- xiv.

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gotham city, 9:58pm
prédio no centro da cidade

               JASON TODD entrou por uma janela aberta depois de escalar um dos prédios mais altos de Gotham. Havia um rumor percorrendo as ruas noturnas de Gotham. A morte de Darius Langdon, o antigo maior chefe do crime da cidade, já era notícia velha. A mais nova fofoca que ocorria entre um traficante e um viciado no momento em que trocavam dinheiro por drogas, era que havia um novo Senhor do Crime. E ele tinha o rosto da morte.

               O Capuz Vermelho, particularmente, acreditava que os relatos estavam sendo exagerados. Ele já tinha visto a morte, bem de perto. E ela não tinha um rosto. Só um toque muito frio. Mas era seu trabalho averiguar, então ele seguiu até o endereço dado pelos traficantes que ele espancou até conseguir uma informação.

               Retirou a arma do coldre e destravou. O ambiente estava mal iluminado e extremamente silencioso, mas ele tinha aprendido a não se deixar levar pelas primeiras impressões. Como esperava, uma voz reverberou no cômodo aparentemente vazio.

               — Estava me perguntando quanto tempo ia demorar para me encontrar.

               Um par de olhos brilhantes encaravam, na segurança da escuridão. O Capuz segurou a arma com mais força.

               — Você não está escondido.

               — Não...

               O homem se levantou. A cadeira foi levemente empurrada para trás e enquanto ele dava a volta na mesa, o único som que se podia perceber era o dos seus passos. Quando um feixe de luz que vinha da janela o atingiu, Jason ficou surpreso. Felizmente, o capacete escondia sua reação. O Máscara Negra, cujo nome agora fazia todo sentido, completou sua fala depois da pausa dramática:

               — Eu não preciso.

               — Tem certeza? Sabe quem eu sou?

               — Claro que sei. Você é o Capuz Vermelho, o vigilante, o assassino de assassinos. — Ele parou em frente a uma mesa, com uma bandeja prateada, uma jarra de vidro e copos. — Aceita uma bebida?

               Jason ficou em silêncio, desconfortável com como ele parecia seguro de si, apesar da sua presença.

               — Ah, claro. O capacete. — Ele riu, ou pelo menos parecia. Era difícil saber. O Máscara Negra serviu um copo, adicionou cubos de gelo e voltou a andar calmamente na sala. — Imagino que esteja aqui para exigir que eu não venda drogas para crianças e que pague a sua taxa.

               — Ou para te matar. Depende de como nossa conversa prosseguir.

               O Máscara riu novamente.

               — É um cara engraçado, eu admito. Ia ser bom ter você trabalhando para mim.

               Foi a vez de Jason rir.

               — Acho que você não entendeu direito.

               — Você que não entendeu.

               O homem engravatado virou seu copo de bebida. Usou a mão para limpar o que escorreu pelos cantos da boca. E continuou:

               — Eu não aceito ordens de você. Ou de ninguém. Eu dou as ordens. E no momento, já que não vai beber comigo, minha ordem pra você é que fique fora do meu caminho.

               Após o seu curto monólogo, ele virou as costas para Jason. Podia matá-lo ali mesmo, com um tiro nas costas. Mas estava curioso sobre porque o criminoso estava tão seguro.

               — Você está confiante demais para um velho desarmado.

               — Velho, talvez. — Ele riu. — Mas quem disse que estou desarmado?

               Jason apontou a arma para ele, que não surtiu nenhum efeito. O Máscara Negra continuou:

               — Existem outros tipos de armas além de facas e revólveres, Capuz Vermelho. Nas mãos de um homem inteligente, tudo é uma arma.

               — Se considera um homem inteligente?

               — Veja por conta própria. — Ele apontou para um pequena pilha de papéis sobre a mesa.

               — O que é isso?

               — Minha arma.

               Jason manteve a arma apontada para o Máscara enquanto se aproximava cautelosamente da mesa. Seu coração batia mais rápido a medida que chegava perto. Uma das vozes na sua cabeça já tinha uma ideia do que seria, mas todas as outras estavam em negação.

               Sobre a mesa de mármore, uma série de fotografias. O Capuz conhecia o rosto e a silhueta em todas elas. Maddie Oceans era a arma do Máscara Negra. E Jason Todd nunca esteve tão fodido.

a heavenly way to die × jason toddOnde histórias criam vida. Descubra agora