Capítulo 1|| CAT FERNÁNDEZ

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Hoje é um daqueles dias que me pergunto o porquê da minha bela existência, a rua onde o taxista parou é deserta, nem um pinguinho de gente no raio de 300 metros, coberta por árvores retorcidas

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Hoje é um daqueles dias que me pergunto o porquê da minha bela existência, a rua onde o taxista parou é deserta, nem um pinguinho de gente no raio de 300 metros, coberta por árvores retorcidas. E nessa tarde o céu está coberto de nuvens e a mansão mas parece a da família Adams, puta merda! Onde foi que me meti?

A mesma ocupa todo o quarteirão, com vidraças enormes e um chafariz, isso mesmo que você leu. Um chafariz com um anjinho pelado no meio mostrando como veio ao mundo cuspindo água.

Toda a riqueza que vejo apenas pela fresta do portão não faz jus a pesquisa que fiz quando ainda estava no México, precisamente no meu casamento. Minha família é conhecida por toda América Latina por exportar a tequila artesanal mais conhecida do mundo, mas só quem vive dentro daquela maldita fortaleza sabe o que é sorrir querendo chorar por horas a fio, vestir roupas extravagantes quando um simples moletom, é capaz de proteger você de todo o mau que uma família poderosa pode causar.

Cresci, fui prometida em casamento a máfia mexicana, tive meu corpo violado da pior maneira possível e fugi. Quando não consegui mais sorrir em meio a todo aquele caos.

- Você será feliz, preciosa - A voz da minha mãe ainda acalenta minha alma, ela viu o avião decolar e foi ali que deixei minha família para trás. Perdendo o título de herdeira legítima, o direito aos bens que somente uma herdeira era capaz de ter, deixei de ser umas das mulheres mais ricas do mundo para me tornat Cat, uma simples governanta com o salário de 20 mil de dólares por ano, isso se eu ficar no cargo. Claro!

A poltrona do avião acabou com minha bunda, o cansaço domina meu corpo. O que mais quero é entrar nessa maldita mansão, conhecer o meu quarto, deitar e ter uma noite de sono traquila, coisa que não tenho a anos.

O sol está se pondo em meio as nuvens carregadas. Enquanto a floresta sombria dança conforme o vento, não sei o porquê desse nome. Mas deixo para descobrir isso mais tarde, olho para o portão bem no momento que um homem grande usando terno, gravata e uma arma enorme nas mãos, avalia meu corpo com cuidado.

Era só o que faltava - digo aos meus pensamentos, batendo a mão fechada na campainha. Esse idiota ainda não me viu, aqui? Os olhos dele estão na onde? No tiquinho de pau, só pode.

- Ei? Tem como o senhor abrir pra mim? - uso meu tom educado, prendendo a mala pequena com mais afinco nas costas.

- Identidade por favor. O que uma pessoa como você, faz aqui? - o brutamontes chega perto do portão olhando para os dois lados da rua.

- O que seria uma pessoa como eu? - olho com desconfiança para o homem, sua pele carrega um tom bonito mas os dentes mostram o cuidado que o mesmo tem consigo. Que é nenhum!

- Pobre - é o que sai de sua boca. Mas antes que eu possa retrucar ou dizer algo "educado", um carro esportivo do ano para ao meu lado no portão. Dentro vejo dois homens igualmente belos, cabelos longos e ternos caros o que está no volante tem cara de macho alfa, lobo mau. Mas o que está no banco ao seu lado é que chama minha atenção: braços fortes, cabelos soltos ao vento, terno amarrotado e um olhar distante.

Se respirar fundos algumas vezes, posso sugar sua dor daqui de tão grande que ela é. Os olhos claros não brilham e pela sua postura cansada, consigo saber quem é meu novo chefe.

- Muitos o chamam de "Predador" por toda sua carga emocional - o moço que vendia balas no aeroporto falou.

Sinto as gotas de chuva descendo lentamente por minha roupa.

- Como posso ajudá-la? - a voz rouca de um dos irmãos atraí minha atenção. Não havia percebido que o mesmo me chamava, já que minhas roupas molhadas ocuparam por alguns instantes meus pensamentos.

- Sou a nova governanta - as palavras saem, o vento adentra minhas roupas com força me deixando trêmula. Seus olhos felinos fazem uma varredura por cada centímetro que encontra do meu corpo.

- Quantos anos tem? - em nenhum momento Sebastian Broke olhou pra mim, apenas seu irmão.

- 25 anos.

- Brasileira?

- Mexicana - respondo, mesmo tendo um inglês impecável, mas com o sotaque puxado.

- Interessante. Muito interessante... - o irmão que ainda não sei o nome, fala consigo mesmo, um brilho estanho atravessa sua íris enquanto a palavra "interessante" saí mais duas vezes de sua boca.

O bom é saber que minha loucura não será um problema por aqui, apenas o silêncio vindo do tal Sebastian. Isso de alguma forma não me agrada, o que ele esconde por trás de toda essa máscara?

- Mande-a embora - a frase sai sussurrada dos lábios delicio... digo da boca do senhor Broke.

- Sinto em te dizer senhor Broke...- começo a falar mas sou interrompida por uma bela carranca e um rosnado que o mesmo dá, olhando pra mim pela primeira vez.

- Sebastian, apenas Sebastian! - diz avaliando meu corpo. A escuridão deve ser melhor que isso, o que vejo em seus olhos é assustador. Esse homem não está bem, sinto que a qualquer momento o mesmo séria capaz de acabar com sua própria vida. É como um abismo no qual somente ele está.

- Senhor Broke, é um prazer enorme conhecê-lo - estendo a mão para cumprimenta-lo, por alguns segundos a frieza abandona seus olhos e um sorriso pequeno desenha seus lábios bonitos.

- Seja bem vinda a mansão Broke, aliás sou Athos Broke o irmão do seu chefe. Gosta de tequila? Vamos entrar, já está tarde - a porta de trás é destravada, em dois passos estou dentro do carro que cheira a novo.

- Porquê a pergunta? - digo paranóica, será que ele descobriu sobre minha verdadeira identidade?

- Minha mulher é louca por tequila, por isso perguntei. Vou apresentá-las, o Tom está na cidade e - antes que ele termine a fala, a voz do meu chefiho domina o carro.

- Ela terá muito trabalho. Tom está ocupado e ela é minha funcionária - rosna para o irmão.

- Vou adorar conhecer sua mulher e o Tom - uso meu tom mais calmo. Quem esse moço acha que é para me tratar dessa maneira?

- Isso é bom - Athos sussurra entrando na mansão, a chuva aumenta do lado de fora - Podemos conversar no escritório. Entre Sebastian, depois falo com você - sinto o carinho em sua voz. Ele nem questiona antes de sair do carro, batendo a porta com força.

- Sebastian está em processo de recuperação. Quero que cuide dele em todos os aspectos, não entrarei em detalhes porque você vai descobrir por si só. Você vai, ver e ouvir coisas... Apenas não desista dele, não o deixe por favor.

- Estou aqui para isso senhor Broke - estamos nos olhando pelo retrovisor.

- Não o destrua mais!

- Não da para destruir, o que já está destruído senhor, Athos Broke.

- Não da para destruir, o que já está destruído senhor, Athos Broke

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SEBASTIAN BROKE || DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora