Capítulo 13 - Sem limites

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Eu estava dormindo e me acordaram
E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!
Mario Quintana

Os anos foram passando e hoje é meu aniversário de 15 anos.

Meus amigos me chamaram para ir dar uma volta, lógico que iria.
Vou até a casa de Cláudio chama-lo para ir também.

- Bora Cláudio? Hoje a noite promete.

- Claro que eu vou Helena, quem sabe é hoje que darei meu primeiro beijo.

Eu ria com o desespero do Cláudio em querer dar seu primeiro beijo, enquanto eu, sempre que podia beijar alguém por beijar, mas somente isso.

...

Passamos a tarde na rua e meu celular começou a tocar, quando olho o número vejo que é de Casa.
Não quero atender.

- Helena, acho melhor atender, é sua avó. - Disse meu melhor amigo.

Reviro os olhos e atendo a ligação o mais ríspida que posso.

-Fala!

- Helena, pode vir para casa, é urgente e não fale assim comigo, não sei o que está acontecendo com você e blá blá blá. - Minha avó me dava sermão e afastei o celular do ouvido fazendo careta para meus amigo.

- Ok dona Lurdes, chego em casa em 30min.

Desliguei o celular e disse ao pessoal que iria para casa. Todos foram comigo e assim que chegamos vi que a pressa era por minha avó estar fazendo uma festa surpresa para mim.

...

Alguns dias se passaram e eu cada vez menos ia para escola. Faltava nas aulas ou simplesmente saia pelo portão sem olhar para ninguém.

Bebia e saia de sexta a domingo e durante a semana para não ir embora ia no cemitério da cidade.

Tão calmo e tranquilo.

Era assim que eu via o cemitério, enquanto ficava sentada no túmulo de meus pais.

Fiz amizade com os coveiros e lá eles me contavam coisas que aconteciam durante a noite.

...

Meses se passaram e agora é festa de carnaval. Como odeio carnaval.
Resolvi ir com meu melhor amigo, afinal estávamos num bloco de carnaval.
Chegamos e a festa era na rua, muita gente e um palco bem grande, estávamos com a camiseta do bloco e vermelho me caía bem.

Muita música e quando tocou a frase: "quer quer beijar na boca, levanta a mão!" Cláudio e eu levantamos, estávamos rindo, bebendo e dançando.

-Posso te beijar? - Quando olho para trás vejo meu melhor amigo roxo de vergonha, era um garoto pedindo para beija-lo.

Mas antes que houvesse uma resposta o rapaz grudou Cláudio pela gola da camisa e começou a beijar, nossa é que beijo aqueles dois estavam dando, nem parecia que aquele era o primeiro beijo do Cláudio.

Quando se pararam o beijo por falta de ar, eu gritei: NÃO ACREDITO!!!!

Cláudio não sabia o que dizer, abria a boca e fechava, mas nenhum som era emitido.

- Meu Deus Cláudio, o que foi isso???!!!

- Helena, eu, eu... Não sei! Ah meu Deus, minha mãe e  meu irmão vão me matar.

Eu ria descontrolada da situação, nunca imaginei que o primeiro beijo dele iria ser de um garoto.
...

Madrugada foi chegando e um rapaz pediu para me beijar, nisso me arrastou para longe das pessoas e eu já nem estava mais raciocinando, estava muito alterada.

Ele me levou até o carro dele e lá nos beijamos por um longo tempo e quando vi suas mãos já serpentiava pelo meu corpo.

Ele retirou minha camisa e logo foi descendo me beijando.

As cenas de terror vieram como se fosse um clarão de um raio em uma noite chuvosa.

Começou a me faltar o ar e então ele se assustou.

- Menina, você está bem? Está pálida e tremendo? Não me diga que é virgem?! - Disse o rapaz que eu ainda nem tinha perguntado seu nome.

Tentava controlar minha respiração, mas era impossível. Meu peito dói e minha cabeça parece girar.

O que eu faço? Respira Helena, respira, calma, você precisa esquecer.

Sem dizer nada e mesmo com aquela angústia em meu peito, resolvi continuar o que comecei, preciso tirar essa dor nem que seja com outra dor.
Sentei no colo dele e voltei a beija-lo, tirando sua camisa e mesmo sem entender, ele continuou o processo.

Ele me levou para fora do carro e me encostou no capô, ergueu minha saia, colocou a camisinha e começou a me penetrar.

A dor, essa dor que sinto é suportável, desta vez eu quero isso, naquele momento eu consegui me esquecer de tudo e me deixei levar.
Não estava bom, era estranho e confuso em minha mente.

Ele saiu de dentro de mim e passou a me tocar, aquilo foi bom e uma sensação de formigamento começou a surgir.

- Ah! - acabei gemendo e não senti vergonha.

Me senti livre e aquilo me deixou a beira de um poço que antes vazio e agora cheio.

VazioOnde histórias criam vida. Descubra agora