perverted girl || z.m

chapter nine || idiot ||

Sinto a raiva que seu corpo emana e me pergunto, como é possível que alguém mude de humor tão rápido.
Eu tiro suas mãos de mim e saio de cima dele em um pulo, assim que eu escuto suas palavras.

"Você o quê?" Pergunto com a voz elevada quando estou de pé ao lado de sua cadeira.

Ele nem sequer me olha, encarando fixamente algum ponto a sua frente quando me responde. "Você ouviu o que eu disse. Isso nunca mais pode acontecer."

Percebo que suas mãos apertam fortemente os apoios de braço de sua cadeira estofada. Estou desacreditada com sua atitude. Jogo minha cabeça para trás e começo a gargalhar.

"Você é inacreditavel." Digo ainda rindo e isso faz com que ele vire a cabeça para mim, sua testa está franzida. Dou a volta em sua mesa enquanto ele me observa.

"Até parece que você está 'cheio dessa merda'." Repito o que ele disse e inclino minha cabeça para o lado.
Zayn suspira fortemente e sua camisa branca, aberta pela metade, me permite ver seu peito tatuado subir e descer.

"Da pra você parar de falar?" Meu chefe diz com a voz monótona e eu o encaro seriamente. Ele está me tratando com descaso, como se ele estivesse indiferente. Sinto a raiva que cresce dentro de mim.

"Você é louco." digo entre dentes.
"Age como se não se importasse com nada nem ninguém, trata qualquer um mal, e acha que pode fazer o que quiser. Não pensa em nada a não ser você mesmo, você é um puta de um egoísta." Disparo sem pensar, resolvi dizer tudo o que queria. A raiva me consumia rapidamente me fazendo não me importar com o que minhas palavras poderiam causar.

Zayn está respirando mais rápido novamente e seu rosto está levemente avermelhado, ele se levanta e bate uma das mãos em sua mesa.
"Quem você acha que é para falar comigo desse jeito?" Seus olhos me fuzilam.

"Não importa se eu sou sua funcionária ou não, o que importa é que estou te dizendo a verdade sobre você mesmo, porque parece que ninguém teve a coragem suficiente para te dizer que o que você faz é errado." Minha voz está trêmula e meus punhos estão cerrados, quero bater no rosto perfeito desse idiota.

"Você..." Meu chefe me aponta o dedo e da a volta em sua escrivaninha gigante, chegando mais perto de mim.
"Você... não tem o direito de falar assim comigo!" A cada palavra o volume de sua voz aumenta e dou um passo para trás com a respiração acelerada.

"Olha só pra você! Você vive se atirando para cima de mim, acabou de fazer isso. Eu já disse que isso nunca mais pode acontecer.
Você é apenas a porra de uma funcionária e eu sou a porra do seu chefe, e a única coisa que você deve fazer é me obedecer!" Ele explode. Sua postura me intimida e me sinto insultada, mas minha raiva me incentiva a continuar discutindo.

"Você não se toca mesmo, né?" Eu grito. Sinto o ar pesado que se instalou neste lugar.

Zayn ri sarcasticamente. "Tem certeza de que sou eu quem precisa se tocar? Você não deve se conformar que ninguém quer te comer e vem querer se jogar pra cima de mim, caralho? A porra do seu chefe? Eu estou cansado dessa merda, estou cansado de ver você me provocando como uma desesperada. Eu não sei como meu pai te considerava, não sei como não te mandei embora ainda. Você é a maluca aqui." Obeservo assustada a maldade em seus olhos e sinto sua voz carregada com a mistura de veneno e raiva. Desvio meu olhar para qualquer lugar de sua sala com um suspiro profundo, tomando fôlego para falar.

"Eu não me importo com o que você acha que eu tenha que fazer, não me importo com o que você acha de mim, não me importo com o que fala sobre mim, pois eu sei o que eu faço e sei verdadeiramente quem eu sou, diferente de você. Pode me despedir se quiser, posso muito bem achar a porra de outro emprego, mas eu não quero mais ouvir mais uma palavra do que você disse. Você só me provou que era pior do que eu pensava que você era. Eu tenho pena de você, porque sei que você nunca vai saber como as coisas realmente são, nunca vai ser feliz porque só se importa com você mesmo. Você só é mais um babaca egoísta no mundo." Digo, minha voz não me trai e se mantém firme mas, por dentro, estou esgotada. Olho para ele uma última vez. Ainda estou brava pra caralho mas o que ouvi ele dizer conseguiu superar minha raiva e por isso me sinto estranhamente cansada. Não era isso que eu esperava que acontecesse quando entrei aqui para reclamar do calor que estava passando.