- ix.

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gotham city, 1:07pm
departamento de polícia
12° distrito

               MADDIE OCEANS nunca admitiria em voz alta, mas Louis Duquense realmente era um bom detetive. Eles saíram do terraço e se alojaram em uma sala de interrogatório que não era mais usada, porque, uma vez, um adolescente raivoso jogou uma cadeira de metal contra o vidro espelhado. Consertar aquilo estava fora de questão, foi preferível usar a outra sala disponível para os interrogatórios, aquela estava abandonada até então. E como Louis Duquense prezava pela privacidade, foi lá que ele ficaram confinados nas últimas seis horas.

               — Conte tudo de novo. — Ele disse.

               Maddie suspirou e se encolheu na cadeira. L estendeu um copo de café como incentivo, mas o café da delegacia tinha gosto de lavagem. Ela aceitou mesmo assim, e depois de alguns poucos goles — seguidos por uma careta de desgosto —, suspirou e contou a mesma história mais uma vez:

               — Mitch e eu fomos os primeiros a entrar no galpão, os tiros tinham parado.

               — Quando eles começaram?

               —  O quê?

               — Os tiros.

               — Acho que assim que o Capuz Vermelho chegou.

               L achou isso um detalhe digno de anotação, e fez um sinal com o dedo para que ela continuasse.

               — Já havia tido uma explosão. Eu não sei o que causou, acho que foram os homens do Langdon. Eu entrei e comecei a atirar.

               — E o Aubry?

               Maddie começava a ficar irritada com as interrupções. Ou aparentava. Sua verdadeira preocupação era falar algo que alertasse Louis Duquense sobre a real profundidade do que aconteceu naquela noite. 

               — O que tem ele?

               — O que ele estava fazendo?

               — Ele estava atrás de mim.

               — Ele atirou?

               — Por que isso importa?

               — Maddie, ele atirou?

               Ela recorreu ao café com gosto de lavagem, ganhando segundos para decidir se mentiria para preservar a memória de Mitch e talvez a própria vida, ou diria a verdade e talvez indicasse um comportamento fora do normal da parte de Mitch, que poderia evidenciar que os papéis de criminosos e mocinhos estavam muito mal definidos naquela noite. Por fim, bateu o copo na mesa, como pessoas fazem em bares depois de entornar uma dose de algo com álcool.

               — Sim.

               L pareceu digerir essa afirmação por alguns segundos. Murmurou um "ok" e virou as costas para ela, fixando a atenção no quadro com a linha temporal.

               — Isso não faz sentido.

               Ele usava óculos quando estava escrevendo ou lendo, e tinha uma espécie de tique nervoso quando Maddie "não conseguia" responder alguma pergunta ou quando havia muitos furos na história. Passava o dedo médio pela cana do nariz, mesmo que os óculos não estivessem caindo.

               — O que não faz sentido? — Maddie perguntou, se posicionando ao lado de L, com os braços cruzados e uma expressão concentrada.

a heavenly way to die × jason toddOnde histórias criam vida. Descubra agora