↻ 01 | grande jogo

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Notas

Gente, antes de tudo leiam as informações, é super necessário para entender algumas coisas da história!

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Narração

Sabina apertava os dedos contra os pompons vermelhos em suas mãos com força e uma aflição incomum, embora não demonstrasse o quanto estava apreensiva por dentro. As cheerleaders ao seu lado gritavam incontrolavelmente, enquanto ela apenas mantinha uma postura dura, observando cada movimento minimamente calculado, os braços cruzados e os olhos estatelados, esperando que Pepe, seu namorado e responsável pela última jogada decisiva da partida contra os Lakers, não fizesse uma grande merda e estragasse a única coisa com que ela ainda se importava naquela faculdade: o time.

O grande jogo marcava o início do novo semestre. Faltavam poucos minutos para terminar a partida agora e os Falcons dependiam de apenas de uma única jogada perfeita de Pepe para alcançar a vitória. As pessoas nas arquibancadas estavam tensas, esperando pelo ponto a ser marcado. Entretanto, a tensão na sua maioria não se dava pelo jogo em si, mas sim pela festa que rolaria na casa dos Ômega caso ganhassem a partida.

Os Ômega eram de longe os responsáveis pelas melhores festas do campus e não havia uma só pessoa que não gostaria de fazer parte delas.

De repente, tudo pareceu se mover em câmera lenta, como em uma cena clichê de um filme de colegial, que aliás, Sabina odiava. Os olhares ansiosos acompanhavam o pequeno objeto que parecia tão mais valioso naquele momento. A bola atravessou o campo com o movimento realizado com maestria e a vibração foi gigantesca quando o ponto foi marcado e o apito definiu o fim da partida.

Todos comemoraram como se aquela fosse uma grande final de um campeonato importante. Os jogadores se cumprimentando, as cheeleaders vibrando e a "estrela" da partida acenando para quem assistia como se fosse alguém muito importante a ser venerado. Pepe sorriu quando avistou Sabina no meio das líderes de torcida e correu até ela, sabendo que arrancaria o olhar de todos, afinal, esse era o papel do casal mais importante da USC, ser aclamado.

A garota sorriu de volta e suspirou levemente quando seu namorado lhe roubou um beijo quase desesperado. Qualquer um diria facilmente que era o beijo mais apaixonado do campus, embora Sabina tivesse a consciência de que Pepe sempre nutriu uma grande necessidade de chamar atenção, e era esse o único motivo para agir de tal forma. Mas de qualquer modo, se deixou levar. Aquele era um momento importante para seu namorado, e ela deveria apoia-lo, como sempre fazia.

- Parabéns pela partida, Pepe, você foi incrível. Aliás, sempre é.

Pepe apertou a cintura de Sabina contra si, satisfeito com suas palavras, mas quando se desfez do abraço e percebeu que os olhares já não estavam mais neles e sim no pequeno pedaço de pano que subia pelas pernas de Sabina, seu sorriso se desfez e ele percorreu os olhos por seu corpo exposto.

- Ainda acho essa roupa muito curta. - sussurrou no ouvido da garota, forçando um sorriso para não parecer rude demais aos olhos que estavam sobre eles.

Sabina suspirou, passando na mente o quanto seu namorado era inacreditável.

- Agora não, Pepe. - ela disse de volta, entredentes e forçando um sorriso igualmente ao dele. Abraçou a cintura do namorado e se permitiu ser levada por ele até o meio do campo, onde se pôs a cumprimentar seus amigos e parabenizar pelo empenho.

Já era fácil para Sabina manter o fingimento e a todo momento ela tentava se lembrar de quando e se seu relacionamento já havia sido saudável algum dia. A verdade é que ela nunca o amou tão fortemente. Apenas ficavam bem juntos, tinham uma química boa e se eram muito parecidos quando o assunto era extravasar, mas era só isso. Já era quase como uma obrigação eles ficarem juntos porque era isso que todos esperavam, além de é claro, estarem acostumados com a terem um ao outro.

Isso de certa forma doía. Sabina queria amá-lo e queria que ele a amasse também, ou ao menos gostaria de ser respeitada, minimamente que fosse.
Mesmo, assim, mantinha os pés no chão por saber que isso jamais aconteceria, e na verdade não importava. Eles continuariam sendo a referência de casal para todos de fora e a própria destruição um para o outro por dentro. Sabina não podia deixá-lo, conhecia ele a tempo suficiente para saber que ele precisava dela, precisava ter alguém com quem contar no fim do dia, e esse alguém sempre seria ela, independente do que acontecesse.

 Sabina não podia deixá-lo, conhecia ele a tempo suficiente para saber que ele precisava dela, precisava ter alguém com quem contar no fim do dia, e esse alguém sempre seria ela, independente do que acontecesse

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𝑮𝑶𝑶𝑫 𝑭𝑶𝑹 𝒀𝑶𝑼, 𝑢𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎𝑙𝑔𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora