Capítulo 56

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"COMO ASSIM VOCÊS TRANSARAM?" Gabriela grita, começando a andar de um lado para o outro.

"Foi tão... " Não encontro palavaras para definir, sinceramente. 

"Decepcionante?" Diz num tom obvio, mas nego.

"Diferente." Deito em sua cama, observando a mesma negar algo para si mesma.

"Você... nossa, espero ouvir um sim. Você gozou, né?" Balanço a cabeça confirmando. "Menos mal, mas quando aconselhei você a perdoá-lo, não me referi a dá pra ele." Ela me olha espantada, se jogando ao meu lado.

"Eu sei... bom, a melhor coisa a se fazer seria odiá-lo." Respiro fundo e sinto meus olhos marejar. "Eu o amo... como nunca imaginei que amaria." Ouço ela bufar. "É tão difícil."

"Imagino que seja, mas não se preocupe.  Apoiarei você,  independente de suas escolhas loucas. Eu te amo, só quero o melhor pra você." Sorrio e seguro em sua mão, sentindo lágrimas grossas descerem pelo meu rosto.

"Eu amo você." Deito-me em sua barriga, recebendo um delicioso cafuné.
"Tenho recebido tantos conselhos durante essas semanas, pensei tanto à respeito de tudo que, me sinto bem comigo mesma perdoando ele. Sei que ele se arrependeu. E se essa história da droga ser verdade, ele não irá cometer isso novamente."

"Amiga, me desculpa... mas eu não confio em homem nenhum." Ela dá risadas. "É sério, eu não confio nem na droga do meu útero. Ele consegue ser mais falso que outra coisa, me iludindo e fazendo eu pensar que não irá jorrar sangue, e quando menos espero... estou completamente suja por causa dele." Caio na gargalhada e sento-me.

"De onde tirou essa história?" Franzino o cenho ela diz:

"Querida, isso não é uma história. É a mais  dura e cruel realidade da vida feminina." Ela aponta para o meio de suas pernas e balanço a cabeça.

"Você é louca." Levanto da cama e no mesmo momento, sinto meu celular vibrar no meu bolso.

"Só um minuto." Digo vou para a varanda do seu quarto.

Pego meu celular e fico tensa ao vê o nome do meu pai na tela.

"Pensei que nunca mais iria ligar." No momento que ouço  sua risada, meu coração se acalma.

"Tenho boas notícias... Ou melhor,  maravilhosas notícias." Diz entusiasmado. "Sua mãe terá alta amanhã."

"Meu Deus." Tapo minha boca, essa é a melhor notícia da minha vida. "Pai... Eu senti tanto medo, e agora ela está bem." Lágrimas escorrem por minha face.

"Todos nós, filha." Sua voz fica um pouco rouca, sei que ele está emocionado e isso faz eu chorar mais ainda.

"No fim de semana irei visitar vocês. Eu iria amanhã, mas realmente não dá por conta do fim do semestre." Fico meio cabisbaixa, gostaria de ir pra lá agora.

"Não se preocupe com isso, quando você puder, venha."

"Tudo bem. Como você está? E Zoe?"

"Estamos bem, Minha princesa. Quando você vir, traga o Justin." Se você soubesse o que ele fez, provavelmente assasinaria ele comigo. 

"É claro, ele ficará feliz com o convite." Gabi aparece na porta e aponta para o relógio em seu pulso.

Olho o meu e arregalo meus olhos.

"Querida, preciso assinar uns papéis, depois ligo pra você."

"Ok, amo vocês." Desligo e celular e vou correndo pra o quarto.

"Minha mãe receberá alta amanhã." Gabi corre até mim, me abraçando.

"Que notícia maravilhosa, você irá amanhã pra lá?"

"Impossível, mas no fim de semana irei." Ela concorda e pega sua bolsa.

"É melhor nos aprerssarmos, sua consulta será daqui..." Ela olha para o seu relógio. "Meia hora."

Concordo e pego minha mochila. Saímos da casa dela apressadamente e conseguimos chegar 5 minutos adiantadas no médico.

"Odeio ginecologista." Bufo e dou uma golada em minha água.

"Eu também, é ainda pior quando é um homem."

"Real..."

"SAMANTHA SCOTT, COMPARECER A SALA 120 NO SEGUNDO ANDAR." Berra uma voz robótica, levanto-me e minha amiga me acompanha .

Quando chegamos no andar, Gabi senta em uma poltrona que fica próximo a sala. Caminho até a porta de vidro e dou duas batidas.

"Olá, querida." Suzana diz ao abrir a porta.

"Olá." Sorrio docemente.

"Bom, o resultado dos seus exames estão aqui e você está ótima." Ela me entrega uma pasta e diz: "espero que esteja tomando suas pilulas corretamente."

"Estou sim." Sorrio e ela assente.

Ela me faz algumas perguntas e logo me dispensa.

"Faça o agendamento da sua próxima consulta, tome seu remédio e tenha responsabilidade." Diz ao me acompanhar até a porta.

"Pode deixar." reviro os olhos ao ver Gabi  dormindo com a boca aberta, e então, me aproximo.

"Eu deveria tirar uma foto sua." Digo alto suficiente para acordá-la.

"Eu mataria você." Sussurra.

Fui obrigada a dirigir na volta, Gabriela dormiu o caminho inteiro e mal se despediu quando chegamos na sua casa, entrando na mesma igual um zumbi.

Ao estacionar meu carro, meu celular apita com uma nova mensagem.

Pego e sorrio ao vê de quem é o remetente.

Justin: Que horas irá chegar? Estou com saudades.

Samantha: Logo, logo.

Saio do carro e caminho até a entrada, no momento que vou abrir a porta, o toque do meu celular me faz ter um sobressalto. 

Sem ao menos vê quem é, atendo.  

"Alô."

"Oi, Sam." O sotaque de Hero sempre vai me deixar embasbacada. "Que tal irmos à sorveteria?"

"Dependendo da hora, eu topo." Entro em casa e vou até a sala, me jogando no sofá.

"Você que sabe, me manda uma mensagem mais tarde." Fecho meus olhos.

"Tudo bem, vou descansar um pouco e depois mando mensagem pra você."

"Tudo bem. Como você está?"

"Ótima, e você?"

Ficamos algum tempo na ligação, e logo depois dele desligar, comecei a assistir um filme.

Hero tem sido tão bom comigo durante essas semanas, ele se tornou um dos meus melhores amigos. Eu sempre soube o quão ele era legal e gentil,  mas ao passar ainda mais tempo com ele, conhecendo um novo lado seu, fez eu me apaixonar por sua amizade.

Eu sou tão grata por tê-lo em minha vida, apesar de tudo que passamos. Tivemos nosso momento, mas eu sempre soube que seríamos melhor como amigos. 

No meio do filme, sinto meus olhos pesar e durmo toda encolhida no sofá.

A HÓSPEDE [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora