CAPÍTULO 04

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Sabina Pov

  Meu visito super lindo, perfeito, maravilhoso, atencioso e gato de acordo com minha mãe, agora estava ajudando a arrumar tudo, isso vai comprovar mais do que ela disse.

  Noah tinha mudado de 3 a 100%. E essa mudança mexeu com o coração das lunáticas do meu bairro. Elas observavam Noah da varanda e passavam toda hora acenando. Essas mesmas garotas que desprezaram ele anos atrás.

— Não entendo, por que você não gosta do Noah? —  Perguntou minha mãe ao me ver de braços cruzados.

— Porque ele é um metido sem sal. Ele é fingido também, essa pinta de bom moço acaba amanhã.

  Na verdade eu não sabia bem porque eu odiava ele tanto. Éramos quase irmãos quando pequenos, nos afastamos porque a namorada dele parecia sempre incomodada. Fiz novos amigos e segui um rumo diferente do dele. Ele foi para a escola do exército, ficou até noivo, quase não tínhamos tempo para nos falar.

— Por que vocês não tentam ser amigos? Ele é uma boa pessoa sim filha, você que não deu uma chance pra vocês dois se conhecerem.

Eu ri, mas foi puro sarcasmo. Não fui eu no passado que trocou a amiga por uma namorada obsessiva.

Por algum instante, em um intervalo de alguns milésimos segundos, Noah olhou pra mim. Ele olhou bem sério, com um olhar intenso, desviei o olhar imediatamente e entrei em casa. Nenhum cara devia intimidar uma garota assim.  Nenhuma garota como eu devia espionar um cara pelas cortinhas da casa, mas mesmo assim eu fiz. Noah estava lá ainda, ajeitando as coisas. Ele era um babaca, mas vou admitir que ele é uma boa pessoa e tem um bom coração.

(...)

Mamãe resolveu levar o carro na oficina em pleno domingo. Fomos no mercado e visitamos minha vó. Quase no final do dia eu estava exausta, só queria minha casa e principalmente minha cama.

Quando voltamos de carro pra casa, passamos em frente a praia, por mais que eu quisesse ir pra casa, minha intuição disse para eu ficar e ver o pôr-do-sol, eu não lembro direito, mas isso me lembrava um momento feliz da minha vida.

— Pode me deixar aqui mãe? Eu peço um táxi pelo aplicativo depois.

Bailey disse que ficaria porque uns amigos iam acender uma fogueira na praia e cantar. Mamãe parou o carro e saímos, mas para caminhos diferentes.

Me sentei na areia da praia e observei a sol de pondo a cada minutinho, as lembranças do passado nem davam sinal, mas eu sinto que eu vim aqui com alguém especial. Será que foi meu pai? Ou minha mãe? Bailey sem chances.

— Ele é realmente lindo —  Disse uma voz atrás de mim fazendo eu dar um pulo.

— Noah, você me assustou — Digo incrédula com a mão no coração, ele apenas riu e sentou-se ao meu lado — Idiota.

— Relembrando as épocas da escola — Ele disse e eu tentei ao máximo não tentar rir, mas foi impossível.

Logo quando nos mudamos, Noah e eu sempre fugimos de casa pra ver o pôr-do-sol. Até que tudo acabou quando ele passou a trazer a namorada.

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei.

— Vim com uns amigos — Ele apontou para um grupo de pessoas em volta de uma fogueira. Uma boa festa ia acontecer essa noite — Vamos cantar, comer e talvez beber.

— Era tão melhor na época, todo mundo bebia ilegalmente, cantávamos músicas antigas e queimamos o celular da Joalin.

Noah riu e pela primeira vez no fim da tarde eu ri, foi uma risada bem sincera. Era tão bom os velhos tempos, não tinha preocupação, choro, mágoa. Tinha meu pai.

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⏰ Última atualização: Feb 18, 2020 ⏰

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