[3] Cemetery

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Já são 6pm quando decido ir ver a minha mãe ao cemitério. Cemitério, uma palavra macabra, pelo menos para mim. O local onde a maior parte dos mortos 'habita'. Saber que a minha mãe aqui está faz-me sentir ainda mais falta dos seus abraços calorosos, dos seus típicos olhos brilhantes, do seu sorriso perfeito que iluminava os meus dias, dela. Sinto falta da minha Anne.

Entro no meu carro e sigo caminho. São 15km da minha casa até ao cemitério e já só me faltam apenas 5km. O caminho até 'Highgate Cemetery' é revestido de Natureza, o que acalma os nervos que sinto por ir visitar a campa da minha falecida mãe após tanto tempo sem lá ir.

Quando avisto os portões do meu destino, estaciono o carro e entro naquele local. Dirijo-me à campa da minha mãe, que se situa no fundo do cemitério, passando por inúmeras outras durante o percurso. Quando lá chego, uma dor atinge o meu peito e as saudades apertam. Pouso as flores junto à sua campa que comprei para alegrar um pouco aquele lugar escuro e triste. As flores são lindas, mas não tanto como a minha mãe. Ela era aquela flor única, especial. Mas as flores murcham e morrem.

Estou agora mesmo ajoelhado em frente ao sítio onde ela se encontra e sinto a necessidade de proferir algumas palavras, poucas mas que demonstrem verdadeiramente aquilo que sinto.

''Olá mãe. Vim cá hoje porque as saudades já são tantas que não aguentava nem mais um dia longe de ti. Tu sabes o quanto eu lamento o que aconteceu naquela noite, mas enfim... Aquele monstro... Eu sei, desculpa, não vamos falar dele. Oh mãe, eu sinto tanto a tua falta, amo-te tanto, mas tanto que nem há palavras. Sabes, estou a ser acompanhado por outra psicóloga.''

Dito isto fui interrompido pela voz de Valentine, a minha psicóloga.

''Olá, Harry. Por aqui?''

''Sim.'' Digo simplesmente, rude como sempre.

''Quem viste visitar?''

''Tu sabes muito bem quem, a minha mãe.''

''Ah, pois... Lamento muito, Harry.''

''Não preciso das tuas lamentações para nada.''

''Harry, não precisas de ser assim.''

''Mas quem és tu? Han? Quem és tu para me dizer como devo ser ou não ser?''

''Desculpa, eu sei que não devia...''

''Não vale a pena! Apenas vai embora e deixa-me em paz.''

A conversa foi interrompida por duas sombras e, quando me viro para ver a quem pertencem, nem quero acreditar. NÃO PODE SER ELE! É ele! É o meu pai e está com outra mulher? O quê? Como é que ele é capaz, porra? Vir visitar a mulher que matou, que fez dar os seus últimos suspiros, com outra mulher? A minha vontade é levantar-me e fazer-lhe o que ele nos fazia diariamente. Ele olhou para mim e eu apenas desviei o olhar, levantando-me e seguindo caminho em direção à mulher que o acompanhava.

''Tenha cuidado senão acaba como a minha mãe. Passe bem.'' Digo, apontando para a campa da minha mãe.

Lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto no momento em que saí a correr daquele cemitério com o objetivo de me isolar no meu carro e chorar desalmadamente. Mas alguém decidiu não me deixar fazer aquilo quem mais queria. Quem? Valentine.

Quando é que ela vai entender que não preciso de ouvir 'Ah, lamento imenso, Harry.'? Se ninguém me conseguiu ajudar, não vai ser ela que por obra do espírito santo vai conseguir.

''Harry, tu estás bem?'' Vira-se ela para mim com os olhos carregados de pena. Porra, eu odeio que tenham pena de mim.

'Não tens nada a ver com isso.''

''Anda lá, Harry, desabafa. Quem é aquele homem? E porque te deixou nesse estado lastimável?'' Ela só pode estar a brincar. Se ela acha que lhe irei responder, está deveras enganada.

''Tu deves ter uma autoconfiança incrível para pensar que eu alguma vez vou perder o meu tempo a falar acerca da minha vida contigo. Por isso faz-me um favor e poupa o teu tempo e o meu.''

''Realmente és difícil. Mas como já te disse, sou muito paciente.''

''Cada um com os seus problemas. Agora, vai embora.''

''Eu vou, mas não irei desistir de ti.''

''Devias, mas como queiras.'' Neste momento, Valentine está a ir-se embora e eu volto a ver a imagem do meu pai e daquela mulher na minha cabeça. As lágrimas que outrora haviam secado voltam a pesar-me nos olhos e começo a chorar.

Passados alguns minutos, tento recompor-me e, quando me sinto pronto, entro no carro e sigo caminho em direção a casa com a música no volume máximo. Apenas quero que esta me invada os pensamentos e me proíba de levar a minha mente para outras coisas, outras pessoas, recordações, tudo aquilo que neste momento quero fingir que nunca existiu ou aconteceu.

Hey!

Aw, o Harry ama mesmo a mãe, esteja ela onde estiver!

Wow, o pai do Harry apareceu e pelos vistos não foi sozinho!

A Vallie parece adivinhar onde está o Harry!

Eu e a Ana estamos em altura de teste, por isso vamos publicar mais irregularmente e capítulos mais pequenos.

O mérito é para ambas, pois a fic não é escrita só por mim.

ESTE CAP É DEDICADO À NOSSA SWEETIE @WexaWinda CUZ WE LOVE HER SO SO SO SO SO SO MUCH, IT'S IMPOSSIBLE NOT TO LOVE HER! LEIAM AS FIC'S DELA, SÃO AWESOMES! <3

Kisses s2

Dark Childhood || h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora