PARIS - FRANÇA
BRUNNA GONÇALVES
A primeira vez em Paris é inesquecível!
Me lembro como se fosse ontem a primeira vez que cheguei a cidade luz.
Eu morava em uma cidade no interior da França, Colmar, Alsácia. Uma cidadezinha que atrai milhares de turistas pelo seu romantismo e a arquitetura, que é patrimônio local. Morava com meus pais e meu irmão gêmeo Brunno, em uma pequena casa no vilarejo principal.
Minha infância foi considerada a dos sonhos já que cresci cercada de amor, carinho e atenção familiar. Não éramos ricos nem nada do tipo, no entanto meu pai nunca deixou que faltasse nada.Cresci cercada também pelos livros que são uma das minhas paixões. Minha tia Clara, uma psicóloga de renome internacional, foi quem incentivou meu gosto pela leitura. Talvez por isso eu tenha seguido os passos dela.
Eu adorava visitar o consultório que ela mantinha na cidade. Era relativamente simples comparado ao que ela mantém aqui em Paris, mas na época para mim aquilo era um paraíso. O divã em sua sala era o atrativo principal. Eu me deitava ali e contava a ela coisas aleatórias do meu dia, desde o que eu havia almoçado até algo mais grave como brigas dos meus colegas de classe.Lembro-me a primeira vez que disse aos meus pais que queria ser como a tia Clara, e ter um sofá pra deitar. Eles apenas riram da minha ingenuidade mas me apoiaram incondicionalmente. Me dediquei totalmente aos estudos em minha adolescência para que pudesse realizar meu grande sonho. Minhas amigas estavam mais preocupadas em arrumar algum namorado e perder a virgindade.
Como pretendia ser uma profissional diferenciada, ouvia e me divertia com suas histórias, me compadecendo das frustrações que elas vivenciaram e muitas das vezes aconselhava as mesmas. Não havia nenhuma exceção. Todas haviam se frustrado sexualmente. Elas sempre criavam expectativas que nunca eram atingidas. O sexo era sempre insatisfatório para todas, e ela só se sentiam satisfeitas quando buscavam o auto-prazer.
E foi por isso que decidi que meu mestrado na universidade seria sobre esse assunto.Assim que concluí o ensino médio, me inscrevi para uma das melhores universidades da França, a Paris Sciences et Lettres. Por ter sido desde sempre a melhor aluna da escola, consegui uma vaga. Era a realização de um sonho.
Cursaria o que tanto sonhei numa das cidades mais bonitas do mundo. Eu via o orgulho estampado no olhar da minha família, que novamente me apoiou nesse novo desafio. Minha tia Clara como sempre, me ajudou durante todo o processo de transição de uma cidade para a outra. Eu moraria em um dos apartamentos que eram pagos pela faculdade e tentaria um emprego de fim de semana. Não queria que meus pais gastassem tanto dinheiro assim comigo, uma vez que não possuíamos tanto assim.No início foi um tanto quanto difícil a minha adaptação nessa nova vida.
Minha chegada foi considerada um desastre, em vista da vida que sempre levei academicamente falando. Sempre estive rodeada de amigos, minha vida social no ensino médio posso dizer que foi uma das melhores. Sempre levei jeito com as pessoas digo, talvez eu até seria uma boa influencer, pois minha popularidade sempre foi magnífica. Mas cá entre nós, minha realidade atual está digamos de mal a pior.Ser uma pessoa popular no ensino médio, muita das vezes significa que a chegada na faculdade será uma catástrofe, pois são mundos completamente diferentes. Aqui é cada um por si. Os seis primeiros meses não adquiri nenhum amigo nem mesmo um colega, e isso fez com que eu andasse isolada pelos corredores da faculdade.
Um dos motivos que me fez querer ficar sozinha e invisível é o meu sotaque, posso dizer que não foi nada fácil ser zoada pela forma de falar. Mas quer saber?! Fodam-se esses babacas, ser do interior não me tornar inferior a ninguém aqui. Estou aqui por mérito meu, e se é para disputar uma vaga e ser melhor que assim seja.Bom, para que eu pudesse me tornar uma boa psicologa, a principal característica que eu devo aprimorar em relação aos outros, é a de ter um talento a mais no quesito observação. Posso dizer que tenho uma boa vantagem nesse aspecto, já que as pessoas do interior normalmente são muito individualistas, e isso me fez aprender a prestar atenção nos mínimos detalhes que me rodeiam. Desde cedo descobri que para se conhecer detalhes sobre uma pessoa é preciso pequenas coisas. Seja pela forma como ela aponta um lápis até a forma que ela infla os pulmões em busca de ar.
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SEXDIVÃ - BRUMILLA
FanfictionA jovem Brunna Gonçalves recém formada em Psicologia pela Universidade Paris Sciences et Lettres, está prestes a realizar o sonho de defender sua tese de Mestrado. Mas o que parecia ser a promessa de uma felicidade e tranquilidade em meio a cidade l...