Capítulo 2

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HELOÍSA

Dou um beijo no meu pequeno que logo iria para escola, e saio de casa. Renata sempre o deixa na escola antes de vir para o café; Já Adriana e eu, entramos antes para adiantar o trabalho. Muito antes, diga-se de passagem! O café Donabella tem tomado cada segundo dos nossos dias, e não faz muito tempo que o abrimos!

Faz quatro meses que estamos vivendo a loucura de montar um café bem típico brasileiro em uma terra estrangeira. Ele é bem pequeno, apenas cinco mesas e um balcão nos fundos do pequeno salão onde nossas gostosuras ficam expostas em uma vitrine! Lógico que são gostosuras do meu lindo país! Mas com cara de casa de vó, de café coado e que são servidos em pequenas garrafas térmicas como na maioria dos lares brasileiros.

Mesa a mesa, ou copo a copo, para aqueles que não podem se dar ao luxo de se sentar e apreciar a primeira refeição do dia com uma bela vista da rua. O local onde ficam as mesas têm uma janela de parede inteira que dá vista para rua e é um charme. A janela foi o principal motivo por eu ter comprado o local. Achei um ponto muito positivo, já que não iríamos ter condições financeiras de fazer algo muito elaborado com a grana que tínhamos.

Tudo é muito simples, porém organizado em cada detalhe. O ambiente é decorado com quadros que retratam alguns locais muito bonitos do Brasil, que dão um charme todo especial ao lugar.

Estamos vivendo espremidas em uma kitnet próximo ao café para economizar o máximo possível! O Donabella tem sido um sucesso nesses meses, graças a Deus, vive cheio! Nossos clientes são muito receptivos ao nosso cardápio e muitos aderiram a algo que fazemos para ajudar as pessoas que passam por algum tipo de necessidade.

Aqui no Donabella, temos uma política de só servir o que foi feito no dia, então, no final do dia, montamos pequenos kits com o que ficou na vitrine e doamos! Alguns vêm buscar no próprio café, outros recebem conforme vamos encontrando rumo ao caminho de casa. Alguns de nossos clientes, sabendo dessa nossa iniciativa, sempre deixam dois ou mais lanches e cafés pagos para que possamos continuar a nossa ajuda sem nos prejudicar...

E é aí que vemos sempre a mão de Deus, que não nos tem faltado em todos esses meses, nos permitindo o nosso sustento e também ajudar irmãos que estão em situação, muitas vezes, de rua.

Entramos no café e já vamos para a nossa correria. Antes de abrir, vamos realizando o trabalho, e, de vez em quando, troco uma palavra ou outra com Adriana. Eu já tinha abastecido a vitrine, quando vejo Renata entrar pela porta com seu sorriso habitual de menina, que apesar de já ter 18 anos, parece ainda uma menina sapeca. Nos apressamos em abrir, e logo os nossos clientes começam a chegar. E o dia foi aquela correria que parecia não ter fim.

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Brasil com gosto de Emirados - Volume 1 - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora