O último dia na Terra

Elmo de ferro Parte 1 c.11

  As hordas de zumbis foram atraídas para a base, os corredores foram atraídos pelas grandes fogueiras e pelo fato da maioria dos saqueadores possuírem o sangue infectado por causa de problemas com vício no passado. As drogas realmente danificaram o mundo, a maioria dos saqueadores deveriam ser presos, condenados a prisão perpétua por 20 a 40 anos. Talvez todos eles devessem morrer ali para pagar pelos seus crimes, de todo jeito se não fossem eles seria eu no lugar deles.
  Desde antigamente qualquer guerra seria  mais difícil do que muitos relataram no passado, a primeira e a segunda guerra mundial foram eventos catastróficos para a humanidade, eu nunca desejaria que algo assim ocorresse  novamente pois de certa forma é um tipo de apocalipse. Então podemos considerar que tudo que ocorrer é a imitação de uma terceira guerra, a única diferença é que não há lados vitoriosos. Aliás em uma guerra a vitória  se baseia em uma grande perda. Mas deixando de lado reflexões passageiras é hora de contar como eu descobri o meu lado sombrio de verdade. Na vida existem alguns momentos  que uma pessoa se perde e não consegue mais obter o mesmo controle que tinha antes, isso é algo que leva  algum tempo para ser reconquistado. A base em chamas  e eu ainda dentro do carro observando todos se desesperarem com os zumbis que invadiram. Os corredores pareciam muito mais violentos do que de costume, eles não estavam só mordendo, dessa vez estavam se deliciando a vontade com os órgãos  dos saqueadores.  De uma maneira totalmente brutal separando com uma força imensa cada parte. Do nada eu ouço tiros vindo de uma barraca logo a frente, eram 5 homens matando essas criaturas odiaveis. Mas  enquanto eu observava dentro do carro de portas e vidros fechados, notei que nenhum vinha em minha direção para me atacar e isso seria um grande um problema. Os zumbis talvez precisassem de um dos sentidos para poder corresponder ao instinto natural que possuem.  Olhando de volta a barraca percebi que os homens ali foram chamados para recuar e tentar uma nova defesa contra a horda. Mas olhando de volta ao redor alguns zumbis sentiram minha presença, talvez minhas teorias sobre sentidos estivessem erradas. Eu acelerei o carro em direção a barraca, enquanto eu aceleração ouvi um barulho estranho como de um míssil se aproximando ao perceber o que era de verdade pulei do carro antes que chegasse a barraca. Uma explosão enorme detonou tudo por ali, levantando meio atordoado vi Bill com uma bazuca e logo pensei "desgraçado". Distraído não percebi um dos corredores vindo em minha direção com toda a velocidade possível. Em um fração de segundo, o zumbi deu um salto disparado e meu coração acelerado havia me distraído totalmente fazendo esquecer de todo o ambiente. Quando eu pulei do carro em movimento, o míssil da bazuca causou uma explosão que apenas fez o carro capotar, mas como ele tinha dinamite por todo lado era claro que isso daria uma grande merda. O carro explodiu bem na hora que o zumbi saltou.
  Quando a força da explosão fez uma grande repulsão pelo ar fomos jogados pélo menos 1 metro de distância e um estilhaço havia me atingido, minha perna estava sangrando mas o corredor perdeu a cabeça. O estilhaço preso a minha perna me tornou incapacitado de continuar a correr, era hora de fugir dali. Eu não consegui matar o Bill mas a base dele foi destruída e ele estava cercado. Eu consegui escapar porque Bill estava atraindo todos eles com o barulho enorme que a bazuca fazia ao atingir eles, foram 6 ou 7 tiros. Bill ficou vivo com mais 4 homens enquanto ao resto foram detonados pela horda. Sangrando eu caminhei e caminhei por uma parte da floresta até que não aguentei e caí, jurei que a morte era certa. Ao fechar os olhos eu começei a ter um sonho estranho, pensei que deveria ser isso que acontecia quando agente morre. No meu sonho tudo pegava fogo e no meio do fogo estava Bill sangrando sem um dos braços segurando um facão, desesperado ele começa a correr para se salvar de algo que quer pega-lo. Isso foi um sonho ou uma visão? O que terá sido? Mas depois eu só me lembro de acordar em uma cabana em um penhasco meio íngreme onde havia uma cachoeira por perto. Ao me levantar percebi que minha perna estava enfaixada e tinha  uma muleta ao lado da cama. Com dificuldade consegui me erguer da cama, sai  andando tentando entender onde eu estava e como teria chegado ali. Ao sair da cabana tinha uma figura encapuzada pescando ao rio, eu me aproximei e perguntei.

- Quem é você? Você me salvou?

O encapuzado continuou a pescar, cheguei um pouco mais perto e refiz a pergunta:

- Quem é você?

Do nada era como se ele não tivesse me escutado falar e logo foi dizendo.

- Então... você levantou... achei que iria morrer.

  Pela voz que eu escutei deduzi que deveria ser um senhor de idade muito longa. Caminhei até sua frente com enorme dificuldade para ver seu rosto e agradecer pelo o que ele fez por min e ao ver o que eu vi logo me surpreendi.

‐ Você realmente me salvou?

- Ah... Sim jovem... Eu estava passando por ali quando te vi caído ao chão, achei que estava morto então continuei a caminha mas ao chegar mais perto vi que estava vivo. E foi uma surpresa dada a sua condição.

Eu não consegui prestar atenção pois o rosto dele possuía uma imagem tenebrosa. Ele estava encapuzado e usando uma máscara estranha, suas mãos eram pálidas mas elas logo entregavam que eram de um senhor de idade muito longa. Ele havia pescado uma cesta de peixes e logo me chamou para entrar pois era hora de comer algo. Ao entrar ele logo foi dizendo:

- Vai me perdoar jovem, mas esses peixes são apenas para min.

- Tudo bem, não estou sentindo tanta fome.

- Mas é claro que está, você é um imbecil que perdeu muito sangue e deu sorte de ter sido salvo. Mas de qualquer forma é apenas uma questão de tempo.

‐ Questão de tempo?

Ele tirou o capuz e retirou a máscara que usava e pegou um dos peixes da sexta e abocanhou, uma cena horrível de se ver. Mas não tão tenebrosa quando a face que ele tinha. Palidez exagerada e poucos dentes em sua boca e o pior de tudo era o ferimento cicatrizado, a marca de uma mordida no lado direito do rosto dele.

– Mas o que diabos é você?

‐ Eu sou um deles... Meu nome... é... Elmo de Ferro.