Capítulo 6 - Lar doce lar

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Então quando todas as esperanças iam se esvaindo de seu corpo sem chance de luta, ele via a luz desaparecendo devagar de seus olhos e seu espírito... Duas grandes explosões são ouvidas, mas Richard já tinha aceitado seu destino e abraçou a morte, mas aquela não seria sua hora. Sentindo um leve impacto enquanto parava no meio do caminho, nada mais estava se mexendo, garganta, língua, coração, nada mais fazia barulho, um silêncio mortal se criou naquele lugar molhado e escuro.

Richard demorou um pouco para voltar a lutar para sair dali -recobrar a esperança- achando que como parou até o coração, então talvez era sua chance de escapar, então se esgueirou entre aquele lugar nojento e com um cheiro horrível, chegou nos dentes dela (tomando cuidado pra não ser pego entre os dentes e ser despedaçado) e encaixou suas mãos para abrir um pouco, depois colocou seu pé direito em cima dos dentes dela para puder fazer mais força para abrir sua boca e quando o fez, saltou rapidamente para fora para não perder uma perna ou braço, porque era bem pesado aquela mandíbula.

Ele saltou caindo ao chão direto, todos os seus músculos do corpo desativaram - achando que  foi pela aterrisagem mal feita, caindo até de rosto - e ainda estava consciente, sem mexer nem a  boca direito. Em seus últimos momentos com seus olhos abertos, duas silhuetas se aproximam dele e dizem gritando para um outro lado: - "Ele está vivo!! Carreguem-no para dentro das muralhas agora!" e a partir daquele ponto, simplesmente apagou de cansaço.

Quando acordou, estava com uma grande dor de cabeça, não se mexia direito porque cada tentativa de mexer até um dedo do pé, sua perna inteira sentia uma dor tremenda e elas estavam enfaixadas. A visão ainda estava meio turva e tentou se levantar mas a dor era tanta que não conseguia nem mover o pescoço direito, quando ouve uma voz feminina dizendo: 

- "Ei corredor! Se acalme, não se mexa por enquanto, você precisa descansar."

- "Mas quem é você? Onde estou? O que tá acontecendo?" Falou confuso e com a visão bem embaçada.

(algumas risadas) - "Você é realmente bem hiperativo até quando nem pode se mexer eim! Se acalme, eu já te explicarei já já, só irei terminar esse remédio com ervas e uma pitada de magia curativa para que eu pelo menos possa tirar essa sua dor de cabeça terrível"

Com medo e nervoso por não poder se mexer e estar a deriva de um ambiente que ele não conhecia e ainda estar com o corpo muito machucado. Ela deu o remédio com um gosto bem doce e alguns minutos depois sua melhora da dor de cabeça foi quase instantânea, então ele disse:

Richard: - "ahm.. Bom... Muito obrigado pela sua hospitalidade e por esse remédio bom pra caramba, mas... o que está acontecendo?"

A moça: - "Bom.. Por onde eu começo? Os guardas que te trouxeram, me falaram que você correu mais do que o cavalo mais rápido que eles já viram, você sobreviveu ao devoramento de uma naga inexperiente em caça e quando chegou aqui, suas pernas estavam sangrando, mas você não tinha nenhum corte ou perfuração, então descobri que você fez tanto esforço com elas para fugir daquela naga, que você extrapolou o limite natural delimitado pelo cérebro e bom, você literalmente estourou praticamente todos os ligamentos dos músculos das suas pernas, mas os seus braços estão em melhor estado. Realmente você colocou pressão demais nas extremidades do seu corpo, não é atoa que correu mais que um cavalo de corrida mas acabou pagando um preço bem alto por isso. Isso é praticamente o que tenho para te falar por enquanto. Então agora feche os olhos e durma, não lhe darei uma dose maior de remédio pelo seu cansaço extremo, não quero que você tenha um efeito colateral dessa magia".

Richard: - "EFEITO COLATERAL?? Pera ai né? Eu to aqui deit-"

A moça: - "Ei! Será que vou ter que te fazer dormir na porrada garoto? Fica quieto ai e dorme poxa, é difícil assim?"

Bom, depois daquela mudança de humor, achou melhor que era mesmo ir dormir por bem antes que ela realmente o fizesse dormir no soco e quando fechou seus olhos, ele simplesmente dormiu na hora.

O Pesadelo de FelaryaOnde histórias criam vida. Descubra agora