Fotografia

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Faixa 04: Photograph

​Ed Sherran

“Loving can hurt
(Amar pode doer)
Loving can hurt sometimes
(Amar pode doer às vezes)
But it's the only thing that I know
(Mas é a única coisa que eu sei)
And when it gets hard
(E quando fica difícil)
You know it can get hard sometimes
(Você sabe que pode ficar difícil às vezes)
It is the only thing that makes us feel alive
(É a única coisa que nos mantém vivos)”


O primeiro raio da manhã veio direto no rosto de Marinette. Esqueceu de deixar as cortinas fechadas durante a noite, mas achou que não seria necessário já que o tempo nublado estava enfeitando Paris durante aquele mês, mal ela imaginava que ainda naquela madrugada as nuvens se dissipariam e amanhecesse com um tempo calmo e refrescante e aquele céu azul com pouquíssimas nuvens pequenas desenhadas no céu.

Preguiçosamente, ela levantou de sua cama e viu as ruas de Paris ainda enchardas pela intensa temporada de chuva e algumas pessoas indo e vindo para os lugares. Abriu mais as cortinas iluminando de vez o quarto com os raios de solares matinais e foi em direção ao banheiro para uma simples higiene de rotina. Assim que terminou, molhou seu rosto e se olhou no espelho. Mal acreditava nas coisas que aconteceram na noite anterior no dia em que ela e Adrien foram para a homenagem a Emilie Agreste e ela viu todas aquelas candidatas para serem noivas de Adrien. Não sabia o porque de ainda pensar nas palavras de Rose descrevendo cada uma, seus mínimos defeitos e suas intensas qualidades, coisa que a pequena loira fez questão de destacar, mesmo que de forma inconsciente, era a enorme diferença entre Marinette e todas aquelas três. Até mesmo Lila parecia estar em uma posição melhor que ela.

O único problema que não conseguia resolver era o motivo de estar tão encucada com essa história. Adrien não tinha nada a ver com ela, ele era só um amigo que morava no mesmo teto que ela e que por um breve momento havia roubado um beijo seu. Ah! Ainda tinha aquilo. Ela ainda sentia a pressão dos lábios de Adrien sobre os seus como se ainda estivessem ligados, naquela dança, naquele clima perfeito. Há muito tempo deixou de sentir atração por outra pessoa, na verdade, estava tão fixamente focada em seu trabalho que não imaginava que sua vida pessoal estava completamente parada. Fazia meses — ou talvez anos — desde seu último relacionamento e o tempo desde a última fez que compartilhou a cama com outra pessoa era ainda pior. Percebeu, enfim, que sua vida pessoal andou muito parada durante os últimos anos e isso poderia ter influenciado na forma como descrevia um relacionamento amoroso em seus livros.

Afinal, o que era o amor?

Amor é um sentimento de carinho e demonstração de afeto que se desenvolve entre seres que possuem a capacidade de o demonstrar. O amor motiva a necessidade de proteção e pode se manifestar de diferentes formas: amor materno ou paterno, amor fraterno, amor físico, amor platônico, amor à vida, amor pela natureza, amor pelos animais, amor altruísta, amor próprio, e etc.

Bem pelo menos, pela lógica da Internet, esse seja o significado literário da palavra amor. Mas o sentimento em si é um grande mistério. Principalmente para uma pessoa que não teve nem mesmo sequer uma parcela desse sentimento ao longo de sua vida, como Marinette.

As pessoas com quem se envolveu eram pessoas com quem ela compartilhava algum tipo de afeição ou apenas tesão, do contrário eram apenas pessoas aleatórias com quem ela dividia breves momentos de prazer. Isso era frequente na sua adolescência e durante um bom tempo da sua época de faculdade isso aconteceu, mas aos poucos ela foi assumindo várias responsabilidades, principalmente depois de publicar seu primeiro best-seller, ainda tinha a sua mãe que durante um tempo piorou bastante. Graças a Deus a condição dela estava muito melhor agora. Mas antes... ela não conseguia nem mesmo olhar para Sabine.

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