Capítulo 2 || SEBASTIAN BROKE

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Chove forte em Portland, as nuvens choram igual ao que restou do meu coração

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Chove forte em Portland, as nuvens choram igual ao que restou do meu coração. O roupão abraça meus corpo, os cabelos revoltos e um copo de cristal nas mãos - É assim que me encontro, olhando o movimento das árvores lá fora, desgutando o uísque mais caro da adega, foda-se o tratamento. Foda-se a porra da minha vida.

Ela se foi levando tudo de bom, todas as partes boas que jaziam em mim foram embora junto daquela maldita mulher.

Desde os 14 anos que nutro uma paixão arrebatadora por Geovanna, foi algo novo para um garoto cheio de espinhas cujo o pai mimava mais do que tudo, apenas por odiar Athos, o filho prodígio da família Broke.

Geovanna fazia parte da família mas até aquele determinado momento não havia entrado totalmente em nossas vidas, foi ali que vendi minha alma para o diabo, quando o sorriso dela, por mais falso que fosse dominou cada segundo da minha vida. Eu acreditei quando a mesma chorou nos meus braços pela perda dos país, acreditei em sua dor e em seu luto. Ela me afundou junto a ela, fui acorrentado.

Sabe quando seu corpo alerta que algo está errado? É como se ele detectasse o mau a quilômetros de distância. Os arrepios na espinhas seguidos do suor descendo por minha temporã, não era desejo, era medo! O mais puro medo, meu corpo gritou para que me mantivesse longe dela. E aos invés de correr, afundei junto a ela.

Mas o sorriso dela, foi mais forte. Aos poucos ela invadiu a mansão Broke, logo depois meu quarto, as contas bancárias e depôs de tudo isso, meu coração. Nesse ela entrou sem pedir licença jogando toda sua bagagem nos cantos, por essa eu não esperava mas fiquei com ela. Em todas as festas, eventos e momentos em família. Ela estava lá!

Observo a chuva lá fora, tenho que lutar sem querer. Mas as lembranças, essas estão em cada parte dessa casa, nessa suíte luxuosa, até mesmo no lixo da cozinha é possível ver resquícios dela.

- Trás ela de volta...- sussuro para a lua. Meu peito dói, apenas não quero sentir esse gosto amargo na boca junto ao sentimento de abandono. Ela me ama, tenho certeza que voltará pra mim. Dei tudo de mim pra ela, confio de olhos fechados na morena que domina meus pensamentos.

Quando lembro de suas lágrimas é como estar na beira de um precipício mas não se jogar, não até ela segurar sua mão. E pular junto comigo - pensamentos assim são comuns agora, não quero olhar para o Théo, ele é a prova viva do amor de Geovanna por mim, ou o motivo pelo qual ela me abandonou.

No dia do nosso casamento fiquei durante horas esperando ela no altar, segurando rosas na mão direita e a aliança na outra mão. Os convidados foram embora, o bolo foi jogado na parede pelo Athos que gritou dizendo coisas ruins dela, mas eu sabia que algo havia acontecido. Seu telefone dava apenas caixa postal, por isso esperei sentado no meio da igreja. Ficou tarde mas ela chegou, coberta de marcas estranhas no corpo, o vestido amassado, totalmente bêbada em uma limusine cheia de homens. Depois de cuidar dela já na casa que comprei no centro da cidade, ela explicou que estava em sua despedida de solteira. O carro quebrou o que deixou todos presos no meio do caminho. Por isso ela não chegou a tempo no dia mais especial de sua vida.

Entendi a situação, e nós amamos na escada com ela gemendo meu nome, meu pau batendo fundo em sua bucetinha apertada. Sempre acreditei na mulher que escolhi para dividir a vida comigo, pode parecer mentira, mas ela me ama.

É pra mim que ela volta depois das orgias que participa, eu sei o quanto custa a solidão mas Geovanna é minha luz. Pode parecer errado tudo o que vivemos, mas não tem graça quando alguém crítica por ela ser ambiciosa em um nível extremo. Dediquei minha vida a ela, trabalho dia e noite para dar tudo o que ela merece. Nunca me deram amor, apenas ela em meio a festas, drogas e bebida.

Eu sei que algo está errado, ela não me deixaria por nada. Talvez o Athos tenha sumido com ela do mapa, não confio nele perto da minha mulher. Depois de me jogar em uma clínica de reabilitação na Alemanha, aquele bastardo filho da puta está correndo atrás de Laila. Uma escritora totalmente gostosa, que entrou em sua vida do nada. Joguei meu charme nela, e sei que ela ainda passará pela minha cama. Vivo em um relacionamento aberto, não me importo nem um pouco com isso, o corpo de Geovanna é delicioso, seria egoísmo da minha parte ficar com ele só pra mim. Ela me ensinou isso, devemos transar com quem desejarmos, sem tabus.

Sexo é igual drogas e bebida. Gostoso, proibido e perigoso, mas agora não tenho cabeça pra isso. Preciso encontrar minha mulher, preciso dela igual preciso de oxigênio, foda-se o dinheiro que vou gastar no processo, a porra das pessoas que terei que derrubar para encontra-lá.

Amar dói, igual ouvir a voz da nova governanta dançando e cantando funk todos os dias ao organizar a mansão. Onde ela aprendeu essas músicas? Não tenho noção, ela é mexicana o que imagino ser de sua cultura, fazendo assim ela ter costumes e gostos diferentes. A mesma tem o costume de usar roupas alegres, fones de ouvido e todo o talento do mundo para me irritar. Se reclamo do sal na comida a desgramada coloca mais, saindo rebolando aquela bunda enorme presa na calça apertada. Cat é a definição perfeita da frase: espírito livre. Mantenho a distância dela, já faz uma semana que ela está aqui.

Quando encosto a cabeça no travesseiro que lembro de Geovanna, Cat é apenas uma empregada que está aqui para vigiar cada passo meu. Meu coração está mau assombrado, preciso encontrar Geovanna logo, antes que algo aconteça. Antes que as sirenes toquem e meu corpo seja encontrado na frente da mansão, totalmente sem vida.

Eu nunca fiz questão de estar aqui, apenas ela mantém tudo de bom que a em mim. Quero Geovanna agora, já sou conhecido como predador afinal tudo o que toco, é transformado em dor.

Não sou mais eu mesmo, a algum tempo, queria ser imaginário. Viver no mundo real é horrível, nem os meus demônios gostam daqui, preciso sumir com Geovanna, usar novamente as drogas injetáveis. A única maneira que encontrei de me manter vivo, na droga desse mundo.

Não quero mudar, essa merda não funciona mais. Preciso acabar logo com essa dor, não posso fugir, mas desejo sumir. As pessoas detém o poder de destruir uma pessoa, preciso esconder meus sentimentos, vontades e a dor, essa sempre está presente aqui.

(...)

Se está aqui em busca de uma história de amor, sinto muito. Essa é uma história triste, onde destruí a única pessoa que tentou me tirar do inferno.

- Não me Deixe...- É a voz dela. Não sinto mais meu corpo, não sinto mais nada. Era pra ser assim desde o início. - E é assim que ganho a escuridão ouvindo a voz da única mulher que amou os destroços de Sebastian Broke. A culpa não foi dela, o predador é um destruidor de sentimentos.

SEBASTIAN BROKE || DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora