Prólogo.

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     Um novo amanhecer belo e radiante chegara nessa bela manhã florida, imersa no cantil dos pássaros que acordavam os cidadãos para o seu dia a dia pacato e extremamente sem graça. O incrível é que tais pessoas acordavam com um sorriso para sofrerem novamente, quero dizer exceto alguns.

  — Pássaro infernal, me deixa dormir ô — Disse Anastasia arremessando o outro travesseiro da sua cama de CASAL na janela. — Maldição não se pode mais dormir nessa cidade. — Murmurou ela enquanto voltava a dormir.

     Mas a felicidade dura pouco dando origem a infelicidade assim como comprar um celular e ser roubado em frente a loja. Por falar em celulares, Anastasia foi interrompida de seu tão adorado sono pelo toque do seu celular.

  — Hoje é sábado droga! — Reclamou ela pegando o celular e atendendo-o — Alô? — Falou ela no telefone.

  — Ana! Meu Deus do céu amiga, o patrão quer você aqui agora. — Disse Márcia com uma voz nervosa.

     Quem é Márcia mesmo? Respondendo a sua pergunta caro leitor. Márcia trabalha como secretária na editora e é a segunda amiga mais próxima da Anastasia naquela empresa.

  — Para ele me chamar com urgência, ele deve ter amado o projeto que mostrei para ele. — Disse Anastasia com felicidade e cheia de si.

  — Acho que você me entendeu errado... Ele está furioso. — Avisou Márcia.

     — Puts, diz que eu já tô indo! — Disse Anastasia levantando-se da cama. Ela se preparou naquela enorme casa vazia, afinal ela não poderia sair como um chupa cabra após chupar diversos limões. Ela correu para a editora com receio.

     Após meia hora ela chegou ao seu destino, o chefão final, o dragão que se esconde no fim do covil sendo nível 85, o sapo-gigante de godcrilla, o feiticeiro muito do mal de Jessy roller, esse era o seu chefe. Anastasia entrou dentro do prédio e caminhou até o balcão onde estava às duas secretárias, cujo, uma delas vocês já conheceram pelo telefone, mas eu vou, reapresenta-la para os esquecidos de plantão assim como eu. Esta é Márcia, a secretária e segunda amiga mais próxima neste lugar da personagem principal. Creio que isso não foi uma apresentação tão detalhada, mas prometo-lhes que ela terá um papel a frente.

  — Ana acho que sujou pro teu lado. — Disse Márcia olhando para as escadas que davam aos andares superiores.

  — Será que eu fiz algo de errado — Perguntou ela com as mãos trêmulas.
  — Seja lá o que tu fez, tu dançou. — Disse-lhe Márcia.

      Anastasia quis ligar o seu poder de teletransporte, mas ela relembrou que não possuía tais dons, coitada, eu não estou rindo juro.

  — Droga eu estou ferrada, não! Eu estou LASCADA. — Pensou Anastasia com calafrios. Embora eu ache que isso tenha o mesmo significado. Anastasia caminhou com passos inseguros até chegar em frente à porta, ela pigarreou, corrigiu a postura e abriu no seja lá o que deus quiser.

  — Finalmente você chegou. — Disse o homem que estava em pé em frente à janela do escritório que dava vista para a avenida.

  — O..oi chefinho, porque me chamou aqui em um sábado tão belo. — Disse Anastasia com nervosismo a ponto de soar frio.

  — Sente-se — Pediu o homem.
Anastasia se sentou devagar e desviou o olhar.

  — Eu a chamei aqui por isso. — Falou ele jogando uma pasta com folhas na mesa. - sabe Anastasia quando você chegou a mim e me mostrou o seu primeiro projeto, a sua primeira história, eu sabia que você tinha jeito para a coisa, sua escrita, os seus cenários bem descritos, os sentimentos dos personagens, e aquele belo romance entre gays que nenhuma garota pudera resistir a não lê.  — Disse ele sentando-se na cadeira paralela a dela que ficava atrás da mesa.

  — No entanto, eu não esperava que você seria uma louca compulsiva por gays. Suas histórias sempre tinham a mesma base. — Disse ele abrindo a gaveta e pegando uma ficha. — "Sim! Eu sou gay", "uma odisseia gay no espaço", "dois gays e um filho", "o último gay". Com isso percebemos que as suas histórias eram repetitivas e estavam perdendo o seu público, então você veio com o projeto de "amor e guerra" uma história diferente onde finalmente o protagonista não seria gay, e deu certo, você reconquistou os fãs e novos, porém no final houve a grande revolta, com o protagonista recusando a garota que o amava cujo todos esperavam que os dois ficassem juntos e ele se assumiu gay. — Falou ele.

     — "Já sei! Ele é igual a mim, coitado, mas não deixarei ele cair no lado hétero da vida". — Pensou ela.

  — Mas senhor, gays são o símbolo da divindade carnal, homens sexys lindos com olhos penetrantes, o senhor está assim porque não é gay certo? Eu te entendo eu também queria ser um. — Disse Anastasia apertando a mão dele por pena. — Não fique assim, em algum mundo seremos gays. — Completou ela se levantando da cadeira e apontando para o teto.

  — Sua louca paranóica! Eu não aguento mais as suas idiotices! — Disse ele furioso.

  — Eu lhe dei uma última chance, ou não poderíamos publicar os seus livros. Nenhuma das suas histórias está gerando lucro algum, e para piorar você chega com essa nova proposta de "incesto gay" você enlouqueceu completamente! — Completou ele.
  — Mas chefe, isso iria despertar o lado gay de cada um de nós — Disse Anastasia.

     É, caro leitor agora as coisas foram para o belelel, então antes das coisas piorarem por completo, vou apresentar esse personagem. O dono da empresa se chama Vitor, embora Vitor pareça um homem rigoroso, ele sempre foi apegado aos empregados, em casa ele se derrete pela família, mas olhando por princípios o seu sustento e empresa vem primeiro ao invés de laços no trabalho.

  — Sinto muito, mas você está despedida — Disse Vitor.

     Anastasia ficou inerte sem saber como agir ou responder, em um suspiro fundo ela se levantou da cadeira e se dirigiu para fora da sala sem dar nenhuma palavra. Aquele emprego era tudo que ela tinha, a primeira editora que se arriscou por ela, talvez Vitor esteja certo, ela deveria tentar abandonar a sua compulsividade por gays e explorar outros temas.

  — Ana você está bem? Parece um pouco pálida — Disse Márcia.

  — Eu acabei de ser demitida Márcia, acho que a minha vida acabou. — Respondeu Anastasia com um olhar triste.

     Márcia suspirou fundo e se preparou para dar um grande conselho ou um enorme sermão. — Eu falei que tinha sujado para o teu lado — Lembrou Márcia dando uma tapa no ombro dela.
  — Tá! Eu vou para casa pensar um pouco até mais. — Respondeu Anastasia se segurando para não descontar sua raiva nela.

     Anastasia se dirigiu até uma praça que ficava na trajetória na direção da sua casa, sentou em um banco e ficou pensativa no que iria fazer a partir de agora, já que perdera o seu precioso emprego, nada seria capaz de curar aquela ferida causada, não era um emprego, era o emprego, escrever era tudo para ela, e agora isso se fora.

  — Porque eu estou triste mesmo? Eu posso fazer uma história totalmente nova e incrível, não, eu vou! — Disse Anastasia para si própria saltando do banco em uma pose inspiradora.

  — Olha uma mulher louca mamãe. — Disse o garoto que passava de mãos dadas com a mãe, interrompendo tal momento de glória.

  — Eu sei que consigo, não existe apenas aquela editora. Supimpa, eu vou achar outra que mereça as minhas obras e o meu talento gay de ser. — Completou ela.

   — Quem fala supimpa hoje em dia?

Fim.

Escrever é LoucuraOnde histórias criam vida. Descubra agora