Capítulo 04

25.1K 2.4K 2.7K
                                    

B L U E

Diana chorou no meu ombro.

O que fodeu a merda toda, já que eu estava ali para tentar transar com ela, e não disponibilizar meus ombros para conforta-la. E, antes de me chamarem de egoísta e interesseiro, após ver aquele nerd imbecil a trocando no meio da festa por uma garota baixinha e sem graça, não tive muita opção a não ser bancar o cara amigável e enxugar suas lágrimas.

E agora, pensando bem, até que foi bom. Até que eu fui muito bom. Demonstrei o meu valor e provei que sou um cara muito melhor que aquele idiota do Logan. Com isso, posso tirar um ótimo proveito dessa situação.

Além de ter conquistado a confiança de Diana - admito que é mais fácil transar com alguém comprometida quando o namorado é um tremendo babaca, facilitando a minha quase inexistente integridade - , nem precisei provar que Logan não presta, já que ele mesmo fez isso, e assim, estou mais perto de conseguir o que eu quero. Sexo.

Não que eu seja um desesperado ou a porra de um ninfomaníaco, mas, sejamos sinceros, ter vontade de transar com uma pessoa e não poder é uma das maiores - se não for a maior - e pior, tortura de todas as outras existentes.

— O que está acontecendo? — Shelley desgruda seus lábios dos meus e me encara com um semblante decepcionado, enroscando seus dois braços no meu pescoço — Você parece desanimado. Mal está me beijando.

— É por que você beija mal — sussurro, mas ela está sentada no meu colo e está tão próxima de mim que acaba escutando.

— Blue!

Sua expressão é de completa chateação. Eu fecho os olhos ao escutar a sua voz alta de indignação e antes que ela se levante e vá embora, eu a puxo de volta para mim.

— Ei, Shell — toco na sua cintura, seu ponto fraco — Tô brincando, relaxa.

— Você é um idiota.

— E você continua aqui, com o idiota — zombo, abrindo um meio sorriso.

A garota me olha desconfiada e sei que se eu começar a insistir mais um pouco, ela vai ceder. No entanto, eu estou mesmo desanimado. E já fiz sexo com a Shelley diversas vezes que não quero repetir a dose de algo que eu já conheço.

Quero novidade.

Quero Diana.

— Quer saber? — a garota vai em direção à porta do seu quarto e abre, praticamente me expulsando de lá — Vá embora e apenas volte aqui quando estiver menos babaca.

Eu balanço a cabeça vagarosamente e mordo meu lábio inferior, analisando a seriedade de sua voz.

— Tá legal — me levanto e ando até ela, sem saber se um beijo na bochecha agora seria aceitável ou não. Resolvo apenas soltar uma piscadela, e saio pela porta — Até mais.

Ela não responde e eu não me surpreendo, porque não estava esperando uma resposta.

Passo pelo corredor de sua casa e vou até a porta da saída, que sei exatamente onde fica. Depois, entro no carro emprestado que peguei do Nate para vir até a Shelley em busca de um fim de tarde agradável - que, perceptivelmente não rolou - e giro a chave, ligando o automóvel e maneando a embreagem, com intenção de voltar para a minha casa.

Hey Blue Baby (COMPLETO NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora