Tudo Novo

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No dia seguinte começamos a arrumar as malas para a mudança, todos estavam em silêncioe meus pais haviam prometido que sempre que possível iríamos nos encontrar eque nunca perderíamos contato.

Eu fiquei me perguntando se meus pais resolveram se separar realmente porque não poderiam abrir mão do que queriam ou isso foi só um pretexto. O dia passou devagar e quando a noite chegou, nós já tínhamos arrumado tudo, eu fui para o meu quarto sem jantar e me joguei na cama enterrando meu rosto no travesseiro, a minha vontade era gritar e chorar igual a uma criança, mas eu não fiz isso. Minha mãe sempre me falava que eu sempre fui adulta demais para minha idade.

Eu não tinha me dado conta de como eu estava cansada eu nem precisei me esforçar muito, alguns minutos depois eu já estava dormindo.

Acordei cedo, tomei banho e desci para o café da manhã, mais uma vez tudo estava em silêncio quando terminamos o café meu pai foi terminar de colocar as coisas no carro, minha mãe me abraçou como se nunca mais fosse me ver, eu retribui o abraço e me mantive firme para não chorar. Eu não queria que ela sofresse mais do que já estava sofrendo.

- Eu te amo mãe – Eu disse com a voz tremida.

- Eu também filha – Ela me abraçou ainda mais forte.

Depois da longa despedida com a minha mãe fui até meus irmãos e os abracei.

- Eu vou sentir falta de vocês – Eu disse me afastando para olhar nos olhos deles.

- Nós também vamos – Caio falou dando um sorriso forçado.

- É vamos sim – acrescentou Rodrigo, que era a pessoa que mais estava sofrendo com tudo isso.

Eu fui o mais rápido que pude para o carro, enquanto meu pai se despedia dos meninos, não queria ver mais ninguém chorando. Nunca havia precisado me despedir de ninguém antes, mas a partir daquele instante sabia que odiava despedida.

O caminho até o fim do mundo onde agora iria ser minha casa foi muito silencioso, meu pai fingia prestar atenção na estrada e eu olhava pela janela com um olhar distante, depois de algum tempo eu acabei dormindo. Sonhei que eu estava em uma casa que eu não conhecia era grande, mas vazia eu estava me sentido muito sozinha.

- Bia – eu escutei uma voz distante – Filha, chegamos – reconheci a voz do meu pai e percebi que havíamos parado.

Abri os olhos e vi uma rua que já não era da cidade grande, desci do carro meio contrariada e olhei ao redor o lugar onde meu pai crescerá, não havia nenhuma pessoa por perto, mas logo umas cabeças começaram a aparecer nas janelas. Em cidade pequena só podia ter um monte de curiosos ainda mais quando chegavam pessoas novas.

- Essa é a nossa casa – apontou meu pai para a casa onde ele havia encostado o carro em frente.

Tentei ignorar os bisbilhoteiros e me concentrar na casa, era aparentemente bem grande em um tom amarelo pastel, quando meu pai abriu o portão deu para ver um corredor comprido que levava para casa.

- É agora é tudo novo – disse meu pai parecendo satisfeito. - Pode entrar seu quarto é no segundo andar a direita ele é o lilás, se você preferir depois podemos mudar a cor.

Concordei com a cabeça não queria discutir sobre esse assunto no momento entrei na casa, o primeiro cômodo era a sala num tom alaranjado e eu me dei conta de que já estava mobiliada, fui andando e vi que não só a sala como toda casa já tinha móveis fiquei pensando há quanto tempo meu pai tinha planejado isso.

Em geral a casa era bem bonita, todos os cômodos eram grandes e com as cores sempre vivas, meu quarto era um suíte lilás com uma cama de casal que eu adorei, tinha ainda uma mesinha com um computador e uma televisão em cima de uma cômoda, esse meu quarto novo era bem melhor do que o antigo.

Com ou Sem vocêWhere stories live. Discover now