2º Capítulo

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O RETORNO DO DESCONHECIDO

   Esquecera a cortina aberta no dia anterior, fazendo a luz emanar fortemente por todo o cômodo, fazendo-se despertar desconfortavelmente. Levantou-se ao jogar a tolha sobre a escrivaninha, e nua caminhou até o closet mais uma vez, colocando sua lingerie rendada, bocejou ao espreguiçar-se caminhando em direção ao banheiro este mesmo que sem notar a porta já estava aberta embora tivesse fechado-a no dia anterior. Sentou-se na privada ao abaixar sua calcinha até o tornozelo, utilizou do papel higiênico ao seu lado com fins de limpar suas partes íntimas ao terminar de urinar. Levantou-se ao retomar sua calcinha, repousando a mão direita sobre o botão de descarga, pressionando-o para que água descesse. Pronta para lavar suas mãos, assustou-se por mais uma vez ao deparar-se com o mesmo rapaz em frente ao espelho sobre a pia à criar um bigode em sua face com um de seus cremes hidratante facial.

O que você está fazendo aqui novamente? — Gritou com ele, empurrando-o para que saísse da pia enquanto enfurecida lavava suas mãos.

Eu moro aqui, quer que eu faça o quê? — Deu de ombros, retirando-se do banheiro.

Mora aqui os escambau, cansei dessa brincadeira, vou chamar a polícia agora! — Secou suas mãos na toalha ao lado da pia, às pressas foi em direção ao criado-mudo tomando o celular ao discar o número das autoridades, que por ventura, acabara de recusar sua ligação por falta de rede em seu chipe.

Vai fazer o que agora? Você não conseguiu ligar... — Em tom de voz irônico, cruzava os braços esperando que ela viesse ao seu encontro na cozinha.

Eu quero você fora daqui agora!! — Exclamou aos gritos.

Nãna nina não... — Balançou a cabeça negativamente. — Eu não vou sair daqui enquanto você não resolver esse problema de estar morando no meu apartamento. Enquanto isso, você pode ficar por aqui até se estabilizar. Além do mais, eu moro sozinho já tem alguns anos.

— Você vai sair agora! — Ela o empurrava por mais uma vez para fora do local, mas desta vez, ele desviou-se e correu em direção ao quarto fechando a porta e segurando a maçaneta para que ela não abrisse novamente e o expulsasse.

Abre essa porta, garoto! — Berrava ao esmurrar a madeira que os separava.

Garoto? Qualé, eu já sou um homem bem crescido, ok? — Ria baixinho aproximar seu rosto da porta e ouvi-la desistir de abri-la.

Como quiser, pode ficar com essa merda de apartamento... só me deixa entrar e colocar as minhas roupas, eu ainda preciso ir ao trabalho. — Com estas palavras, o rapaz abriu a porta lentamente esperando que ela desferisse-lhe alguns tapas, porém a mesma passou a ignora-lo enquanto vestia-se à sua frente.

Não vai comer nada antes de sair? — Ela negou com a cabeça ao pegar sua bolsa e a coloca-la sobre o seu ombro. Deixando-o para trás, retirou-se do local.

   Apertando os botões do elevador para o térreo, adentrou no mesmo e aguardou sua chegada ao saguão, qual pediu ao porteiro que lhe trocassem a fechadura da porta de entrada do seu apartamento, e queria isto feito antes que ela voltasse do trabalho as quatro horas da tarde.
   No estacionamento, abriu a porta de seu carro, sentou-se no banco estofado a colocar o cinto. Fechou a porta e em seguida colocou a chave no compartimento atrás do volante, ligou o carro manobrando-o para sair do local; assim o dirigiu por  alguns quarteirões até chegar a empresa onde trabalharia o resto de seu dia.

Um Amor Para Outra VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora