A procura do meu herói

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Faz realmente muito tempo que não o vejo.
-Ei, Anny! Vai ficar aí parada?
Num instante eu saio dos meus pensamentos e volto pra realidade.
-Ah, desculpa. Viajei aqui...
Eu entro no carro.
-Tava pensando no que?
-Meu pai.
O silêncio permanece por alguns segundos.
-O que aconteceu com ele? Se não se incomodar, claro...
-Tudo bem.
Eu respiro fundo.
-Eu morava com meu pai e minha mãe. Até que um dia... Há quase dois anos atrás, eu estava voltando do colégio com a Lieslel. Ela ia passar a noite em casa. Mas justo naquele dia, a gente voltou mais cedo, por que a Mindsey McCallister colocou fogo num guaxinim e disse que foi a gente.
Então, eu e Lies fomos subindo a escada e tinha um barulho alto, que só ia aumentando e aumentando e aumentando. Como eu sabia que minha mãe estava na cidade ao lado pra uma reportagem, eu logo me liguei do que estava acontecendo.
Não sei de onde tirei forças, mas eu arrombei aquela porta e soltei o grito mais alto que eu consegui.
Eu puxei tanto os cabelos daquela mulher... Ela teve que sair de ambulância, e ainda teve a audácia, de prestar queixa. Contra um docinho de menina com 15 anos.
No dia seguinte, meu pai já estava em Nova York.
Mattew para o carro no acostamento.
-Você sente saudades do seu pai mesmo, né?
-Sim.
-Então... A gente tá na rodovia 405, saindo de Bel Air, pra ir até nosso colégio que fica basicamente na beira dessa rodovia.
Na 405, voê sabe, tem vários postos e lojas de conveniência, nós podemos fazer várias paradas, oque acumulariam 35 horas de viagem, já que daqui até Nova York são 4.510 quilômetros. E aí?
-Corre pra Nova York o mais rápido possível!
Eu não acreditei que ele ia fazer mesmo, aquilo por mim.
1 HORA DEPOIS
-Cara, esqueci de avisar minha mãe!
Eu mando mensagens pra minha mãe e no começo ela fica meio brava, mas depois ela deixa eu ir com Matt ver meu pai.
-Qual o nome dele?
-William Swan Brooklyn. Que coincidentemente, mora no Brooklyn.
-Então ele tem nome de personagem e, de bairro?
-Tem.
-Privilegiado.
-Ele é privilegiado e você é o cara da Lamborghini preta e, fosca.
-Ué...
3 HORAS DEPOIS
-Matt, ali tem um posto.
Eu digo apontando e ele estaciona.
-Vamos abastecer e comer.
-Beleza.
Eu vejo que os pneus estão meio vazio e começo a encher eles, depois vou pra dentro e peço nosso almoço enquanto ele coloca álcool no carro.
Ele é enjoado e não come cebola, então eu pego tudo.
-Mais pra mim!
-Faça a sua festa!
1 HORA DEPOIS
-Matt, a gente ainda tá no meio da rodovia 10! Não é mais fácil ir de avião?
-Só se tiver um aeroporto em riverside.
-Tem. É o aeroporto municipal.
-Então tá...
Ele dirige até aeroporto.
-Anny, você é lerda, né?
-Uai-Digo saindo do carro-... Por que? Tem medo de avião, é?
-A gente não tá com passaporte.
-Ah...
Eu entro no carro e coloco a mão no queixo.
-É verdade, né? Eu esqueci...
7 HORAS DEPOIS
-Já são seis da tarde... Tô com fome.
-Aqui não tem posto... Mas tem um hotelzinho.
-Então para lá.
Eu e Matt entramos no hotel e pedimos um quarto pra cada. Ainda bem que estávamos com um pouco de dinheiro... Mas o hotel é barato.
ALGUMAS HORAS DEPOIS
São 3:30 da manhã.
Se eu e Matt quisermos chegar a tempo em NY, temos que correr.
-Matt-falo enquanto bato na porta-!!! VAMOOOOOOS!!!!!!!
Ele abre a porta zonzo feito zumbi.
-Quem?
-Matt, dá a chave!
Ele entra de volta no quarto, pega as chaves e me entrega.
-Você sabe dirigir mesmo?
-Sim. Eu só não tenho um carro.
Nós começamos a andar e logo descemos as escadas para a recepção.
Eu estou meio confusa.
Será que ele ainda me ama?
-Matt-Eu falo abrindo as portas do carro-... E se ele não gostar de mim?
Nós entramos.
-Olha... Eu vou ser sincero. Há uma certa possibilidade... Mas por que não?
Afinal, você é doce, gentil, educada... E mais um trilhão de coisas incríveis.
Eu errei com você... Queria aproveitar e te pedir desculpas. Eu sabia que a Mindsey era sua pior inimiga e mesmo assim eu fui lá, e fiz aquilo. E eu te chamei de egoísta... Quando na verdade... Você só estava tentando abrir os meus olhos. Eu te amo tanto. Você é a minha melhor amiga e, eu quase te perdi por culpa do meu ego.
Me perdoa?
-Como não te perdoar, hein?
Ele me abraça tão forte que meus ossos chegam a ser esmagados.
Hora de botar o pé na estrada!
18 HORAS DEPOIS
Mattew já está dormindo há um bom tempo.
Ele não acorda nem com os buracos da estrada. Parece um urso!
-Mattew!Maaaaatt!!!!! MATTEW CARAMBA ACORDA!!!!!!
Ele acorda num pulo.
-Sim senhor!
E faz um sinal de exército.
Eu morro de rir.
-Você é muito idiota, cara. A gente já tá chegando.
-Oba!! Tio... Qual o nome do tio seu pai mesmo?
-William.
-Tio Will!!
-Tá parecendo uma criança de 3 anos entrando numa loja de doces.
-Mas isso é melhor que uma loja de doces! Você vai ver seu pai!!
-Se a gente achar ele...
Eu digo olhando pra multidão que se formava no comecinho de NY.
Logo estávamos entrando no Soho.
Eu e Matt procurávamos um hotel, mas o único que achamos foi um 5 estrelas. Não ia rodar Nova York inteira para achar um único hotel.
O hotel era caro, mas aconchegante e eu pude pagar com o cartão de crédito, que por sorte, estava na capinha do meu celular.
-A gente quase tem que dormir no carro, Matt!
-Sorte a nossa que você tem esse cartão.
-Cuidado pra não torrar ele!
-Não vou fazer nada! Não vou gastar um centavo!
5 MINUTOS DEPOIS
-Eu tô com fome, Anny! A gente podia comer em algum restaurante!
-Tá bom.
Nós estávamos andando pelo Brooklin quando vimos 2 restaurantes.
-Olha só, esse aqui tem música ao vivo!
-Eu não tô a fim de música hoje, Matt... Talvez amanhã.
-Okay... Eu também tô cansadão...
Nós entramos no restaurante que não tinha música.
Logo Matt pega o cardápio e pede a maior refeição.
Eu pedi só um strogonoff.
-Você come igual a um touro.
-Comida é vida!
Eu fico boquiaberta com aquela situação...

Meu Primeiro AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora