DIVIDINDO A CAMA
•Narração em 1º Pessoa — Beth•
Me retirava do banheiro vagarosamente, pois o silêncio ainda permanecia no local, talvez o rapaz tivesse voltado a dormir. Abri a porta com cautela segurando a toalha envolta do meu corpo para cobrir meu corpo nu, caminhei ao closet e de lá tirei algumas peças de roupas para vestir-me. Um vestido confortável era a melhor pedida naquele momento. Dúvidas surgiram em minha mente quando passei a abrir todas as portas do guarda-roupas. Se ele já morava ali antes de mim, então porque os compartimentos de madeira estavam vazios? Onde estavam as roupas que ele vem trocando todos os dias? Franzi a testa e continuei vestindo-me ao ouvir o som do corpo do rapaz a mover-se sobre a cama, bagunçando todo o lençol que cobria o colchão. Retornei ao seu encontro, ainda sonolento ele me observava sem dizer nenhuma palavra, estava de bruços com o seu rosto apoiado por cima de seus braços. Suspirei, semi-abri minha boca para questiona-lo mas contive-me. Eu teria de investigar tudo aquilo sozinha, eu não queria uma resposta dele, afinal, eu sabia que ele acabaria por mentir novamente assim como fez com o café da manhã.
— Você me parece bem cansado hoje. O que fez durante o dia enquanto eu trabalhava? — Sentei-me ao seu lado na cama, deslizando suavemente meus dedos entre seus cabelos.
— Nada... eu não estava com ânimo para sair da cama. — Sussurrou ao virar de costas para a cama, fitava o teto enquanto suspirava.
Tornei a acariciar seus cabelos, notando que ele se movia vagaroso e em poucos segundos deitou sua cabeça sobre minhas pernas. — Você tem trabalhado duro essa semana. Não está cansada? — Questionou-me fixando seu olhar ao meu. Assenti em seguida.
Abraçou-me pela cintura e quando notei, o peso do seu corpo sobre o meu me fez deitar lentamente sobre a cama. Meus pés ainda estavam para fora do colchão, no entanto, rapidamente ele levantou-se para os coloca-los na cama. Agarrou a coberta e com um sorriso leve ele cobriu-me até os ombros, beijou-me a testa, e quando pensei ele iria sair do quarto, o mesmo subiu na cama como se fosse deitar sobre mim, piscou quando encarou-me fixamente e deitou-se ao meu lado em seguida. Agora de costas para mim, ele estralou seus dedos, e todas as luzes da casa se apagaram. Assustei-me então e num impulso repentino sentei-me na cama rapidamente. Joguei a coberta sobre Jonghyun, e quando prestes a me levantar, senti me segurar pelo pulso levemente.
— Por favor, descanse... — Sussurrou ele acalmando-me no mesmo instante.
— Você está me assustando! — Engoli a seco enquanto apenas visualizava sua silhueta com a meia luz que entrava pela janela do qual o poste elétrico da rua era responsável.
Abaixou a cabeça entre risos após sentar-se na cama; mesmo não podendo vê-lo claramente ainda sim seu riso baixo era tão nítido quanto uma melodia. — Você não sabia que há sensores no apartamento quando o comprou?
Senti meu corpo relaxar no mesmo instante. — Apenas o da cozinha... — sussurrei. — e seria impossível não saber já que quando coloco o pé na porta as luzes já se acendem.
— Além de aplicarem golpes, ainda não informam corretamente sobre o imóvel. Esses corretores de imóveis de hoje em dia... tsc, tsc! — Ria baixinho ao deitar-se novamente na cama.
Eu nunca havia visto sensores que desligavam todas as luzes da casa com apenas um estralar, todavia, preferi ignorar antes que eu voltasse ao estado eufórico uma vez mais. — Quer dizer então que você vai dormir aqui hoje? — Indaguei após o silêncio se instalar entre nós e apenas suspiros restarem.
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Um Amor Para Outra Vida
FanfictionDesde sua infância fora ensinada dentro da doutrina espírita, este qual desenvolveu a sua mediunidade ao passar dos anos. Negando-se perante o mesmo por sua opinião formada a nada crer após sua adolescência rebelde, e muitas críticas sociais, Eliza...