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— Você deveria ir ao psicólogo, nós já conversamos sobre isso. — dizia sua irmã mais velha no parapeito da janela, enquanto observava o irmão mexer em alguma coisa.

Psicólogo? Ah..não, valeu.

Quer dizer, ele não tinha um problema tão grande assim, apenas depressão aguda.

Nada de mais. Puffff.

Sua depressão alimentava sua compulsão por construir coisas, ele já fazia parte dos vários clubes de engenharia da escola, e era líder de todas e já tinha sido aceito em 6 faculdade com inclusão ao MIT e Yale e outras aí, e ele era um aluno nota 8, porque não conseguia parar de construir até mesmo na explicação de um professor, mas, isso não significa nada!

— Eu estou funcionando perfeitamente bem, mas se você quiser eu posso melhorar, vá ao mercado e compre óleo para o motor no meu cérebro e Cheetos picantes, isso deixa qualquer um feliz. — ele tentou fazer piada, mas ultimamente... a depressão tinha tirado até isso dele.

— Leo.. — Nyssa deu um passo, tentando se aproximar do irmão.

Mas ele se afastou, arrastando a cadeira de rodinhas, não era culpa dele, era automático, quase como se fizesse isso a vida toda.

— Não preciso de abraços nem de psicólogos, preciso construir e concertar. — O pequeno Valdez lembrava bem dos psicólogos dizendo para seu pai que isso era nada mais que uma sequela da perda da mãe, ele queria mantê-la viva por toda a eternidade na sua mente e fazia isso, o tempo todo, fazendo exatamente o que a mãe fazia, construindo e concertando.

— Ok, então.. — A irmã levantou o olhar para as nuvens pintadas no teto do quarto do menor. — O meu carro.. tá com alguns problemas, pode dar uma olhada?

Leo levantou a cabeça do mais novo e recente projeto que estava construindo entre as mãos, seus olhos brilharam em expectativas e então ele pegou o seu cinto e desceu escadas a baixo.

Abriu a porta debaixo da escada e desceu mais degraus em direção a garagem, aonde o jipe preto da irmã estava, e então, abriu o capô e analisou.

Com um simples olhar ele poderia saber o problema.

Mas qualquer um saberia de cara o problema, o motor do carro havia desaparecido, a coisa que o dava vida, fazia-o correr e soltar altos roncos quando a irmã dirigia com velocidade.

Então Leo franziu os lábios e bateu o capô com força pela metáfora tosca da irmã.

Summer depression.Onde histórias criam vida. Descubra agora