[CONCLUÍDA] Overlord| Jikook

21° Reinado: Ascenção

ascensão

substantivo feminino

1. ato ou efeito de ascender; ascendimento, elevação.

2. qualidade ou estado do que está em ascendência, movendo-se para cima, elevando-se.

👑

Apenas deixou de encarar fixamente as portas, e fingir que escutava qualquer um que viesse falar consigo, quando Chung-hee se aproximou, dizendo que era notável o quão ausente estava — Vi quando ele se aproximou, ainda que as portas estivessem fechadas. Para onde foram? — o mordomo parecia confuso.

Jungkook não respondeu — Vou buscar algo quente para que beba. Mas não volte a cair no erro, Príncipe. — começou — Não deve se ajoelhar na lama com roupas brancas. — disse, se afastando e olhou enquanto ia, encarando o trono onde seu pai esteve sentado, pensando em todas as coisas e motivos para estar ali. Chung-hee não saberia dizer. Mas Jungkook já não tinha mais as roupas limpas.

Estava cansado daquele evento estúpido, dos convidados nobres lhe entregando presentes, das pessoas contratadas para preencher o lugar que parecia sufocante.

O Príncipe se direcionou às escadas pronto para se recolher e ignorar toda aquela bagunça organizada e decorada, mas algo interrompeu suas intenções. Gritos começaram a ser ouvidos no momento em que as luzes falharam e até as velas dos castiçais se apagaram de uma só vez, deixando todo o enorme salão no escuro absoluto, desespero e confusões sendo ouvidas por toda parte.

— Chung-hee! — gritou sem ouvir resposta. Tentou encontrar Hoseok, estreitando os olhos para se acostumar com a falta de iluminação, em vão. Precisava descer novamente, se isso significasse um ataque, como Chung-hee poderia se defender?

O Príncipe desceu alguns degraus, mas sentiu o cordão repentinamente ser arrancado de seu pescoço, azul reluzente dançando na escuridão como se fosse a única luz.

Até que um conhecido par de olhos amarelos se tornasse evidente, logo atrás do colar suspenso no ar pela mão de Namjoon. Aqueles olhos.

Franziu o cenho, começando a sentir frio ao passo que seu coração acelerava também, à medida que Namjoon se afastava, levando o totem consigo. Como ele ousou pegar isso? Apertou os lábios fechando punhos ao desembainhar sua espada, para seguir Namjoon. Seu sangue fervia quando com toda a força avançava contra ele, com golpes da lâmina que chegou a acertar uma das pernas do Timiga.

Jungkook tremia de alto a baixo, mas não se tratava da temperatura, e sim de um pavor crescente e incontrolável — Devolva agora! — gritou, em meio ao caos instalado que não cessava, as luzes não funcionavam e as velas não ascendiam mesmo com fósforo atiçando seus pavios.

O outro apenas prosseguiu em subir, se afastando ainda mais, o Príncipe logo atrás numa velocidade maior, até sentir um aperto no peito, que começava a queimar por dentro, num pique de dor que desfaleceu todas as suas tentativas de se movimentar, até que a espada tilintasse contra o chão quando perdeu forças completamente.

Não conseguia respirar. Mesmo cercado de ar, era como se estivesse tentando respirar depois de se afogar, com as vias respiratórias cheias de água, ou submerso.

Pensou em pedir socorro, para quem quer que fosse, olhando para baixo, enxergava Hoseok de longe. Afastado do saguão, as janelas permitiam que alguma penumbra se fizesse sobre os convidados. Entre as pessoas haviam poças escuras de sangue, de onde fantasmas luminosos saíam e começavam a se rastejar, se misturando às pessoas.

— Veja, Príncipe... Veja como o seu reino realmente está. — Namjoon falava, ao passo que Jungkook se escorava pelas paredes, tentando puxar o ar para dentro inutilmente — O controle dessa nossa raça, mantendo os humanos separados de nós. Mantendo o animal preso em cada um de vocês silencioso e obediente à alma... E não vulneráveis à transformações... — ele dizia. — O poder das bruxas garante isso, mas há alguns de nós que querem quebrar essa paz, porque nos querem no poder absoluto. Mas eu sei, Príncipe, que estas criaturas não são controláveis... Elas não podem sair das sombras...