Capítulo XVI - Narrador: Lorenzo - Revisado 🌹

283 17 7
                                    

Música do capítulo: Seven devils - Florence + The Machine

🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹🌹

Dia 30 de julho de 1450, sexta-feira

Enquanto ela dormia serena, eu a observava nos seus mínimos detalhes. O rosto delicado, olhos enigmáticos e meigos num tom de preto como noite, os lábios carnudos num contorno rosado, as bochechas coradas naturalmente, um nariz que deves ter sido esculpido por um escultor de tamanha perfeição e um sorriso que faz iluminar todo meu dia mesmo em tempos de trevas. Era assim que eu conseguia ver Charlotte. Fiquei ao seu lado a noite inteira vigiando seu sono caso ela tivesse algum problema com os remédios que tomou. Com uma folha em mãos, tinta preta e uma pena, me dirigi até uma mesa e me sentei na cadeira, comecei a olhar Charlotte e a desenha-la. Ela dormia tão profundamente e estava com um sorriso singelo nos lábios que acalentava o meu coração.

Ao finalizar o desenho, alguém bate a porta. Abro e era o padre Leopoldo. Ele entra meio desorientado e ao que parece ainda estás de trajes de dormir. O que viestes faze-lo vir aqui? Ele se sentou na cadeira onde eu me encontrava e passou as mãos nos cabelos aflitos, observou meu desenho na mesa e ficou com um semblante estranho. Meu couro cabeludo pinicava para saber o que houve com ele. Me sentei na cama de Charlotte e decidi indaga-lo do que houve.

Lorenzo: O que houveste contigo para vir tarde da noite aqui? - falou baixo para Charlotte não ouvir

Leopoldo: Perdoa-me, mas eu tive que vir e imaginei que estavas com ela. Tu sabes que não eis prudente ficaste aqui.

Lorenzo: Não arredarei daqui até ela estás melhor. - pausa - Me diga o que lhe trouxe aqui.

Leopoldo: É sobre Charlotte. - minhas mãos suaram de nervoso

Lorenzo: O que tem ela? Seu estado houve alguma modificação? - perguntei aflito

Leopoldo: Não, Charlotte estás bem. É só se alimentar bem e permanecer em repouso até amanhã. Acontece que vi uma coisa quando você chegou com Charlotte enferma.

Lorenzo: O que tu viu?

Leopoldo: Vi sombras em torno dela e do castelo e vi sangue, senti dor e senti amor.

Lorenzo: Como tu interpretas isto?

Leopoldo: Há algo muito bem escondido na vida de Charlotte e nem ela mesma sabe, o sangue indica morte e o amor indica que é a morte de alguém próximo a vocês dois, pode ser qualquer um.

Lorenzo: Se você falar com meu pai, ele pode ficar em alerta e reforçar nossa segurança.

Leopoldo: Ele não acredita em minhas visões, fala que sou louco e estou inventando coisas. Além que não posso interromper o curso do destino, o que tiver que acontecer vai acontecer.

Lorenzo: Tu me contas isso e eu não tenho como fazer algo, não posso agir. Por que me contou isso?

Leopoldo: Sei que acreditas em mim Lorenzo e que ama Charlotte, você ficou desesperado ao ver o estado dela e nunca ficou tão preocupado com alguém - sorri tímido - Sabendo do que sei, poderá proteger quem ama e alertar quem acreditar em ti. Tenho que ir. Boa noite - pegou sua vela e saiu do quarto

A Escolhida (Livro 1) - Série RealezaOnde histórias criam vida. Descubra agora