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MACHINE

Duas semanas depois, decidimos ir fazer o exame de DNA. Optamos pelo método não invasivo, que exige apenas uma amostra de sangue da mãe e uma do possível pai. - no caso, só eu como voluntário. Decidimos também que primeiro iríamos confirmar se eu mesmo sou o pai para então contarmos aos pais de Sussane.

Katie já assimilou um pouco tudo e disse que vai me apoiar se for meu mesmo e que poderia ser ela nessa situação, então ela está apoiando Sussane também. Não tem motivo para as mulheres ficarem disputando território, disse ela para mim e Sussane no refeitório quando almoçavamos, Mulheres unidas são mais fortes.

Sussane está almoçando conosco agora. Quem diria não é? Eu que passei tempos sem pisar naquele refeitório para não vê-la, agora dividindo a mesa com ela.

O exame funcionava assim: Um furinho no meu dedo é feito para a coleta do meu sangue, igual nos exames de diabetes. Em Sussane é coletado uma quantidade equivalente às que tiramos durante um exame de sangue de rotina.

E digamos que o preço é beeeeeeeeem pesado. Chega até suspirei ao ver o preço, mas era necessário. Me senti arrependido pela primeira vez por ter gasto tanto dinheiro em restaurantes e lanchonetes.

Receberíamos o resultado após dez dias. Nem preciso dizer que a ansiedade estava me matando.

- Você e a Katie se resolveram mesmo? - Sussane me pergunta enquanto dirijo de volta para a faculdade.

- Sim.

Ela já sabe que estamos resolvidos, acho que perguntou só para não ficar em silêncio.

- Que bom.

- Ansiosa para o resultado? - sorrio.

- Muito! E você?

- Morrendo de ansiedade.

De repente ela se encolhe no banco.

- Você quer?

- Hã? Não entendi.

- Você quer que seja seu?

- Não sei. Mas acho que como já estou me preparando psicologicamente para se caso for meu, vou ficar meio decepcionado se não for. É difícil explicar, mas acho que você entendeu.

Sorrio mais uma vez. Ela balança a cabeça em confirmação.

- Eu também quero tanto que seja seu. - diz baixinho, com um fio de voz.

Apenas confirmo com a cabeça. A revelação dela deixa meu coração pequenininho de ansiedade e medo. Se eu não for o pai do bebê, digamos que será tudo muito pior pra ela. E digamos também, que eu estou começando a gostar dessa história de talvez ser pai. Acho que também vou ficar um pouco decepcionado se não for meu.

Eu lembro de quando estávamos juntos e sonhávamos em ter filhos. Não sonhávamos em ter agora, mas - se for meu mesmo - só vamos ter antecipado alguns anos e também tirar a parte de estarmos juntos e apaixonados. Mas acho que vai ser bom do mesmo jeito.

Após chegar no meu quarto, me arrumei e fui encontrar com Katie na biblioteca para fazermos um trabalho.

Quando chego ela já está lá, sentada em uma das mesas, desatenta enquanto lê um livro.

Tolo Por Você #3 [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora