CAPÍTULO 02: he's a bit of a flirt, but i'mma give it a chance

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Ponta Tempestade era uma fortaleza grande com inacabáveis escadarias em espiral e muitas janelas estreitas, aberturas feitas na estrutura do castelo sem qualquer outra proteção, com vista para o mar. O ar era úmido e mais quente do que Arya estava acostumada. Ao chegar no salão, um pequeno e mais simples com poucas mesas e bancos longos, encontrou sua família já fazendo o desjejum. Sansa e seu longo cabelo ruivo, idêntico ao da mãe em cor e penteado. Ela vestia um vestido azul que, embora singelo, a deixava ainda mais adorável.

- Bom dia - com um pequeno sorriso sentou-se entre Bran e seu pai, que lhe deu um rápido beijo na têmpora como resposta.

Felizmente já havia enfrentado as reclamações de sua mãe na noite anterior por ter chegado depois de todos e não muito apresentável, então agora pôde aproveitar os queijos, pães e tudo que havia disponível naquele banquete matinal sem mais interrogações.

- Lorde Baratheon está nos tratando como se fossemos a própria realeza - Sansa delicadamente serviu em sua xícara o chá de ervas.

- Não há necessidade para tanta coisa assim em um desjejum. Devia falar com ele, Ned - Arya observou a mãe cortar com calma uma fina fatia de pão para Rickon.

- Não é como se ele fosse me ouvir.

- Ouvi dizer que Robert é um pouco surdo por gritar tanto, por isso não escuta os conselhos de ninguém - Foi sua vez de falar, mas talvez tivesse sido melhor continuar em silêncio, já que o olhar de reprovação vindo de Catelyn Stark foi imediato.

Ned e Bran, no entanto, riram. Sansa prensou os lábios para evitar a risada e disfarçou terminando seu chá. Rickon parecia simplesmente não ter ouvido. Jon e Robb teriam achado graça, ela pensou.

- Viemos até aqui para comemorar a posse de Ponta Tempestade pelo filho de Lorde Baratheon, mas até agora não o vimos. Sabe sobre ele, pai?

- Só o que sei é que é a imagem do pai, Sansa.

- Feio? - Arya não conseguiu conter a língua.

- Pelos Deuses, meu filho nasceu muito mais bonito do que eu! - O próprio Robert Baratheon entrou na sala de rompante, vestido dos pés a cabeça de preto com sua roupa em detalhes amarelos. Mesmo que agora fosse muito maior do que já fora, permanecera ao menos elegante. - Muito mais forte do que eu, o menino é um touro! E um pouco mais sensato.

- Perdoe os modos de Arya, às vezes sua língua é maior que a boca, Lorde Baratheon.

- Oh, Cat, me chame de Robert. Sabe meu nome - ele bagunçou o cabelo de Rickon enquanto passava por ele, sentando no lugar vago entre Sansa e o garoto. - Me traga aquela cerveja escura, minha querida. - Pediu à criada que estava por perto.

Foi quando ele finalmente olhou para Arya, que o analisava o tempo inteiro. Seu rosto pareceu se petrificar e empalidecer alguns tons. Seus olhos olhos azuis tornaram-se mais negros quando a pupila de dilatou.

- Pelos Sete, Ned... - Pela primeira vez sua voz estava baixa.

- Peço desculpas por não estar presente ontem quando minha família chegou. Meu cavalo se assustou com a tempestade - assim como sua mãe havia dito, Arya repetiu educadamente ao senhor que a encarada. - Obrigada por nos receber, Lorde Baratheon.

- Se parece com sua tia mais do que imagina, sabe disso? Que os Deuses a tenham, minha doce Lyanna.

- Ela não era tão doce quando pensa, Robert. E Arya se parece com ela mais do você imagina.

- E tampouco era sua.

- Arya! - Catelyn não perdeu tempo em repreender a filha, mas tudo que Robert soube fazer foi explodir em uma chamativa risada.

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