O Pesadelo de Felarya

Capítulo 4 - Além da minha linha de trem

Depois de um pequeno tempo pensando nas infinitas possibilidades e quase surtando por completo com a situação que Richard (um nerd, otaku e gamer) nunca imaginara acontecer, acontecendo. Teve que se controlar e pensar um pouco melhor com mais calma, então ele aproveitou aquela carne de Javali que com algum minério salgado que funcionou como um sal de cozinha, secando a carne e a conservando, como o clássico "Charque" do Rio Grande do Sul (o gosto até que é bom) e enquanto ele esquentava no pequeno fogo escondido, ficou pensativo:

"Tudo bem... Se acalma Richard, não pode se desesperar desse jeito, porque se não tu vai ficar que nem aquele cara lá, todo mastigado de loucura (ele tenta ser engraçado pra diminuir o nervosismo)". *Esperou a carne ficar pronta e quando ficou, levou à boca e era realmente um gosto bem salgado, achou que tinha colocado sal demais, mas tinha que comer, era a única coisa ali, mas pelo menos tinha pego um pouco de água numa planta que tinha bastante água de reserva- e começou a repensar o que tinha acontecido dias antes dele parar aqui; Antes dele ser "Teleportado", estava sentindo uns puxões estranhos que não eram físicos, mas que sentia como se fosse, e então sentiu de novo um pouco antes de começar a trabalhar, então quando ele acordou, está em Felarya?"

Ainda não entrava na mente de Richard que ele poderia estar em outro universo, uma viagem entre realidades paralelas é quase impossível, mais ainda uma viagem entre multiversos. Tudo que a gente imagina realmente existe, o que a gente lê existe, o que pensamos existe o que causa infinitos multiversos, infinitos modos de natureza e como ela funciona em cada desses universos e que tem uma teoria muito interessante, que não tem tanto sentido científico, mas é indagável ao mesmo jeito de que, os nossos sonhos são na verdade somos nós mesmos visitando ou um universo paralelo ou um multiverso, como um "encontro de realidades e universos".

Mas... para que ele viesse para cá, os dois lados deveriam agir em conjunto (ou se fosse só de um lado, teria que ser algo extremamente poderoso), exatamente no mínimo espaço de tempo possível, sua localização exata no planeta Terra no tempo exato e etc. Muitas coisas e além do mais, se nós atropelarmos tudo isso, ainda teria os problemas de se adaptar com um novo tipo de universo com outra natureza, como Felarya.... Então Felarya realmente sempre existiu e alguém ou algo conseguiu tirar Richard de seu universo e colocar neste aqui, neste planeta... Mas como? Se para simplesmente distorcer o espaço-tempo (o que poderia criar uma espécie de "buraco" entre as paredes que separam as realidades paralelas) não pode ser tão forte para distorcer o espaço-tempo do nosso multiverso... algo muito poderoso ou muito tecnológico para fazer tal coisa. E porque ele? Será que ele foi uma cobaia para testar essa tecnologia?

Para melhorar o entendimento e deixá-lo mais simples, é como se você estivesse em um trem e você estivesse acostumado com a sua velocidade sempre dentro de um túnel onde provavelmente haveria muitos outros ao seu lado, acima de você e abaixo, por todas as direções levando a muitos lugares, mas que todos esses caminhos levam somente a uma cidade, mas em vários pontos dela, essa era a realidade de Richard na qual ele estava acostumado e então alguém ou algo do nada simplesmente o puxou pra um outro trem, com outra velocidade, com outra aparência, com um túnel completamente diferente da qual ele estava acostumado. Deixando-o completamente perdido e desesperado naquela nova realidade.

Mas ele tinha que sair dali... Tinha que ir para um lugar mais seguro e tentar pensar mais um pouco, nesse lugar seria a última coisa que ele deveria pensar, então pegou uma pedra que tinha propriedades magnéticas (literalmente um imã), o colocou em cima de uma folha bem grande e a colocou em cima da água (numa poça de água que estava ali perto), se o electromagnetismo funcionasse como na Terra (ou no universo dele), a ponta da folha apontaria para o que seria considerado o Norte (ele realmente esperava que as magias daquele lugar não interferissem demais nos pólos magnéticos daquele planeta), então ele fez e viu que o Norte era direcionado para o lado contrário da entrada de sua árvore.

Sabendo onde era o Norte, ele teria que se lembrar do mapa de Felarya (ele lembrava muito vagamente, porque só tinha visto por cima alguma coisa sobre este mundo) e ele sabia que existia uma grande cidade, mais para uma metrópole. Ela estava localizada atrás de um rio bem comprido e largo, e ficava também perto de alguma floresta, o problema era saber se estava a alguns metros ou a vários quilômetros de distância. Para isso, Richard tentou subir na sua árvore, (subiu de galho em galho e também em certos buracos deixados por um tipo de espécie de pica-pau) e com muito cuidado sabendo o que podia o espreitar (ou não).Chegando ao topo dela, olhou em volta e a vista parecia que veio diretamente de uma pintura do melhor artista da Época Renascentista, podia-se ver o horizonte, todas as florestas e incrivelmente os biomas bem separadinhos, como se tivessem sido delimitados com um cortador de grama.

Mas não podia deixá-lo enganar pela visão incrível do lugar, tinha que encontrar a cidade. Sua sorte que a maioria dos reinos nas épocas medievais (ou nesse estilo), são construídos em morros ou são bem altos com alguma torre imponente mostrando o poder da metrópole e bom, encontrou, uma cidade simplesmente gigantesca que parecia estar no topo de uma pequena montanha, provavelmente a uns 500 ou 600 metros de sua localização atual com muralhas enormes. Maiores que aquela mulher, MUITO MAIORES. Era questão de tempo até ele ser devorado por alguma dessas raças gigantescas, então se apressamdp para descer da árvore, arrumou suas coisas e começou a ir em direção a cidade imponente com uma mochilinha de folhas e alguns galhos, ele conseguiria pensar melhor quando chegasse lá.