Batatas chips da união:

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Aquelas garras apertavam-me de forma em que o ar não passava, minha visão aos poucos foi se tornando mais embaçada, podia ouvir a luta desenrolando abaixo dos meus pés, porém não conseguia entrar nela também. E isso era agonizante.

A besta afrouxou um pouco sua garra a minha volta e soltou um grito de dor quando uma flecha raspou sua barriga, me dando a chance de soltar ao menos meu braço direito; então uma luz em minha mente se acendeu e eu agradeci aos deuses por não ter dormido nas aulas de biologia.

Ergui meu olhar para as pupilas negras da fera que agora se concentravam em Nico e Will.

Tudo tem um ponto fraco; lembrei-me mentalmente.

Minha mão livre foi envolta em uma nevoa negra familiar e o peso de minha foice recaiu sobre minha mão. Uma lâmina da extremidade em que eu segurava contraiu-se a minha vontade enquanto eu usei a outra para atingir em cheio o olho do animal. Seu grito de dor reverberou e sangue negro começou a jorrar de seu orbe negro assim que eu retirai a lamina que agora também estava ensopada de liquido negro. Minha deixa foi mostrada e eu me esquivei de sua garra caindo perto de onde os meninos se situavam, sujos e suados.

- Temos que atingir os pontos moles enquanto está distraído. - falei colocando minha arma em posição de defesa - Nico, quando surgir uma brecha se esquie para baixo e acerte em cheio, copiado? Eu e Will vamos distrai-lo. - Assim que terminei minha fala, o animal alaranjado começara a recuperar os sentidos, um de seus olhos estava fechado e banhado em sangue enquanto o outro, banhado em ódio.

Will guardou aa fecha que segurava e apertou o arco que fez um clique e se transformou em uma faca de caça de bronze. Ele pulou para uma das pinças e eu fiz o mesmo na outra. A prendi no cabo negro da minha foice e a segurei com força o suficiente para os nós dos meus dedos ficarem brancos. O olho do monstro mudava de direção constantemente entre mim e Will, que tinha cravado sua faca de caça bem no meio das duas inças. Ele estava prestando atenção em nós somente nós

Então eu vi um vulto preto se jogar por baixo da fera e em seguida o barulho de uma lamina cortando a carne. Em seguida o animal ginchou alto de dor e a espuma verde parou de cair de sua boca e ele caiu morto com a mesma expressão confusa em seus olhos que eu vira antes, caiu sem vida bem em cima de Nico.

- Deuses! Nico estava lá em baixo ainda! - Will gritou sem folego e apavorado enquanto se dirigia em direção a carcaça do animal que começara a se desfazer em poeira, mas não tinha ninguém junto aos restos.

- Cadê aquele gótico trevoso?!- Minha voz saiu levemente desesperada e angustiada. Não podia deixar aquele idiota morrer, não agora. Pensei enquanto girava minha arma fazendo a mesma se transformar em escuridão e se esvair de minha mão como uma nevoa negra e estrelada. Olhei para todos os lados e me toquei de algo - Cadê nossas coisas? - Will estava agachado perto do que restou do caranguejo e pareceu se tocar naquela hora que aquilo também tinha sumido.

- Uau! Você se importa tanto comigo quanto com aquelas mochilas surradas. Estou me arrependendo de ter salvo a sua vida. - Nico estava sentado em uma parte saliente do rochedo juntamente com as mochilas minhas e de Will (já que o mesmo não precisou trazer uma, quando tudo de necessário estava conosco) limpando a lamina negra de sua espada. A pele pálida do rosto tinha respingos tetros, vestígios do sangue da besta e tinha uma expressão calma.

- Como conseguiu escapar Nico? - Will estendeu a mão para o outro que aceitou com relutância. O filho de Apolo estava significantemente mais aliviado, isso reverberava por cada poro dele.

- Fiz uma pequena viagem nas sombras. Nada que vá me cansar, relaxem, eu estou ótimo. - Por mais que ele tenha falado isso para nós, certamente se dirigiu para o portador de cachos angelicais que apresentava já uma expressão de pavor.

Filha de Nyx. A herdeira da noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora