Do I wanna know?

cap 17 - how I make the things right?

- Noite difícil? - ouvi uma voz penetrar meus ouvidos enquanto eu estava viajando nos meus pensamentos em cima do telhado da grande mansão em que estávamos. Era Tate.

- Nem imagina o quanto. - eu disse, sem olhar para trás. Eu me encontrava sentada, abraçando meus joelhos. 

- Posso me juntar a você? 

- Fique à vontade. - o senti se aproximar e sentar do meu lado. - Pelo visto estamos no mesmo barco.

- Você foi usada por alguém que acreditou ser uma pessoa legal?

- Acredite, seja lá o que você tenha escutado não é verdade.

- Não precisa tentar defender a sua amiga, eu já entendi. Ninguém se interessaria por mim mesmo, estou acostumado com isso. 

- Ah, para de se vitimizar. Apenas acredite em você mesmo. 

- E você acredita? - olhei para ele, séria. O encarei por alguns segundos e respirei fundo, voltando a olhar para frente.

- Eu não acredito em ninguém, não consigo.

- Não precisa acreditar em ninguém, mas acho que acreditar em si é essencial.

- Mas olha só, acho que devíamos seguir nossos próprios conselhos, não é mesmo? - eu disse e nós rimos juntos. - Falando sério agora, a Mel não usou você nem nada. Ela só estava querendo te conhecer.

- Mas a Jasmine disse...

- Aquela ali diz muita coisa... eu me questionei várias vezes em relação a pessoa dela, sempre tive um pé atrás sabe? Tem algumas pessoas que você bate o olho e simplesmente o santo não bate. Tentei ignorar o que eu sentia mas foi quase impossível. Então foram acontecendo algumas coisas que foram confirmando minhas suspeitas até que chegou no meu limite. Eu não confio nela. Mas, nem por isso vou tratá-la mal.

- Seus amigos perto e seus inimigos mais perto? - ri com o comentário dele.

- Não é exatamente assim, moço. 

- Então você é vidente? Poderia dizer se algum dia eu vou encontrar alguém para ser feliz?

- Claro que vai, é só questão de tempo. Nós somos impacientes demais com tudo, queremos sempre o imediato. Temos que aprender a aproveitar cada momento de nossas vidas, sem ficar com preocupações na cabeça, tentar relaxar entende? Pensar menos e viver mais. 

- Taí uma filosofia de vida que tentarei adotar para a minha vida. 

- Faça isso, vai ver que tudo ficará melhor... e converse com a Mel, se acerte com ela. 

- Para ser sincero, nunca pensei em ter nada com a Mel. Ela é uma garota incrível, mas não faz muito meu estilo.

- Então vocês dois podem ser grandes amigos, que tal? - ele levantou as duas sobrancelhas e ficou pensativo.

- E nós dois, que tal? - sorri involuntariamente. 

- Para mim, já somos. - trocamos um soquinho com as mãos.

- Mas eaí parceira, você não abriu seu coração para mim. Não me deixe choramingando sozinho.

- Se eu começar a falar sobre tudo o que estou pensando agora, iremos ver o sol nascer.

- Acho que não tenho problema algum com isso. - sorrimos um para o outro e eu já sabia que seria uma longa conversa. 

(...)

- Arabella, acorda! - Mel me chacoalhava devagar, mas mesmo assim me incomodava.

- Meu Deus, eu só quero dormir. - me recusava a abrir os olhos e me escondia na coberta.

- Já são quase cinco horas da tarde, mulher. Que horas você foi dormir?

- Acho que umas oito da manhã.

- O que ficou fazendo?

- Nada demais, mas agora eu quero dormir. 

- Amiga, acho melhor você levantar. Richard deu um limite para todo mundo ficar nos quartos dormindo, devido à noite passada. Precisamos acordar alguma hora.

- Pode não ser agora? - ela parou de falar, mas senti que continuava sentada na cama. O quarto ficou silencioso por uma meia hora. 

- Eu conversei com o Tate. - finalmente abri meus olhos e me virei para ela, me sentando na cama. - Bom, na verdade... ele veio conversar comigo. Tivemos uma longa conversa e nos acertamos. Acho que vamos ser bons amigos. Ele é um cara muito legal. 

- Fico feliz, de verdade. 

- Você tinha razão... não vale a pena eu usá-lo, não que a minha intenção fosse só essa. É só que, eu preciso conhecer outras pessoas, tentar esquecer o Nate de uma vez por todas. Já chega de ficar sofrendo, não é mesmo?

- Pelo visto, estou te educando muito bem. - ela revirou os olhos, rindo. 

- Está tudo bem?

- Eu não sei exatamente...

- Tem a ver com meninos?

- Por que sempre tem que ter a ver com meninos?

- Um saco isso, não é? 

- Tanto o Austin quanto o Carter estão me tratando mal, e eu realmente não sei o porquê.

- Tenta conversar com eles.

- Do jeito que eu sou orgulhosa? Não obrigada, vou ficar sem saber mesmo.

- Não acha que vai ser pior para você?

- Eu não ligo muito para muita coisa.

- Mas devia, se cuidar mais mocinha. Se não se cuidar, eu cuido. - deixei um sorriso escapar do meu rosto, um sorriso sincero e a abracei.

- Obrigada, Mel. Ninguém nunca se importou muito comigo... não sei o que é isso. 

- Se depender de mim e da Val, vai saber muito bem o que é ser amada e não vai precisar de homem nenhum. 

- Ah, como você é maravilhosa. - comecei a fazer cosquinhas nela que ficou se remexendo e ficamos na bagunça de amigas, curtindo o momento meloso. 

- Gente! - Val chegou no quarto interrompendo um momento de descontração e não estava com as melhores caras do mundo. - Vocês nem vão acreditar. 

- O que aconteceu, Valerie?

- Alguém foi fazer fofoca para o diretor da escola sobre a nossa noite aqui, inventou um monte de barbaridades e agora vamos ser obrigados a voltar para o colégio e teremos muitas punições.

- Como assim? Quem fez isso? - eu perguntei, indignada.

- Eu não sei, ninguém sabe. Mas o diretor chegou a comentar que viu até vídeos. Vídeos, galera!

- Parece que temos um X9 estraga prazeres em nossa turma, que pessoa filha da puta viu. - Mel reclamou.

- A coisa vai ficar feia para a nossa turma e eu tenho dó da pessoa quando eu descobrir quem foi. - Val disse. - Era para ser uma semana maravilhosa, onde eu iria ter várias oportunidades com o Richard.

- Ah, mas você gosta da adrenalina. - eu disse e ela deu de ombros.

- Se bem que ele amoleceu na minha mão essa noite... Já que abaixou a guarda, não vai conseguir resistir mais a mim.

- Queria muito ter essa autoconfiança. - Mel disse, se jogando na cama. - E quando exatamente teremos que ir?

- Richard estava avisando que já era para todos arrumarmos as malas. Felicidade de estudante dura pouco, infelizmente. 

- Lá vamos nós, de volta à prisão. - eu disse, me jogando na cama, ao do lado de Mel. Não demorou muito para Val se juntar a nós, se jogando em cima de nós duas e ficamos ali, as três curtindo os últimos minutos no quarto da mansão.