cap 1 - No one's safe in paradise

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Caos. Essa é a palavra que define a minha vida no momento. Tão engraçado que quando uma coisa ruim acontece, tende a vir um tsunami junto, um grande tsunami de caos. Tudo aconteceu muito rápido, num piscar de olhos estava no fundo do poço. Posso estar parecendo dramática, mas é nisso que minha vida se resume, drama! Ah e eu já disse caos? Em um momento meus pais decidem se separar, em outro momento minha mãe não fez questão de ficar com a minha guarda, então convivo com o meu pai desde sempre. Até que eu entendo minha mãe, ela não tinha condições de lutar pela minha guarda, meu pai é o que tem dinheiro e condições. Eu era apegada aos dois, muito. Éramos tão felizes. Éramos.
Para mim, minha mãe é insubstituível, porém, meu pai já deve achar o contrário, toda semana aparece com uma mulher diferente em casa, mas devo dizer que tenho total culpa nisso, sempre dou um jeito de estragar suas tentativas de relacionamento e dessa vez foi diferente, ele perdeu a paciência comigo, totalmente. Agora estou aqui, sentada em um banco de carro, rumo ao meu desastroso destino, rumo à um colégio interno, chamado Paradis. Pelo menos não estou deixando amigos para trás, pois não tenho nenhum que seja verdadeiro. Namorado? O meu me traiu com uma piranha que se dizia minha amiga. Não se pode confiar em ninguém hoje em dia, as pessoas não são o que parecem. Será que em algum momento encontrarei alguém, que pense como eu, que tenha interesses em comum e que aguente minhas mudanças de humor constantes?

- Srta. Comanec? Chegamos! - o motorista me despertou de meus pensamentos e eu me assustei ao olhar pela janela e avistar o tal colégio. Era enorme. Lindo. Um visual meio rústico, mas não deixava de ser lindo. Fiquei ali observando o colégio e me assustei quando o motorista abriu a porta para mim. Desci do carro e respirei fundo.

- Tomarei a liberdade de levar suas coisas para o seu quarto, não se preocupe!

- Não estou preocupada, pode até jogá-las no Rio Nilo se quiser. Eu aproveito e vou junto, me afogar. - o motorista não disse nada, apenas assentiu e foi pegar minhas coisas no porta-malas.

- Srta. Comanec? - um homem alto se aproximou de mim, usando um terno bem à moda antiga, tinha uma barba enorme, daquela que é difícil avistar a boca do sujeito. - Sou Russel Forest, o diretor do colégio interno Paradis e quero te desejar as boas vindas ao meu colégio.

- Peraí, como você sabe quem sou eu? - ignorei seu gesto de gentileza e fui direta.

- Essa é uma das primeiras coisas que você deve saber sobre mim, eu sei de tudo. Nada passa despercebido por mim, então sugiro que não tente nenhuma gracinha por aqui, ou terá sérias consequências. - ai, essa meio que doeu. Fiz uma cara de espanto, debochada e ele deixou escapar um riso. - Venha Arabella, vou te mostrar o colégio, temos um longo passeio pela frente.

- Para você, é Srta. Comanec ok?

- E para a srta, é senhor diretor, capiche? - engoli seco e dei um sorriso falso. Ele fez um sinal para que eu o acompanhasse, para a tour nesse castelinho medieval.

Enquanto andávamos pelo colégio, eu não prestava atenção em absolutamente nada do que ele falava e sim nas pessoas que me encaravam por onde eu passava. Eu estava bem mal vestida porque nem importei de me arrumar e não sou assim, eu só estava com raiva demais para me preocupar com a aparência. Ouvi risadas e cochichos por toda parte, mas nem liguei, tenho problemas maiores para me preocupar.
Russel não me mostrou a escola toda e sim o que ele achou necessário, pois notei que o colégio era cheio de passagens interessantes que eu pretendia explorar e ninguém iria me impedir. Quando subimos uma escada meio giratória, paramos em uma passagem que havia dois lados.

- Como vê, há dois lados a se seguir. - não sou cega ok? vejo claramente. - O seu lado é pela direita, o lado das meninas. - ele enfatizou bem a última palavra enquanto arregalava os olhos.

Do I wanna know?Onde histórias criam vida. Descubra agora