Capitulo 17

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O dia do casamento chegara, as mulheres saíram mais cedo, pois tinham mais coisas a fazer do que os homens. Mais uma vez se dividiram nos carros de Rae e Dru e seguiram para o ateliê, em seguida iriam para o salão e de lá para a torre T, onde terminariam de se arrumar e encontrariam com os rapazes para irem ao casamento.
Desta vez, elas chegaram antes deles e não precisaram se esconder para subirem para os quartos (que, com a reforma, dobraram de tamanho): Kori, Rae, Zatanna, Bárbara e Karen se arrumariam no antigo quarto de Rae; Cassie, Dru, Ártemis, Megan e Jinx foram para o quarto de Ártemis. Soltaram os cabelos dos rolinhas, passaram os batons, colocaram os vestidos, calçaram os sapatos, conferiram todos os acessórios e foram para as escadas.
Os rapazes já estavam no andar de baixo as esperando. Elas desceram e arrancaram caras de admiração dos namorados e amigos e, apesar de todas estarem lindas, Rae destacava-se consideravelmente. O vestido preto longo era todo trabalhado à mão, sendo metade do vestido completamente coberta com pedraria e a outra metade, onde localizava-se a imensa fenda na perna esquerda, era composta por arabescos que deixavam praticamente metade do tule transparente (e como consequência o corpo de Rae por baixo) à mostra e dele saía uma faixa dos mesmos arabescos que se prendia no pescoço dela e, mais uma vez, os olhos da moça estavam com maquiagem preta e os lábios com batom em um tom de lilás acinzentado. Os cabelos estavam soltos e no lado direito repousava um belíssimo enfeite de brilhantes, que impedia que os cabelos caíssem em sua orelha e cobrissem o belo brinco em forma de chuvisco.
Dick não tinha palavras para descrevê-la, deu-lhe um beijo nos lábios carnudos e sussurrou em seu ouvido.

- Esse vestido vai ficar lindo no chão do nosso quarto. - Assim que ele fica de frente para ela, Dick recebe um sorriso malicioso em retorno e a seguinte resposta
- Concordo - devolvendo-lhe o beijo com uma mordiscada no lábio inferior, ela entrelaça seu braço no dele

Alugaram uma limusine, pois recusaram-se a usar de Bruce novamente, e seguiram para a igreja de Gotham. Lá, Rae, Dick, Bárbara e Kyle (que agora estavam saindo) vão para a entrada se juntarem aos demais padrinhos e o resto do grupo vai se sentar. Ivy e Harleen estavam bem na frente deles conversando baixinho e sorrindo uma com a outra, ambas em belíssimos vestidos feitos sob medida, Ivy estava com um vestido esverdeado, mas o tom era escuro o suficiente para que Rae olhasse duas vezes para ter certeza que não se enganara com o tom, já Harleen estava com um esplêndido vestido vermelho vivo, eram, sem dúvida, uma dupla e tanto. A cerimônia tem início e, durante a entrada dos padrinhos, Rae chamou a atenção de todos os convidados, não apenas pela sua beleza natural, mas arrumada como estava era a mulher mais bela presente no casamento, fora a noiva.
Quando Selina entrou, todos perderam a fala, a mulher estava deslumbrante. O vestido inteiramente de pedraria branca, era completamente preenchido apenas nos seios, em um pedaço do abdômen e no início dos quadris, em todo o resto a pedraria era vazada, em especial na saia, na qual havia apenas rajadas das pedrinhas no tule transparente, deixando varias partes do corpo da mulher aparecendo de forma elegante. Os cabelos curtos estavam soltos e cacheados, com ambas as laterais presas em pequenas tranças que desapareciam na parte de trás da cabeça. Selina optou por não usar véu e seu vestido possuía uma belíssima e longa calda. A maquiagem era prateada com preto e de longe seus olhos podiam ser vistos, nos lábios foi colocado um batom nude-rosê. Bruce estava concentrado na noiva que caminhava em sua direção, com um sorriso radiante no rosto.
A cerimônia foi maravilhosa, apesar de tentar segurar, M'gann chorou bastante dada a emoção, assim como diversos outros convidados, incluindo Alfred, que acompanhara a noiva até o altar e tentou em vão disfarçar os olhos lacrimejantes e Dick afagou-lhe os ombros. Da catedral, os amigos foram de limusine ao salão onde se realizaria a festa. Dançaram, riram, beberam e se divertiram e, por aquela noite Rae e Kori não tinham problemas com os quais ocuparem a cabeça, eram apenas elas com seus noivos e amigos curtindo a festa como se não houvesse amanhã. Desfrutaram da festa até o amanhecer quando, às 8:30, finalmente, o bufê expulsou os convidados remanescentes e os noivos.
Chegando em casa, como prometido, Dick arrancou o vestido de Rae e jogou no chão do quarto, espantando-se com o peso da roupa. Amaram-se até o cansaço reivindicar-lhes e dormiam até o por do sol. Ao acordarem Ras ligou para Kori e as duas foram ao rinque treinar por uma hora e discutirem possíveis planos de ataque e defesa depois de terem considerado 2 ou 3 locais onde poderia ocorrer o confronto. Quando retornou para a mansão, Rae encontrou o noivo sentado no sofá com uma carta na mão e o selo amarelo não lhe dizia absolutamente nada a respeito de quem lhe enviara a carta. Sentou-se ao lado dele e pegou a carta que lhe foi estendida:

"Rae, Nasu sabe que as gêmeas estão planejando contacta-la, assim como Abaddon, então ela as trancou em seus castelos e colocou seus guardas de maior confiança para vigiá-las dia e noite. Ela ainda acha que estou neutra e tenta me comprar e chantagear para que me alie, ou pelo menos não vire contra ela, esta é a única razão pela qual estou lhe mandando esta primeira e última carta, minha irmã.
Não posso correr o risco de ela saber de que lado estou e para isso preciso continuar a fingir indiferença, até lá espero que se prepare bem, os exércitos de nossa irmã mais velha crescem a cada dia e essa aliada que ela tem ao seu lado também será uma adversária considerável. Não as subestime e tenha cuidado.

P.S: Fique atenta a um possível ataque que Nasu planeja para testar-lhe.

Yunet"

Rae repousa a carta na mesa de centro, apoia os cotovelos nos joelhos e passa as mãos nos cabelos negros recém lavados. Um misto de alívio e preocupação lhe invade o corpo lutando para tomar-lhe a alma. Rae respira fundo e afunda mais no sofá, Nyan pula em seu colo e, afagando as orelhas da gata, ela aconchega-se mais nos braços de Dick que estavam ao redor de seus ombros.

- O que houve? De quem é a carta? - pergunta ele com a preocupação nítida na voz, enquanto ela encarava a carta aberta na mesa de centro
- Era minha irmã Yunet. Ela, finalmente, assumiu de que lado está, mas para isso teve que enviar uma carta como um dos generais de Nasu para que não fosse interceptada.
- E?
- E que minha irmã planeja um ataque surpresa e mantém Abrael, Vênus e Abaddon em prisão domiciliar
- Entendi. O que pretende fazer?
- Por enquanto, nada. Nasu não sabe que Yunet me enviou a carta e sei, também, que minha irmã só se faz de estúpida, ela está me observando e se eu mudar minha rotina ela saberá que tem algo errado. Mas avisarei Kori, pois Yunet não sabe se o alvo sou eu, apenas presumiu por não conhecer a aliada de nossa irmã.

   Rae pega o celular e manda um áudio explicando os planos de sua irmã a Kori e pedindo que a amiga fique atenta a qualquer coisa suspeita, já que os planos de Nasu estão apenas entre seu círculo interno. Kori responde de pronto e diz que tomará cuidado. Rae, após bloquear o telefone, deixa-o na mesa e vai até a cozinha beber um copo d'água para tentar acalmar a raiva e a vontade de, simplesmente ir até a dimensão infernal matar a irmã mais velha e todos aqueles que lhe são fiéis, somente a noção do risco de encontrar Estrela Negra e impedir que Kori leve a irmã à justiça.
   Dick chega pouco depois e, sem falar nada, por via os olhos dela brilhando de ódio contido. Ele fica parado em frente a ela, apenas oferecendo sua presença. Ela, depois de colocar o copo de lado, aproxima-se dele lhe dá um selinho e sai, subindo as escadas logo em seguida. Dick vai atrás dela e a encontra no closet trocando de roupa:

- Vai aonde? - pergunta
- Correr. Preciso espairecer, senão explodo
- Quer companhia?
- Adoraria. Apenas tente me acompanhar - diz com um sorriso torto

  Ele devolveu o sorriso e também se pôs a trocar de roupa. Foram até o ginásio e, Rae não estava brincando, Dick precisou se levar ao limite apara acompanhá-la dada a velocidade que ela corria e, ele suspeitava, ela reduziu a velocidade para que ele, ao menos, tentasse acompanhá-la. Depois da 20ª volta ao redor do ginásio, Dick desabou no tatame tentando recuperar o fôlego e ficou assistindo Rae quase explodir o saco de areia de tanto socá-lo e chutá-lo. O único som do ambiente eram os golpes dela e a respiração deles. Ao final de 2 horas ela o acorda de seu cochilo e, ao olhá-la bem, percebeu que havia se acalmado um pouco. Voltaram para o quarto e tomaram banho, Rae ficou de molho na banheira de hidromassagem até ficar com os dedos das mãos e pés enrugados. O resto do dia foi passado com a moça, às vezes, alheia à situação, perdida em pensamentos e, às vezes, tendo que segurar o ódio que fervilhava por suas veias.

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