Capítulo 07

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D  I  A  N  A

Cruzo os braços e encaro chateada o meu pai de cima a baixo, enquanto ele está tranquilamente sentado de frente à mim, tomando seu café forte em sua xícara preferida dos Beatles.

— Pai...! — insisto, tentando pela milésima vez fazer com que ele me deixe ir ao jogo de hoje mais tarde — Todo mundo vai!

— Você não é todo mundo — provocou, de propósito.

— Por favor! — imploro — Eles vão jogar contra os Eagles, eu não quero perder isso. Além do mais, uns amigos meus são do time — penso em Blue — Eu prometi que iria.

Bom, eu não prometi exatamente. Mas disse que já tinha comprado o ingresso e que estaria lá, então, é praticamente quase a mesma coisa.

— Amigos? — me olhou desconfiado — Amigos homens?

— É, amigos homens.

— Diana, querida... — ele riu — Eu não quero ser rude, mas, nenhum garoto está interessado na sua amizade. A não ser que a palavra amizade esteja tatuada na sua bunda.

Arqueio as sobrancelhas surpresa pelo comentário inesperado e atrevido que o senhor Dave acabou de fazer.

— Digo isso porque eu sou homem e já passei por essa fase — completou — E, infelizmente, é assim que a mente dos homenzinhos funciona. São movidos pelos seus hormônios e pelos seus p...

Faço uma careta e antes que ele resolva continuar, levo as mãos até os ouvidos, o interrompendo:

— Tá legal, já entendi.

Meu pai então sorri e concerta o óculos de grau, voltando ao foco da conversa:

— Querida, eu prometi a sua mãe que não deixaria você sair. Ela parecia uma fera quando me contou que você foi à uma festa em plena terça-feira, voltou chorando e ainda se atrasou no outro dia para a faculdade.

Cruzo os braços, injustiçada.

— Ela me obrigou a prometer que eu iria deixar você de castigo.

— Eu tenho dezenove anos — justifico, ao julgar que a última vez que eu fiquei de castigo eu deveria ter provavelmente uns dez anos - quando tentei roubar a tartaruga da minha vizinha — E você e a mamãe se separaram já faz uns dois anos — comento, entrando em um assunto delicado e tocando na ferida profunda do meu pai — Não tem que prometer nada à ela.

— Diana...

Reviro os olhos e cedo, como sempre.

— Tá legal... me desculpa.

Suspiro fundo e me levanto, saindo em direção ao corredor.

— Não fique chateada — meu pai gritou, tentando chamar a minha atenção — A gente pode assistir o jogo pela televisão!

— Ok, pai!

Subo para o meu quarto e me jogo na cama, abrindo o computador e tentando conectar uma chamada de vídeo com a Isadora.

Como eu havia contado à Blue, meus pais se conheceram em uma festa na adolescência e tiveram um relacionamento perfeitamente lindo e clichê - até não durar mais.

Hey Blue Baby (COMPLETO NA AMAZON)Onde histórias criam vida. Descubra agora