminei de ajeitar a cozinha e estava com a mamadeira em mãos.
- Uhum. Respondeu segurando minha mão novamente.
Subimos as escadas e segui para o quarto de hóspedes onde ela dormiu, mas a menina parou no meio do caminho.
- Anjinho agola? Questionou.
- Ohhh...veja. Não sabia o que ela queria.
-Emma, eu não estou entendendo sobre esse anjinho. Foi no sonho que você viu anjinhos? Perguntei.
- Nããããoo! Anjinho de Emma! Falou fazendo uma cara fofa de contrariedade.
Ficou me olhando e depois se encaminhou para a porta do quarto de Regina, parou em frente à porta com a mãozinha na maçaneta.
- Você quer Regina? Questionei.
- Uhum. Balançou aa cabeça freneticamente.
- Você curtiu a minha irmã hein. Veremos o que ela diz disso. A mais velha disse seguindo a menina para dentro do quarto.
Regina dormia serenamente em sua grande cama.
- Anjinho? Emma chamou baixinho.
- Anjinho? Ela colocou a mãozinha sobre o rosto de Regina e nada.
- Acho que ela não vai acordar Emma. Quer ficar lá no quarto comigo? Chamei indo até a porta.
- Nãããããooo! Té anjinho. Falou com voz de choro.
- Ok. Deite-se ai então. Falei e coloquei Emma na cama junto a Regina, puxando um pouco o edredom até que a menina estivesse embaixo do mesmo.
- Aqui seu leite. Dei a mamadeira a menina. 
Emma por sua vez colocou o bico de borracha na boca e começou a sugar o leite, a mãozinha que não estava segurando a mamadeira foi até o cabelo de Regina e começou a passar os dedinhos em uma mecha de cabelo preto.
Regina virou um pouco e ainda dormindo agarrou a cintura da menina,a prendendo em seus braços.

A menina suspirou, não se importando de jeito nenhum com o contato, parecia feliz ali, nos braços de Regina enquanto sugava o leite quentinho da mamadeira.
Sorri.
Regina teria uma surpresinha quando acordasse. Pensei e sai do quarto, deixando as duas aconchegadas uma na outra.

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