Capítulo O5

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ALGUNS ANOS ATRÁS

── Estou aqui, como pediu. ── O homem de olhos castanhos e cabelos loiros se curvou diante do trono, sem ousar levantar olhar e jamais encarar por muito tempo a pessoa que ali sentava-se. Voltou-se a posição inicial enquanto esperava que seu mestre desse as ordens seguintes.

A sala era algo banhado em ouro puro, os diversos pilares tinham a essência da realeza, apenas o chão feito de mármore não tinha a riqueza que se exibia diante das outras paredes e objetos. Difícil de acreditar mesmo, era na ausência de guardas. Como alguém com tanto poder aquisitivo podia não se preparar para alguma afronta direta com fins lucrativos? Naqueles tempos, todos sabiam que a partir da classe média já deveria ter apenas um segurança a sua volta, a Era Sombria se aproximava, no século XVIII, poucos se aventuravam sem ao menos uma escolta ou alguém com habilidades mais aguçadas do que um humano normal, porém ali se via justamente o contrário. Se localizava um homem, dono de um palácio com no máximo dez guardas protegendo o ambiente. A população não sabia dizer ao certo se o homem era daqueles que se achava de mais, ao ponto de que ninguém o atacaria para roubar suas riquezas, ou se era simplesmente louco e ainda não tinha nenhum meio de provar que alguém da alta sociedade deveria ir parar em uma cadeira de choque.

── Lhe chamei aqui para saber como anda o preparativos. ── Comentou o homem sentado no trono, com a capa ocultando toda sua estrutura, deixando que quem o olhasse visse apenas aquela escuridão embrenhada nos panos que cubria-o. ── Fiquei sabendo que já está na sétima filha como o instruir, espero que tenha acabado minhas ordens em relação a com que géneses elas deveriam sair, e espero encarecidamente que seja todas mulheres. Homens são mais difícil de controlar neste quesito.

── Sim meu Mestre, a sétima já foi garantido que seria uma menina também, assim como as demais, creio que demorará mais ou menos uns cem anos para conseguirmos por tudo em prática, mas está perto. Lhe garanto que não falharei, seguiremos como as suas ordens mandam. ── O rei, aquele que estava o servindo, tentava ao máximo não o olhar. Sabia o quanto podia ser prejudicial a sua própria pessoa se fizesse. ── Se me permite retirar, é para ela nascer hoje, preciso estar presente como manda os costumes de meu Reino.

── Claro, já está na hora mesmo, mas quero que me mantenha informado. ── Um levantar da capa fez com que dois guardas ficassem ao lado do homem. ── Eles irão o acompanhar até seu reino, afinal, não queremos que nada ocorra com você por este momento. Creio que não seria algo muito agradável se nossos planos tivessem que ser mudados por erros a qual poderiam não ser cometidos não é?

── Com certeza meu mestre. Vou me retirar então, lhe mandarei uma mensagem assim que ela nascer já o comunicando o nome. ── Novamente se curvou, deixando evidente sua submissão ao mesmo antes de se virar e seguir o próprio caminho.

Em poucos minutos a presença do homem ficou sozinho, embrenhado na escuridão de seu ser. Não aguentava mais ficar sentado então se pôs de pé, sua aparência nunca foi vista por ninguém que fosse digno, o mesmo precisava caminhar e ver o próximo passo, sabia que deveria ser cauteloso afinal, tinha que enganar a si próprio e até mesmo ao destino caso quisesse ter sucesso sem interrupção alheia. Porém tinha a consciência plena de que isso era quase uma batalha perdida.

• • •

Algumas horas se passaram, e Enzo, mais conhecido como O Rei estava nos aposentos de sua rainha, aquela que ocupava o cargo ao seu lado em vez de ficar no papel de amante. A mesma por sua vez, não tinha consciência alguma do que estava ocorrendo, só queria dar a luz e conhecer sua filha tão esperada por si própria, um fruto de seu poder e do homem que ama, a herdeira legítima do cargo de soberania perante ao reino. A única que mereceria a coroa de diamante. Finalmente, depois de vinte anos pode dar ao seu esposo a filha que tanto desejava, depois de tanto tempo havia conseguido, era quase como se tivesse cumprido seu papel de reprodução naquela vida.

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