Jihoon

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Eu me via submerso em uma imensidão azul. Meu corpo ia afundando e minha visão começava a ficar turva, eu não sentia mais o meu corpo, eu não sentia mais nada. O sentimento intenso de tristeza não me deixava buscar a superfície. No momento em que ele morreu, eu morri junto.

Talvez se eu tivesse segurado mais forte, ou não tivesse me envolvido, ele estaria vivo. A dor de perdê-lo foi maior que qualquer dor já sentida por mim. Foi maior que a dor da humilhação, maior que a dor dos tapas do meu pai e maior que a dor da morte.

Nunca esquecerei de você, Soonyoung. Espero te reencontrar em breve.

... 

Jihoon acordou em um pulo, com lágrimas nos olhos e a respiração descompassa. Todas as noites o baixinho tinha o mesmo sonho, onde ele estava se afogando enquanto se despedia de uma pessoa que ele nunca conheceu. Quem era Soonyoung afinal? E porque ele chorava tanto quando pensava nele?

Não se permitindo chorar, o Lee secou suas lágrimas e levantou da cama. Foi em direção ao banheiro e se olhou no espelho, analisando todo seu estado deplorável.

-- Porque você é assim?-- perguntou para seu reflexo e jogou água em seu rosto depois.

O baixinho realmente achava que tinha um problema. Sua mãe já o levou em vários terapeutas e todos falaram que ele apresentava sintomas de estresse pós traumático, mas Jihoon nunca passou por nenhum experiência ruim o suficiente para ter essa condição.

Era estranho, todos em sua família achavam estranho.

Às vezes Jihoon sentia uma tristeza repentina quando passava em certos lugares, como na livraria do fim da rua. Não conseguia ficar muito tempo dentro dela se não já começava a chorar. Mas depois, por algum motivo, ficava feliz por ter passado lá. Realmente, o baixinho era alguém estranho.

Por isso que seu irmão mais velho, Seokmin, tinha se tornado alguém bastante super protetor. Ele tinha medo que seu irmão mais novo se machucasse, porque Jihoon já parecia estar tão machucado.

Jihoon sentia que faltava algo em seu coração e sentia que era algo muito importante para si. Ele se sentia vazio e frustrado, como se tivesse demorado dias montando um quebra-cabeça mas ainda faltava uma peça. A peça bem do meio, aquela que fazia toda a diferença.

Suspirou cansado e escovou os dentes, depois vestiu o uniforme escolar e pegou sua mochila para ir á cozinha tomar café da manhã.

-- Bom dia, família-- falou sem ânimo, odiava acordar cedo.

-- Bom dia, anjinho-- sua mãe disse enquanto comia um pedaço de bolo-- Dormiu bem?

-- Tive aqueles pesadelos de novo-- bebeu um gole de suco e olhou o rosto preocupado de sua mãe-- Mas tá tudo bem, eu já estou acostumado-- sorriu para a acalmar.

-- Mas não devia, Ji-- falou Seokmin raivoso-- Devia ter um jeito de acabar com essas merdas de pesadelos.

-- Olha a boca, Seok-- repreendeu o filho mais velho e voltou a olhar para o filho mais novo-- Tudo bem, Ji. Isso vai passar-- sorriu amável para Jihoon e ele não pode resistir e sorriu de volta.

Deu um beijo em sua mãe e ela desejou um ótimo primeiro dia na escola. O baixinho entrou no carro de Seokmin e os dois foram em direção ao colégio de Jihoon.

-- Não precisa me levar todo dia-- falou já saindo do carro, pois eles tinham chegado-- Eu posso muito bem pegar um ônibus.

-- Mas eu adoro o prazer da sua companhia de manhã, mesmo você sendo rabugento-- o mais velho riu brincalhão.

Jihoon riu debochado e fechou a porta do carro, se virando em seguida e indo procurar seus amigos. Normalmente, eles ficavam no gramado enquanto esperavam as aulas começarem. Por isso, o baixinho foi em direção ao gramado atrás da escola e encontrou o grupão lá, sentados embaixo de uma árvore, como sempre.

Se sentou do lado de Mingyu e cumprimentou todos que estavam na roda: Joshua, Minghao, Seungkwan, Wonwoo e o próprio Mingyu. Entrou na conversa intensa deles sobre se gelo era cor ou não e não reparou no olhar atento do chinês sob si.

Minghao tinha um dom. Depois de ver seu melhor amigo e o príncipe morrerem séculos atrás, ele adquiriu o dom de ver o fio vermelho amarrado no mindinho das almas gêmeas. Ele via o fio de Wonwoo amarrado no dedo de Mingyu, via o de Joshua alargando-se e o de Seungkwan chegando cada vez mais perto. Mas o de Jihoon era diferente, era de um vermelho tão intenso que Minghao duvidava que até os outros poderiam ver. Porém, o curioso era que o único fio vermelho que o chinês não conseguia ver era o seu próprio.

Olhava sua mão todo dia de manhã, esperando que um fio vermelho aparecesse. Mas isso nunca aconteceu. Ficava frustrado por não ter uma alma gêmea e não saber o porque conseguia ver o fio vermelho.




(づ ̄3)
Olha eu aqui Kakakakaka
Voltei cambada
Eu fiz uns ajustes no cap "príncipe animado" logo no início eu mudei umas coisas e quero q vejam pq é importante
Espero q gostem desse cap e o drama n demora a chegar n
Amos vcs bolinhos
Bom dia, a propósito

A procura de um amor (ѕσσинσσи)Onde histórias criam vida. Descubra agora