Tudo o que eu sempre quis foi ser feliz, ter pessoas do meu lado com quem pudesse contar em qualquer altura da minha vida, que pudesse ser "a tal" para alguém que me mantivesse viva e me tornasse forte e astuta para sobreviver e conviver com amor. Mas o futuro não me quis reservar isso, reservou-me algo muito maior.
Olhei-me ao espelho pela terceira vez nessa manhã, sentia-me diferente, ainda mais que nos últimos tempos. Olhei uma última vez para o espelho e saí de casa a passo apressado.
Andei por longas horas a pé pela cidade. Estava um tempo medíocre e mesmo assim lá andava eu, pelas estradas londrinas à procura de algo que levasse todos os pensamentos que me preenchiam sobre o passado.
Um passado toda a gente tem, e, do seu jeito, toda a gente tem a sua história marcante, seja pela positiva ou negativa. Mas como é que se consegue suportar um mundo inteiro a cair sob os seus ombros sem desabar?
Era dia 17 de Outubro, das épocas mais bonitas do ano por causa do Outono preencher todo o espaço pelas cores acastanhadas, alaranjadas e avermelhadas. As pessoas já se começavam a agasalhar mais por causa da brisa fria que se ia misturando com os raios solares ainda quentes. Tinha-se passado precisamente três meses desde que não estava com ele ou sequer o via. Era estúpido continuar a contar o tempo que passava sem o ver, tal como fazia sempre antes, no entanto, sabia exactamente por onde ele estava: em todo o lado.
Nesta altura do ano deveria estar pelo Japão, conheceu lá imensa gente nos últimos tempos, e sempre soube que lá era um dos sítios que ele visitaria pelo menos uma vez por ano.
Parei em frente a uma loja de televisores gigantes e por estúpido destino, ou seja lá o que for, imagens dele começaram a rodar os ecrãs com informações que estava de novo por lá. Imagens dele com a banda apareceram, sorrindo e mostrando o quão unidos sempre foram e serão. Tenho tanto orgulho neles! E pensando que a dor de apenas o ver ali a sorrir por qualquer motivo sem ser eu, que me orgulhava fortemente de ser eu o motivo das suas risadas, vejo-o com uma rapariga ao lado, numa passadeira vermelha qualquer em frente a um hotel enorme. Quem será a rapariga que ele está com a mão pela cintura e ri, muito forçadamente? Aquele não é o meu menino, o rapaz por quem me apaixonei loucamente o ano anterior.
Decidi que já chegava por me martirizar, aquelas fotos da sua felicidade estavam-me a corromper por dentro e sei que isso só me faria desabar, mais uma vez. Que tipo de pessoa serei eu que não quer ver a pessoa que amou feliz? Aquela rapariga poderia muito bem fazê-lo feliz da forma que eu nunca consegui. Bolas, pára! Já pensei nisto mil e uma vezes, se ele esteve comigo é porque em determinada quantidade gostou de mim. E por mais que tenha sido pouco para ele, para mim foi muito e posso dizer que apesar de todas as nossas atitudes, discussões e momentos menos bons, eu fui realmente feliz, por um tempo.
Dei por mim perto do centro comercial. Parei em frente à porta automática que se abriu ao me detectar, ajeitei minimamente a minha roupa e cabelo e por fim decidi entrar. Já fazia muito tempo que não fazia umas compras para mim e passava um tempo comigo mesma sem preocupações, e definitivamente, eu precisava de me distrair do que acabara e ver naqueles televisores.
Caminhei mais calmamente pelo centro comercial, estava diferente desde a última vez que cá tinha estado e em três meses um centro comercial, ou shopping, muda imenso. Uma pessoa também.
Pensei nas minhas prioridades e no que me fazia falta no momento. Ele fazia-me falta, todos os dias. Não, porra, ele não, pára de pensar nele!
Cremes diários estavam na minha lista mental de compras para hoje. Entrei na Crepeme para encontrar tudo o que precisaria para tratar bem de mim.“Bom dia, se precisar de ajuda basta chamar” –a menina simpática veio ter comigo mal entrei.
“Na verdade preciso imenso da sua ajuda.”, admiti sorrindo, não iria ser fácil voltar a pôr a minha pele cremosa ou o meu cabelo mais saudável do que se encontrava, mas boa sorte para voltar ao normal. “Vou precisar de encontrar os cremes certos para a minha pele que esta horrivelmente desidratada, tal como um creme para as olheiras, sais de banho, shampoo para revitalizar o cabelo e até nova maquilhagem” expliquei.
“Claro, poderíamos começar pelos sais de banho? Chegaram uns novos esta semana que são incríveis”, a menina que se chamava Cloe disse, indo em direcção aos mesmos.Estive naquela loja quase uma hora, tinha realmente de tudo o que precisava para me hidratar, só não tinha poção de esquecimento ou algo do género para curar causas perdidas de amor. Disse isso num tom de voz alto na loja e a Cloe até ficou a olhar para mim atrapalhada, não percebendo que tinha sido um pensamento que saiu em voz alta e tentou explicar-me que não tinha nada disso. Tive de me desculpar e explicar-lhe a situação, ela estava tão perdida, mas não tanto como eu estou. Gastei umas 147 libras naquela loja, que balúrdio! Mas eu preciso disso, então decidi esquecer a quantidade de coisas que tenho em mão.
Dirigi-me à Nina do quiosque que lá havia no centro comercial, ela iria gostar de me ver, já não a via à tanto tempo.“Olha só quem é ela!”, falou sorrindo mal me viu a chegar perto de si.
“Oh Nina, como tem passado?”, perguntei enquanto lhe dava um abraço forte de que tanto gostava.
“Eu estou sempre boa. E o tu e o Harry, como estão?”, fodasse.
“É que...hm…eu e o Harry…hm…”, tentei, mas porra, as lágrimas apareceram antes que as pudesse conter e sentei-me num dos bancos, agarrada ao choro impulsivo que me sufocava. Lá estavam todas as memórias outra vez, tudo junto na minha cabeça e doía que se farta. Que culpa tinha ela de eu não lhe ter contado mais cedo? Claro que a culpa era minha outra vez, mas que se dane, ela não poderia fazer nada para que a dor fosse embora.
“Oh querida, eu não fazia a mínima ideia, desculpa.”, ela tentava desculpar-se por algo que não tinha culpa sequer.
Levantei-me, sequei as lágrimas e tentei pôr-me firme, por mim e por ela “Não tem culpa de não lhe ter contado, deixe lá. Olhe, podia-me guardar estes sacos aqui? Queria ir acabar as minhas compras e isto tem um certo peso. Além disso vim a pé, não tenho carro para pousar isto tudo”, pedi calmamente, enquanto lágrimas continuavam a querer sair fortemente.
“Não há problema, eu guardo tudo aqui. Mas estás realmente bem?” sempre querida a Nina.
“Não, mas vou ficar. Obrigado e até já” disse-lhe dando um beijo na sua testa e percorri de novo o meu caminho para as lojas onde certamente encontraria o que precisava.
Como era possível que apenas uma única pergunta sobre ele me pusesse tão vulnerável? E era isso que odiava com todas as minhas forças nele: foi ele que me deu força para levantar do buraco fundo em que estava e depois me pôs num poço sem fundo, à mercê do deus de ará, ou do raio que o parta.Olá! Gostava imenso que me dissessem o que acham deste 1º capitulo e do que poderá surgir daqui. Esta é a minha primeira fic que publico e gostava de saber o que acham disto e se deveria continuar a escrever ou nao...
Kisses, @anacoelho17
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I don't wanna love you
Teen FictionAna e Harry, algo os une mas algo mais forte os mantém separados. Almas gemeas com uma linha intemporal da vida que os separa por emoçoes, sentimentos, historias do passado e confusoes com eles mesmo. Sera que o amor vai suportar todos os obstaculos...