GUERRA DE AUDIÊNCIA

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  De acordo com a Cabala, duas e estações de transmissão cósmicas — a Luz e o Satan — emitem sinais para os nossos cérebros. É uma batalha pela audiência da mente — uma batalha maior e bem mais importante do que as que são travadas pelas principais redes de comunicações!  Se pudéssemos aprender como distinguir quais pensamentos vêm da Luz e quais pensamentos têm origem no Satan, poderíamos recuperar o controle de nossas vidas.  Um bom ponto de partida é o seguinte:  Qualquer pensamento que seja alto e claro e que nos encoraje a reagir a uma situação é o Satan.  Qualquer pensamento que nos diga que nós somos os arquitetos de nosso próprio sucesso e que nós sabemos mais do que os outros, é mais uma vez a voz do Satan. A noção de que os nossos pensamentos são reações químicas no cérebro também é criação de nosso desonesto adversário.  Se um pensamento é dificilmente audível, uma voz fraca que emana dos recessos de nossas mentes, ele é a canção da Luz. Ou se há um súbito clarão de intuição, um impromptu de inspiração, a transmissão está se originando do plano do 99 por cento.  Essas duas freqüências nas ondas aéreas de nossas mentes se expressam da seguinte maneira:  • Os pensamentos do Satan se manifestam como nossas mentes racionais e lógicas e como nossos egos. • O sinal da Luz se manifesta como intuição, sonhos e como uma voz fraca e quieta no fundo de nossas mentes.  Geralmente não estamos em contato com a nossa intuição. Como resultado, o Satan domina as ondas aéreas da mente, tocando seguidamente uma determinada música que é sucesso — a música chamada Reação!  O segredo para tomarmos controle de nossas vidas é cortar o sinal do Satan. Quando paramos os nossos impulsos reativos, literalmente desligamos sua transmissão.  Quando temos sucesso nisto, mesmo que por um momento, o sinal da Luz fica livre para preencher aquele espaço. Nossas vidas e nossas decisões passam a ter raiz na sabedoria infinita. Automaticamente, fazemos as escolhas corretas. Os pensamentos certos vêm para nossas mentes. As palavras per feitas são ditas. Emoções proativas aparecem. As melhores idéias imediatamente afloram. De repente enxergamos a sabedoria profunda num argumento oposto colocado por um colega, amigo ou parceiro. Mas para impedir que isto aconteça, o nosso adversário têm à sua disposição algumas estratégias aguçadas e alguns armamentos moderníssimos.      TÁTICA  O único objetivo do Satan é aguçar em nós o Desejo de Receber Somente para Si Mesmo para que nos desconectemos da Luz. Sua tática principal é simplesmente apertar o nosso botão reativo o dia inteiro. Quando esse botão é apertado, somos consumidos por pensamentos negativos, impulsos egoístas e desejos egocêntricos decorrentes do Desejo de Receber Somente para Si Mesmo.
Desta forma, perdemos o contato com a nossa essência, a nossa alma. Mais um pano é colocado em cima da lâmpada. A cortina entre o 1 por cento e o 99 por cento fica mais grossa. Há mais escuridão em nossas vidas. Dessa escuridão emerge o caos.  Mas quando proativamente reconstituímos a Resistência original — executada pelo Receptor no Mundo Infinito — ao nos recusarmos a reagir, puxamos uma alavanca de emergência que cancela o botão reativo que o Satan apertou. Essa alavanca ativa uma válvula interruptora que imediatamente corta as emoções reativas que inundam nossos corpos. Deixamos de ser reativos. Somos proativos. Fizemos contato com as nossas almas. E é neste instante que a Luz do outro lado da cortina ilumina as nossas vidas.  O QUE ESTÁ EM CIMA FICA EM BAIXO, O QUE ESTÁ EM BAIXO FICA EM CIMA  O cabalista Rabi Yehuda Ashlag, o místico do século XX, disse que as pessoas geralmente percebem os eventos como o oposto exato de seu verdadeiro estado de realidade, por causa de sua visão limitada da realidade.  Para ilustrar este ponto, ele ofereceu este experimento mental simples:  Imagine um homem que viveu em total isolamento desde o nascimento. Nunca observou uma criatura viva, seja humana ou animal, em toda a sua vida. Diante dele estão um hipopótamo recém-nascido e um bebê humano recém-nascido. Ele observa os dois. O bebê obviamente não é capaz de cuidar de si mesmo. Não consegue engatinhar, quanto mais andar, e precisa ser carregado de um lugar para o outro. Não é capaz de comunicar claramente as suas necessidades e nem de se alimentar sozinho. O bebê não percebe por completo as suas cercanias. Se irrompesse um fogo perto dele, por exemplo, nem perceberia o perigo. Basicamente, o recém-nascido está desamparado. O bebê hipopótamo, porém, imediatamente percebe o seu ambiente. Sabe fugir do fogo. Consegue se alimentar. Cinco minutos depois do nascimento, o hipopótamo recém-nascido consegue andar e nadar.
A que conclusão o nosso observador isolado chegaria? Provavelmente ele acharia que o hipopótamo é uma criatura mais avançada do que o bebê. Rav Ashlag ensinou que quanto mais avançada é uma criatura no começo do crescimento, menos desenvolvida ela será no final. Inversamente, quanto menos avançada é uma criatura no começo do seu desenvolvimento, mais avançada e evoluída ela será no final.  O mesmo princípio funciona em todas as áreas da vida. Oportunidades que parecem promissoras no início acabam se tornando um desastre, enquanto situações aparentemente sem esperança inesperadamente demonstram ser bênçãos disfarçadas. Julgamos mal as situações porque nos falta a capacidade de perceber tanto os efeitos em curto prazo quanto o resultado a longo alcance. Nós reagimos ao momento.  A Cabala ensina que com enorme freqüência o resultado final de qualquer processo na vida será o oposto exato da primeira impressão. Nosso adversário tenta reverter essa verdade espiritual incitando reações ao momento atual.   A ARMA DO TEMPO  A Cabala define o tempo como a distância entre a causa e o efeito. O tempo é a separação entre a ação e a reação. O tempo é o espaço entre a atividade e a repercussão, e o divisor entre o crime e a conseqüência. Mas o tempo causa destruição em nossas vidas. Ele cria a ilusão de caos quando, na verdade, existe uma ordem oculta. Nossos cinco sentidos nos impedem de ver através da ilusão do tempo.    Para nós, parece que o passado se foi e que o futuro ainda não chegou. No entanto, o passado e o presente estão sempre conosco. Dois mil anos depois de os antigos cabalistas terem revelado este conceito, Einstein fez asserções semelhantes. São unicamente os limites de nossa consciência que nos impedem de perceber o ontem — e o amanhã — neste exato instante!
Mas como o passado, o presente e o futuro podem todos existir ao mesmo tempo? Imagine um prédio de 30 andares. Estamos agora no 15° andar, que representa o momento presente. Os andares de 1 a 14 representam os incrementos de tempo que nos trouxeram até este momento. Os andares de 16 a 30 representam o futuro de nossas vidas. O que nós percebemos atualmente com os nossos cinco sentidos? Somente o 15° andar. Não podemos ver os andares de baixo e nem os andares de cima. Contudo, todos os andares — isto é, o passado, o presente e o futuro — existem como um todo unificado: o prédio de 30 andares inteiro. E se nós formos para fora do edifício e olharmos de longe, poderemos ver todos os 30 andares juntos!  Este é um belo conceito abstrato para manter a mente ocupada, mas qual é a lição para a nossa vida? O que nos importa se o tempo na verdade é unificado? Quem se importa com o fato de que o amanhã está aqui agora? Não podemos ver o amanhã e não podemos perceber o ontem, então que bem nos traz esta informação?   Boas perguntas, e há uma lição a ser aprendida.

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