Guarda-chuva

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Faixa 03: Umbrella

Rihanna

“You have my heart
(Você tem meu coração)
And we'll never be worlds apart
(Nós nunca iremos nos separar)
Maybe in magazines
(Talvez nas revistas)
But you'll still be my star
(Mas você ainda será minha estrela)
Baby, 'cause in the dark
(Querido, porque na escuridão)
We can't see shiny cars
(Você não consegue ver carros brilhantes)
And that's when you need me there
(E quando você precisar de mim)
With you I'll always share
(Sempre estarei ao seu lado)
Because
(Porque)”
 


Dizem que a nossa vida é definida pelo nosso destino, e que não importa o que nós fazemos para mudar algo, tudo sempre vai ser daquele jeito, não existe forma alguma de mudar essa coisa fatídica. Isso, na verdade, é só uma forma das pessoas de colocarem a culpa de suas escolhas erradas em um destino ruim, um destino maldito que são amaldiçoados a terem. Essa é a ignorância humana agindo conforme a sua natureza hipócrita e mesquinha. Entretanto, existem raras exceções e são essas raras exceções que salvam o pouco de consideração que ainda lhe resta pela sociedade humana. Ela em si se considerava alguém sem esperanças, não chegava nem perto dessas exceções. Ela era definição perfeita de um ser humano que comete erros, se arrepende de alguns e nem percebe a existência de outros. Afinal, a simples existência dos seres humanos machuca.

É inevitável.

Nascemos e morremos para sofrer.

Morremos e nascemos para fazer osoutros sofrerem.

Contudo, mesmo que isso seja verdade, mesmo que Marinette não fizesse parte da pequena exceção de pessoas que não seguem os padrões da sociedade, ela conhecia alguém que era totalmente diferente dela. Ela conhecia uma das exceções. Não que isso a surpreendesse, Adrien Agreste — ou Graham de Vanilly —, não era a única exceção que Marinette conhecia, porém, era a única exceção que morava junto com ela, a única exceção com quem Marinette havia desabafado uma das suas maiores vulnerabilidades, a única exceção que teve a cara de pau de roubar um beijo dela e a única exceção que, desde o dia em que se conheceram, ocupava todos os pensamentos da mestiça de olhos azuis, ela que mal conhecia esses sentimentos não sabia o que eram e por que vinham, só sabia que eles existiam de alguma forma.

Quando ele lhe entregou aquela Playlist, por um momento pensou que ele estivesse brincando consigo, mas aquele olhar intenso e atraente mudaram seus pensamentos em um piscar de olhos. Talvez, Adrien Agreste não fosse o crápula e o babaca que ela havia pensando no início, talvez pudessem ser amigos depois desses meses que ele passar em sua casa. Ele parecia ser alguém bom para se ter uma conversa, um bom ouvinte. Ele escutou os problemas de Marinette e contou os seus próprios estando ali com os braços abertos em sua direção oferecendo uma trégua. De certa forma, aquilo trazia paz e felicidade para Marinette, ela até mesmo estava ansiosa para conhecer mais sobre Adrien. Afinal, seu livro basicamente falava sobre ele.

Foi esse o tema do seu livro, acabou virando meio que um diário. Ali estavam narrados os acontecimentos mais importantes que aconteceram desde o momento em que foi para o escritório de Alya e abrigou um desconhecido em sua casa. Não sabia exatamente como iria terminar aquilo, só sabia que as coisas estavam levando Marinette até Adrien a todos os momentos. Por um momento ela pensou que fosse o destino, que o destino quis porque quis que ela se mantivesse ligada à Adrien de alguma forma.

Mas, convenhamos, destino não existe.

Isso, no final das contas, era apenas um pretexto para Marinette não enxergar a verdade. Uma verdade que nem mesmo ela sabia se era verdadeira. Portanto, ninguém tinha certeza de nada e agir sem certeza acaba machucando ainda mais as pessoas. Mais do que elas já são naturalmente machucadas pela vida.

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