Dia "Normal"

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   Acordei. Me arrependi de ter dormido tarde na noite passada. A preguiça me possuía. Eu não queria levantar, mas precisava ir para a escola se quisesse um futuro descente.
Sentei na cama. Cinco longos minutos olhando fixamente o chão, respirando fundo e criando coragem para levantar para mais um dia "normal" da minha vida.

   Levantei. Fui até o banheiro e tomei um banho não muito demorado. Os pensamentos estavam na escola e nas coisas que eu tinha por fazer.

   ⎯ Merda! Esqueci de fazer a lição de Química. ⎯ Disse a mim mesma enquanto percebia o quão burra eu era por esquecer algo tão importante.

   Saí do banho. Escovei os dentes e coloquei um moletom, calça jeans e meu parceiro de todas as horas, meu converse.

   Joguei os cadernos na mochila, peguei meu celular, coloquei meus fones de ouvido e sai de casa sem comer nada. Nem fome eu tinha ultimamente.

  Minha casa não era tão perto da escola, mas também não era tão longe. E eu fazia, todos os dias, o mesmo caminho, sozinha e a pé.

   Durante o percurso eu gostava de me  atualizar das redes sociais, saber o que as pessoas famosas estavam fazendo. E também de ver as fofocas no grupo da escola. Eu adorava, mas não mandava nada lá, não me sentia confortável e nem amiga de nenhum dos integrantes.

   Minha rede social favorita é o Instagram. Os stories dos meus ídolos me animam diariamente. Menos os de Simón. Simón só sabe falar da sua namorada, Karolina. ⎯ Bleg. ⎯ Odeio essa garota. Odeio não. Não gosto. Acho que não sou capaz de odiar ninguém.

   Simón postou uma foto junto de Karolina e Ruggero.

⎯ Vish. Como consegue ser tão cego? ⎯ Eu resmungava sozinha enquanto caminhava até a escola.

   Ele subiu a mesma foto em seu story. Eu poderia ser uma boa fã e dizer: Eu não confiaria tanto nesses dois.

   Mas eu sou apenas eu, então eu fui sincera até de mais, e respondi:

Respondeu ao story dele

Gado de mais. Abre o olho!

   Óbvio que ele não iria responder, nem ao menos veria a mensagem, eu enviei sem medo e com a certeza de que nunca seria respondida. O que tinha demais em dizer a verdade?

   Desliguei o celular e o guardei no bolso. Cheguei na escola.

⎯ Bem vinda de volta ao inferno. ⎯ falei sozinha e adentrei os portões daquele lugar que eu tanto odiava.

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