Prologue

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Essa história é dedicada ao meu Anjo Fulvo.


"Eu me aprecio bem mais do que costumo; 

contigo no coração, valho mais que eu mesmo (...)

Vou a qualquer lugar como quem se carrega de armas e 

sortilégios, que todo perigo afugenta".

- Michelangelo Buonarroti


As costas encurvadas deleitavam-se sobre a superfície vívida, desformada sob suas mãos precisas. Maleava cada parte da estatura que aos poucos tomava a forma díspar que seus sonhos lhe entregaram. A divindade que concernia seu dom a cada dia tornava-se realidade em cada escultura proveniente, ou arquitetura condigna. Ao som dos pássaros benevolentes e feras noturnas apropriava-se de sua melodia que dispunha da veracidade de seus movimentos.

A singularidade que compunha as feições de sua nova obra intrigavam os que antes contemplaram o gênese de David e Mosè, mas a resposta era além dos padrões aceitáveis que definiam a arte renascentista.

"Ho visto un angelo nel marmo ed ho scolpito fino a liberarlo."

Nas palavras precisas traduzia-se:

"Vi um anjo no bloco de mármore e simplesmente fui esculpindo até libertá-lo."

Ao dispor o plano terrestre verticalmente sobre a superfície lisa e encontrar-se ao fastígio do mundo, ao sul, enxergava-se o crescimento da nação peculiar que caminhava sobre milênios. As características físicas que assemelhavam-se à obra que cultivava em seu espaço habitual, os olhos lineares esticados tão simbólicos.

Firmada sobre o pedestal que a mantinha, descrita na mais profunda perfeição que permitia a visão humana. O último toque do cinzel na pedra maciça que dissipava a poeira para longe. Enfim, o último detalhe estava ultimado, e sua obra enfim, completa.

Ao vigésimo mês o criador afastou-se de sua obra-prima e dispôs a olhá-la. As ferramentas que por pouco não fundiam-se a seu corpo tomaram seu lugar ao chão, ao ver a dimensão do perpetuar de seu dom disposto ao centro da sala. Necessário fosse que o nomeasse. Com os olhos voltados ao mapa estendido no plano sob seus pés, e agradecido ao dom divino, nomeou-o: Talento Meridionale, o expressivo e controverso, Talento do Sul

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Os agradecimentos de forma completa serão colocados no final, mas desde já gostaria de deixar minha gratidão explícita para duas pessoas que me inspiraram muito a escrever um pouco da forma que meus olhos enxergam Kim NamJoon: 

LuaInAHoodie, que alimentou a ideia da escrita através de Estelífero, eu estava completamente perplexa com a forma na qual você transmitia como enxergava seu menino especial.

 Mas ainda não tinha uma ideia do que fazer, e isso dedico à você Haru, que fez todo o resto, desde a ideia até criação, meu anjo fulvo.

Capa por: haruka_sakamaki_

Betagem e revisão: marveril

Renascer ao Talento do SulOnde histórias criam vida. Descubra agora