𝓓𝒐𝒔𝒆 𝒅𝒆 𝓞́𝒅𝒊𝒐

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Dentro do carro, Jimin é o único relaxado, cheio de assobios e batuques no volante da Ferrari, o seu cinismo é comovente. Eu não sei se me irrito com essa sua pose, ou se me jogo pra fora desse carro com as olhadas que minhas amigas me direcionam pelo retrovisor frontal; eu, não retribuía, mas senti a atenção excessiva sobre mim e só relaxei, quando paramos em frente a casa de Soyeon, soltando a respiração que até então, não tinha me tocado que estava presa.

-tchau amiga. Park, valeu pela carona- Soyeon desceu seguida de Soojin que ficaria com ela nessa tarde.

-se comportem, viu! -semicerrei meus olhos para a Seo, recebendo um beijo a longa distância- hasta la vista, amores.

-pode deixar- Jimin retribuiu a provocação, recebendo um tapa meu e causando risadas nas garotas.

Antes de irmos, ainda me despedi apropriadamente das minhas amigas e logo em seguida, a Ferrari já cortava pelas avenidas para a nossa residência.

O silêncio dentro do carro começou a provocar pensamentos avulsos e outros nem tanto assim, como por exemplo: o que será da minha vida? Como é conviver com Jimin sob o mesmo teto? Conseguiríamos nos tolerar? E se eu não sobreviver a isso?

Eu sinceramente não conseguia ter uma visão para um futuro ao lado dele por cinco anos, tendo um casamento falso, vivendo em uma vida mais falsa do que a que eu já estou submetida, eu realmente não sei se teremos uma convivência, no mínimo, aceitável, então o meu peito se enchia ainda mais de pavor. O correto a se fazer, era ter paciência um com o outro e tentar fazer com que tudo isso se torne o menos tenso possível... Só não sei se Park e eu o conseguiríamos fazer em comunhão.

Mal começamos, mas eu já estou a me questionar se vale mesmo a pena passar por tudo isso, para obter meu sonho...

Fiquei tão distraída, que só percebi que já tínhamos chegado, quando o imenso portão de detalhes dourados da mansão fez barulho ao se abrir e tão logo, Jimin já conduzia o carro para a garagem interna e quando paramos, ainda ficamos bons minutos no interior. Ele muito provável que estivesse pensando, já eu não, com o silêncio ao redor, minha cabeça estava completamente vazia.

Mas não demorou muito e Jimin deu sinal de vida, saindo finalmente do carro para pegar minhas malas, eu apenas abri a porta e coloquei uma perna para fora, meu corpo todo parecia entorpecido pelos tantos questionamentos internos, que simplesmente fiquei ali, como se estivesse em estado de choque.

-ei, não vai descer? -levantei minhas esmeraldas para sua figura parada bem a minha frente, neles, Jimin viu algo que o fez suspirar e se acocorar perto de mim- desembucha.

Respirei fundo. Seria bom termos aquela conversa e estabelecermos alguns termos.

-eu não quero morar com você, muito menos me casar e sei que compartilhamos dessa mesma ideia- Park assentiu, convicto- mas acho que seria muito mais fácil, se aprendêssemos... A lidar um com o outro. São cinco anos, Jimin.

-eu sei- suspirou, passando às mãos pelas suas coxas- seria bom deixarmos apenas... Rolar, não posso te prometer nada.

Assenti minimamente, era o máximo que poderíamos fazer um pelo outro no momento, deixar rolar e não prometer nada. Park se levantou, pegando minhas duas malas.

-deixa que eu levo- tentei, mas ele não deixou.

-tranquilo, só fecha o carro pra mim e trás a minha mochila, por favor.

꧁𝓦𝒆𝒍𝒍 𝒘𝒊𝒔𝒉 𝒙 𝓑𝒂𝒅 𝒘𝒊𝒔𝒉꧂Onde histórias criam vida. Descubra agora