Black Swan • kth + myg + jhs

Half of my soul has been taken from me, I have the right to do the same, right?

                                                             1970

Taehyung gritava. Gritava como se sua alma estivesse sendo tirada de seu corpo.

A dor das agulhas fincadas nos seus braços, não era nada comparado a dor que sentia cada vez que o líquido preto ia de encontro com suas veias.

Sentia como se seu sangue estivesse sendo drenado aos poucos, gota por gota, a cada segundo, a cada espasmo de dor.

Seu corpo ardia como se fogo corresse dentro de si, andando de um lado para o outro, queimando tudo que estava em sua frente.

Suor escorria pelo seu corpo, e sua cabeça doia desesperadamente. Queria pedir socorro, mas não conseguia se quer formular uma palavra.

E seu pai estava alí. O olhando apavorado, mas sem nenhum indício que pararia com o seu maior experimento.

Pare com isso, tire essas agulhas de mim, por favor papai!

Era isso que o garoto de 15 anos pedia silenciosamente.

Por favor.

Por favor.

Por favor.

Por favor...

                                                             2020

Era nisso que Taehyung estava pensava enquanto brincava com os muitos anéis que enfeitavam seus dedos longos.

Seu pai estava em sua frente, o olhando com pavor, talvez tentando imaginar em como seu filho estava em sua frente.

Isso era impossível.

— C‐como veio até aqui? — O velho resolveu buscar a resposta para sua pergunta, sua voz saindo baixa e temerosa.

Taehyung sorriu. Sorriu de uma forma tão sombria que fez com que seu pai extremesesse por completo.

— Não é tão difícil sair do inferno papai. — E disse se levantando, fazendo Baek arregalar os olhos e se encolher mais ao sofá.

— Se acalme. — Riu. — Eu não vou te machucar. — Passou as mãos pelos quadros empoeirados, virando as costas para o pai. — Ainda.

Isso foi o suficiente para que Baek se desesperasse, levantando para sair dali, mas não conseguiu mexer um músculo se quer. Esse ato amedrontado fez com que Tae gargalhasse, se virando para seu pai novamente.

— Hoje estou tão animado. — Se aproximou do outro, ainda rindo um tanto. — Que tal brincarmos de algo, hm?

— O-que?

— Vamos brincar! — Sorriu, fingindo estar animado.

— Para que isso? Filho, por favor, me solte. — Suplicou, tentando de todas as formas se levantar, mas parando quando sentiu algo queimando em sua pele, gritando dolorosamente em seguida.