Capítulo 2 - Despedida parte 1.

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     O anoitecer se aproximava e ela se mantinha naquele estado anormal de desânimo completo. Pela primeira vez aquela louca não falara sobre gays por horas, algo estava errado, estava tão errado assim como o Apocalipse pelo arrebatamento, não que eu esteja sendo preconceituoso, porém, antes de uma divindade vir levar só quem é fiel, creio que nós iremos causar a nossa própria destruição.

  — Você já percebeu que em todo início de capítulo você introduz um tema e dá para trás? — Perguntou Anastasia.

  — Sério?

  — Uhum, você deveria tentar inovar às vezes, imagina se os leitores enjoam da gente. — Aconselhou Anastasia dando de ombros.

  — É verdade, vou fazer isso!

     Anastasia havia acabado de acordar, se vocês estivessem aqui tomariam um grande susto e morreriam de ataque cardíaco. O cabelo estava bastante assanhado, resumindo o seu cabelo estava um bicho de sete cabeças, posso afirmar que se eu entrasse alí jamais sairia, o seu rosto estava com marcas do colchão que formavam um mapa de Chernobil, sua pele estava pálida como sempre pela carência de sol, suas olheiras estavam menos nítidas, afinal ela estava desempregada e poderia dormir mais.

  — Ah! Pablo Viggar do céu que horas são? — Perguntou ela para si mesma olhando a hora pela tela do celular, cujo, era quatro e trinta da tarde.

  — Eu perdi quase o dia todo dormindo, que droga. — Resmungou Anastasia enquanto acessava.

     O celular que estava cheio de mensagens da Marcelão, ou seja, cheias de figurinhas da Pablo Viggar com poses altamente sexy.
Anastasia ligou para Marcelão que não demorou muito para atender.

  — Alô Ana? — Atendeu Marcelão.

  — É... Marcelão, me desculpa por ontem. — Disse Anastasia arrependida por ter sido grossa demais.

  — Relaxa amiga. — Disse Marcelão.

  — Você vai ao aeroporto se despedir do Mateus? Sei que talvez você esteja brava, porém, ele é nosso amigo, se fosse uma de nós ele iria. — Disse Marcelão.

  — Eu não sei se vou conseguir olhar ele nos olhos... — Disse Anastasia com receio.

  — Vamos Ana, por favor, você vai fazer muita falta! — Pediu Marcelão. — Sabe que eu te amo! — continuou ela com a chantagem.

  — Está bem, mas, eu irei apenas por sua causa... Hmph. — Concordou anastasia com uma expressão de felicidade, no fim ela certamente queria estar com ele em sua despedida.

  — Vou passar na casa do David agora, logo eu estarei aí, por isso, esteja pronta sua cabeça oca! — Respondeu Marcelão desligando antes que a anastasia pudesse responder algo.

     Anastasia tomou um banho, cuidou dos cabelos, vestiu uma camisa com as cores da bandeira LGBT com a palavra gay no centro, colocou uma calça jeans, e por fim calçou o seu tênis vermelho.
     Após isso, ela saiu de seu apartamento, desceu as escadas até o andar que estava paralelo ao nível da rua, cujo, ela saiu pela portaria e se encostou na parede a espera daquela travesti louca.

     Ela esperou por dez minutos até avistar o carro da Marcelão que parou em frente a ela.

  — Entra aí. — Falou Marcelão.

     Anastasia abriu a porta e sentou no banco da frente. Anastasia olhou David que estava no banco traseiro.

  — Desculpa por ontem David. — Pediu Anastasia.

  — Não houve nada de mais. — Respondeu David com o seu jeito frio habitual, mas, sincero e verdadeiro.

  — A Maria não vai com a gente? — Perguntou Anastasia.

  — Ela vai sim, vamos passar na casa dela, afinal querendo ou não fica na mesma direção. — Respondeu Marcelão.

  — Ela me enviou uma mensagem dizendo que já está pronta. — Disse David.

  — Que horas são? — Perguntou Marcelão.
  — Quatro horas e cinquenta e sete minutos. — Respondeu David. — Acho que não vamos conseguir chegar às sete horas.

     Anastasia pegou o celular e entrou no navegador, onde viu os voos para Horgfort.

  — O voo mais próximo para Horgfort decola de sete e quinze. — Disse Anastasia.

  — Obrigada, queridos, é melhor colocarem os cintos porque hoje vão passar mal com o meu corpo extra sensual. — Disse Marcelão completamente motivada.

  — Que droga foi essa Pipitomba? — Perguntou Anastasia.

  — Ué! Não entendeu a referência? É da Pablo Viggar. — Respondeu Marcelão.

  — Claro que eu entendi, mas, isso era para ser uma frase de efeito épica dos filmes de ação? — Perguntou Anastasia rindo.

  — Era, não ficou boa? — Perguntou Marcelão arrependida.

  — Eu não entendo nada da Pablo Viggar, mas isso foi muito ruim. — Concordou David.

  — Vai devagar!!! — Pediu Anastasia enquanto se tremia de medo.

     Após aquela frase horrível da Marcelão, eles seguiram em direção a casa da Maria. Todo esse percurso levou vinte minutos.

Casa da Maria.

     — Enfim chegamos. — Disse Anastasia com o cabelo todo assanhado.

  — Finalmente vocês chegaram amigos. — Disse uma linda garota que saía de uma casa simples, mas, bonita. A garota tinha olhos verdes, pele morena e cabelos enrolados que chegavam na altura dos ombros, ela usava um casaco jeans por cima de um vestido de bolinhas solto que chegava até os seus joelhos, nos pés ela havia calçado uma sapatilha branca, mas sem dúvida o que ela possuía de mais belo, era aquela voz doce, carinhosa, feminina. Sua personalidade era fofa, tímida e carinhosa, por isso ela era bastante popular na faculdade entre os garotos. Ela se chamava Maria Isabel.

  — V-você está linda... — Elogiou David.

  — Obrigada David, você também está… — Respondeu Maria ao mesmo tempo que entrava pela porta de trás do carro onde David estava.

  — Marce você está linda. — Elogiou Maria.

  — Ai obrigada! — Agradeceu Marcelão. — Parece até que estamos indo para uma festa muito chique. — Completou ela.

  — Só eu estou indo com uma roupa completamente normal? — Perguntou David.

  — Sim. — Respondeu Anastasia.

  — Acho que sim. — Respondeu Maria.
  — É. — Respondeu Marcelão.

  — Agora que já estamos todos juntos, temos que chegar lá antes que o Mateus parta! — Disse Marcelão ligando o carro.

  — V-vai devagar! — Gritou Anastasia se segurando.

Escrever é LoucuraOnde histórias criam vida. Descubra agora