Um passo mais perto

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Depois do restaurante, voltamos para o hotel. Cada um em seu quarto.
Eram suítes pequenas, mas aconchegantes e quentinhas.
Eu pego um edredom no armário e coloco um pijama super quentinho. Era um kigurumi de unicórnio.
Logo eu me cubro e deito de lado, assim fechando os olhos.
Mas o sono não vem.
Está faltando alguma coisa...
Eu calço minha pantufa, que pra variar, também é de unicórnio.
Eu abro minha porta, agarrada num unicórnio de pelúcia.
-Matt!
Ele abre a porta, que fica de frente para a minha.
-Depois eu que pareço uma criança de 3 anos...
Ele diz me olhando de cima a baixo.
-Boa noite pra você também seu chato!
Ele me agarra e me dá o maior e o melhor abraço do mundo.
-Boa noite Anny!
-Boa noite!
Agora finalmente eu posso dormir...
NO DIA SEGUINTE
-Anny!
Eu escuto Matt me chamando e abro a porta.
-Que foi?
-Se troca, a gente tem que achar o tio Will.
-Claro!
Eu me troco e depois de alguns minutos, já estamos novamente caminhando pelo Brooklin.
Nós procuramos por meu pai em shoppings, bares, indústria e comércio.
Na Gucci, na Balenciaga, na Michael Kors... Lojas que eu pensava que só tinha em Beverly Hills.
-Já tô com saudades da praia.
-Anny, você sabe que a praia em que nós sempre vamos, na verdade é em Santa Mônica, né?
-Verdade... E tem o parque!
-Aquele é de Beverly Hills mesmo, Santa Mônica é maior.
-Minha vida é uma mentira...
-Haha... Vem Anny.
Ele diz me puxando para dentro de uma perfumaria.
-Oi! Em que posso ajudar?
Pergunta um vendedor animado.
-Eu estou procurando um homem chamado William Swan Brooklin.
-É o meu chefe, querida!
Ele faz um sinal para subirmos as escadas.
Eu e Matt vamos andando pelo corredor longo, até que chegamos no fim. Tem uma porta escrito "chefe"...
-Só pode ser essa, né-Diz o Matt-? Calma... vai ficar tudo bem.
Ele diz passando a mão no meu cabelo.
-Vai.
Eu afirmo.
Eu abro a porta.
Um homem bravo gritava ao telefone.
-Está subindo no mercado! NÃO! NÃO!!! Eu não quero a outra eu quero essa!!! NÃOOOOO!!!!!
Fecho a porta.
-Não é meu pai.
-Graças a Deus!
Matt diz colocando a mão direita no coração e respirando fundo.
Nós saímos da loja.
-Bom... parece que tem mais de um Sr.Brooklin no Brooklin.
-Você tá chorando?
-Vai ser tão difícil!
-Anny calma...
Eu coloco minhas mãos no rosto e ele me abraça.
-Ei! Você acha que ele tem alguma rede social?
-Nunca teve. Não ia ser agora que ele ia criar. Quer dizer... Não sei!
-Anny ele vai se lembrar de você assim que ouvir a sua voz.
-Não tenho certeza...
-Bom... Que tal se nós comessemos o cachorro quente de Nova York?
-Tá bom.
-Vem cá.
Matt me puxa para uma barraquinha de cachorro quente, onde havia 3 mulheres trabalhando. Elas sorriam para todos os clientes.
-Carne.
Eu peço.
-O mesmo. E duas Cocas!
Nós comemos os cachorros quentes e eu me acalmo.
-Então, me fala mais do tio Will.
-Bom... Meu pai é alto, tem olhos verdes, cabelos castanho escuro, braços fortes, voz suave, adora cantar e tem um abraço que te faz sentir protegido.
-Ei! Falando em cantar, que tal se a gente fosse hoje, jantar naquele restaurante com música ao vivo?
-Isso é um convite pra um encontro, senhor Mattew?
-Interprete como quiser.
Ele dá aquele sorriso de canto novamente e eu assusto com a buzina de uma moto.
Nós rimos.
2 HORAS DEPOIS
Eu e Matt estamos na ponte do Brooklin, aproveitamos pra tirar várias fotos, afinal, autoestima reina!
Eu e ele decidimos perguntar para pessoas na rua mas poucos paravam pra nos ouvir.
-Com licença!
-Pois não?
-O senhor conhece um homem... William Swan Brooklin?
-Nunca ouvi falar, moça.
-Obrigada.
-Senhora-Matt tentava contato, mas nada acontecia-!
-Deixa, Matt... Vamos embora. É hora do almoço.
Eu saio cabisbaixa de lá e nós resolvemos almoçar no hotel.
Cada coisa cara...
-Jesus! Olha isso, Mattew!
-Socorro!
-Um tequinho de comida por esse preço??
-Anny... Você tem o nome do seu pai?
-Sim. Anny Smith Brooklin.
-Eu não sabia que tinha um Brooklin aí no final.
-Haha, pois é!
-Senhores, já estão decididos?
-Sim. Eu quero espaguete. E Coca.
-Rondelle.
-Coca Cola também, senhor-pergunta novamente o garçom-?
-Sim, por favor.
O garçom vai embora.
-Tô me sentindo chique-sussurra Matt-.
-Você tem uma Lamborghini!
-E daí?
-Ah, é só uma Lamborghini...
Eu falo em tom sarcástico e Matt balança a cabeça.
5 HORAS DEPOIS
Agora são 17:50 da tarde.
Eu e Matt aproveitamos bem o dia, apesar do esforço pra encontrar meu pai. Nós até assistimos um lançamento no cinema. E ainda bem que não foi de terror.
Eu não me arrumo muito pra sair com Matt, por que ele não é de ficar se arrumando tanto, também. Ele só não vai de chinelo por que tá frio.
-Anny...
Eu escuto ele me chamar pela porta.
-Oi!
-Tá pronta?
-Sim-falo abrindo a porta-!
Ele me olha de cima a baixo.
-Tá... Tá linda...
-Obrigada-Eu deposito um beijo em seu rosto-! Vamos?
-Ahã...
Logo estávamos no Brooklin. Chegamos em frente ao restaurante e entramos. Nós comemos e já estávamos quase indo em bora quando o bar man insistiu que ficássemos.
-Por favor, ele é novo! Está começando agora...
-Tá. A gente fica. A gente fica, né Matt?
-Pode ser.
Então eu me sento novamente na mesa, mas estou de costas para o palco.
A melodia começa e eu encaro Matt.
-Eu conheço isso de algum lugar...
A voz misteriosa surge no meio da melodia.
-Agora eu era herói... E o meu cavalo só falava inglês.
Imediatamente eu fico em pé e acompanho a voz, cantando também.
-A noiva do cowboy... Era você além das outras três.
Ele para de cantar e tocar seu violão no mesmo instante. Ninguém nos Estados Unidos iria saber cantar tão bem Chico Buarque.
O homem vem em minha direção e eu finalmente posso ver seu rosto sob a luz de alguma vela.

Meu Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora