Kyōka Jirō with Female Reader.

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Será um capítulo angst, eu não tenho o costume de o fazer, então pode ser que não fique bem. Enfim, boa leitura!

Ԋαɳαԋαƙι

[nome] acordou sentindo novamente aquela dor em seu peito, aquela angustiante sensação de queimação, de aperto, como se fitas estivessem enroladas ao redor de seu coração, apertando-o cada vez mais forte e justo, fazendo-a sangrar e doer como nunca antes.

Suspirou, cansada, já estava farta daquela porra! Queria evaporar aqueles sentimentos de seu ser, se tornar algo vazio e neutro em relação a tudo, exatamente como era alguns meses atrás.

Entretanto, sempre que pensava em deixar tudo para trás, se "desapegar" o som melódico de sua risada invadia suas orelhas e a sua voz chamando pelo seu nome a fazia se esquecer de tudo, querer acreditar que poderia ficar com ela. Ela ainda tinha esperanças.

Tossiu. Tossiu sem conseguir parar, estava engasgando e isso a obrigou se levantar correndo de sua cama, desajeitada do jeito que era tropeçou em sua própria coberta batendo com força os joelhos no chão. A mão trêmula foi até o peito, apertando-o enquanto sua crise de tosse ainda não havia parado.

Engatinhou, usufruindo de muita força para isso, até o banheiro de seu quarto e ficou ajoelhada na frente de seu vaso, o qual levantou a tampa e colocou o rosto na altura correta da fria cerâmica, fria como suas orbes [cor] que há algum tempo haviam perdido o brilho.

Tossiu novamente, sendo obrigada a enfiar os dedos indicadores em sua garganta quando algo bateu contra a mesma, algo que estava entalado, fazendo doer como o inferno e piorando sua tosse. Puxou o que quer que fosse e se assustou ao ver o caule de uma rosa, cheio de espinhos, saindo de sua boca, rasgando onde quer que eencostasse, gerando um banho de sangue em seu banheiro branco.

O dia estava apenas começando...

[...]

Depois de sua horrível manhã, [nome] conseguiu se recompor e ficar pronta para a aula com alguns minutos de sobra. Neste momento, os alunos da 1-A já estavam guardando os materiais, uma vez que faltava cerca de dois minutos para o ultimo sinal.

"Oe, [nome]" – a voz melódica da garota fez seu coração errar um batida e com um sorriso nervoso no rosto você se virou para ela, sem saber o que dizer apenas esperando que ela continuasse a fala. – "Quer passar a tarde em meu dormitório? Podemos ver algum filme, uma noite de pijama ou algo assim... Você gosta disso, não é?" – Kyōka perguntou, apoiando o queixo em sua própria mão enquanto esboça uma face pensativa e confusa.

Kyōka era o nome de sua amada; Kyōka Jirō. Você se apaixonou pela menina dos cabelos escuros desde que a viu pela primeira vez e mais ainda quando começaram a conversar. Ela era tão inteligente e tinha uma mentalidade tão aberta que você diria sem nem pensar duas vezes que ela estava séculos a frente de sua sociedade atual. Era um carinho enorme que sentia por ela, mas você não tem conhecimento dos sentimentos dela a respeito de você e alimentar esse amor unilateral, até então, apenas a trouxa problemas, incluindo Hanahaki.

"Sem problemas." – a respondeu, com seu tom de voz doce e gentil de sempre. Como dizer não à ela? Você não tinha ideia e nem mesmo queria, o que quer que fosse pedido a você ela, você faria; sem pestanejar.

Vocês duas caminharam alegremente pelo campus da escola até o prédio dos dormitórios, conversavam sobre coisas banais sobre a aula ou músicas que compartilham pelo mesmo gosto. A cada sorriso que ela dava, você sentia como se as raízes das roseiras se fixavam cada vez mais em seu intestino. A dor era indescritível.

Adentraram o prédio, cumprimentando todos os alunos que haviam ali e parando por alguns minutos apenas para jogar conversa fora com alguns amigos em comum, como Momo e Denki.

Depois da conversa fiada com outrém, vocês decidiram ir até o quarto de Kyōka para assistir o filme de uma vez por todas ou iriam apenas colocar o nome na longa lista de séries e filmes que vocês planejam ver juntas, como as boas melhores amigas que são.

"É muito legal! Não creio que ainda não viu esse clássico..." – a amiga estava indignada que você ainda não havia visto Poltergeist, um filme de terror tradicional americano. – "Eles se mudam para uma casa e aí tem essa garotinha, ela fala com espíritos! E aí ela é levada pelos espíritos para o outro mundo, é surreal!" – seus olhos brilhavam com empolgação enquanto lhe contava a respeito do filme.

Você riu da garota, colocando a mão por cima dos lábios, e então a analisou enquanto a azulada dava play no filme. Ela era belíssima, estupenda. Você nem tinha palavras para descrever a beleza de Jirō, era surreal. Não era justo alguém ter apenas uma chance de nascer e nascer... Assim!

Discretamente, você puxou seu celular e olhou o presente que havia montado para a garota. Planejava se declarar para ela usando aquilo. Uma playlist  com cem músicas que a fazem lembrar dela.

Desviou os olhos para Jirō pela enésima vez naquele dia, céus! Tinha de ser agora.

"[nome]" – a chamou subitamente, fazendo você tomar um leve susto. – "Na verdade, eu te chamei aqui por um motivo." – sua voz se tornou séria de repente e quando você abriu a boca para dizer algo, Jirō se pôs de joelhos e segurou firme em ambas as suas mãos. – "Eu estou apaixonada pela Momo e não sei o que fazer!" – seu mundo caiu.

"Pela... Momo?" – questionou, piscando algumas vezes para ter certeza que aquilo era real.

"Sim!" – afirmou, balançando a cabeça. Seus olhos exalavam confiança e paixão, uma paixão que jamais seria direcionada a você.

Você piscou mais algumas vezes, abrindo e fechando a boca enquanto Kyōka se mantinha na mesma posição, esperando seu conselho.

Foi então que sua visão embaçou e pela cara surpresa de Jirō você sabia que estava começando a chorar. Se levantou, as pressas, até derrubando a azulada no processo e soltou um "licença" em um murmúrio enquanto atravessava o quarto como um raio, indo diretamente para o corredor.

A tosse havia voltado, tossia pior do que quando havia acordado, estava desesperada dessa vez. A dor não era provida apenas da doença, mas sim pelo seu coração partido.

Caminhou aos trancos e barrancos, tropeçando, até o banheiro do prédio, semelhante a uma República. Ao chegar no cômodo branco que cheirava a desinfetante, você se jogou no chão, sem mais forças em suas pernas para ficar de pé.

Novamente, a tosse forte e agoniante lhe invadiu. Tossiu como nunca, cuspia pétalas vermelhas de rosas e caules entre elas, as lágrimas pingavam ao lado das pétalas e foi então, pouco a pouco, lágrima após lágrima, que a tonalidade transparente tomou cor avermelhada. Estava chorando sangue.

Chorava sentindo seu peito arder, como se espinhos estivessem perfurando seu coração, tossia, expelido sangue, rosas e espinhos. Não chorava apenas por um coração partido, chorava também temendo pela sua vida, pois sabia que a Dama de Preto viria para a abraçar, uma hora ou outra.

[Fyather – Hanahaki]

E foi isso, espero que tenham gostado e sofrido um pouco.

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⏰ Última atualização: Feb 16, 2020 ⏰

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