Ele veio ter comigo, e eu sinceramente não sabia para onde ir. A arrecadação estava fechada e o wc era do lado oposto onde eu estava.
Quando dei por mim já estava em cima de uma mesa, com copos pelo chão e ele por cima de mim, prendendo-me as mãos e ferrando-me o pescoço furiosamente, com um olhar mortífero a percorrer-lhe os olhos.“Páre por favor!”, eu implorei, já com lágrimas a percorrer-me o rosto.
“Já esperei tanto tempo por este dia… de hoje não passas rapariga!”, falou e posso dizer que senti o seu olhar queimar sobre mim, estava possesso de desejo, e eu possessa de nojo dele. “De hoje em diante serás sempre e só minha, se não quem te tocar vai-se arrepender à séria Ana!”, ele ameaçou e pude confirmar que mais a sério não poderia falar.As suas mãos passavam por mim, de cima abaixo, tocando-me em quase todos os sítios, juntando os seus lábios ao meu corpo. Num movimento mais brusco arrancou-me a camisola, beijando e lambendo o meu corpo. Senti que a qualquer momento iria vomitar, que grande nojo deste homem.
A mão direita dele começou a passar pela minha lombada entre os seios, descendo até à lateral das ancas e começando a abrir o botão das minhas calças. Oh céus, não, não podia ser!
“NÃO!”, gritei, ganhando força e dando-lhe um estalo com toda a força que tinha, com toda a raiva que tinha ganhado dele.
“TU NÃO FIZESTE MESMO ISSO!”, com o estalo enervei-o ainda mais, a sua fúria fez com que retaliasse com um estalo, a sua mão dentro das minhas cuecas e…PUM.
Foi tudo o que consegui ouvir e logo de seguida senti-lo cair por cima de mim. Tio? Finalmente acordaste, como é que te vou agradecer?
Empurrou o corpo para o chão e instintivamente, tapei o corpo com o que sobrava da minha roupa. Mas não era o Tio, era ele. Ele veio aqui para me salvar. Oh.
Senti os seus braços a rodearem-me, protegendo-me. Separou-se de mim e as suas mãos passeavam no meu rosto, analisando se eu estava bem. Num impulso voltei a colar o meu corpo ao seu, queria voltar a sentir aquela proteção, especialmente depois do que se passou à momentos atrás e do que ainda se poderia vir a passar se ele não tivesse chegado na hora certa para me salvar.
“Estás bem Ana?”, perguntou ao meu ouvido, e ouvi-o sussurrar “Não me perdoaria se algo de mal te acontecesse, por favor, diz-me que estás bem”, sentindo uma lágrima rolar pelo seu rosto.
“Agora sim, obrigada.”, agradeci, descolando-me por fim do seu peito e braços firmes.Enquanto pegava no telemóvel para chamar a policia eu fui em direção ao Tio Vicente com um copo de água e um pano para o tentar acordar.
“Tio? Tio?”, chamei enquanto molhava o seu rosto. Ao vê-lo estremeci um alivio chegou até mim, ele estava bem, pelo menos vivo estava.
“Ah-Ana.”, ele tentou falar quando o tentava ajudar a sentar-se num banco.
“Estou aqui, está tudo bem, o Harry salvou-me dele.”, expliquei, sorrindo para o Harry que estava à beira do balcão ao telemóvel com a policia.
“Harry?”, ele chamou por ele.
“Diga?”, respondeu, olhando para mim, “Já estão quase a vir, só tenho de dar os dados do café.”, explicou e dirigiu-se de novo ao Tio, “Diga, pode falar”, falou, não tirando o telemóvel da orelha.
“Salvaste a minha sobrinha, não sei como te agradecer.”, por fim ele simpático, quando percebeu o que poderia ter acontecido.
“Deixe-a sair daqui.”, falou com firmeza na voz.
“O quê?”, o Tio, ainda meio atordoado, perguntou e levantou-se, dando um passo em frente.“Isso mesmo, deixe-a ir.”, puxou-me para o seu peito novamente. “Ela contou-me o que você lhe faz, também não é muito melhor que este bicho que está aí no chão.”, olhou para ele, voltou a olhar para mim e por fim para o Tio. “Mais tarde ou mais cedo ela acabaria deste modo, só que com você por cima dela. Apenas deixe-a ir, comigo.”, terminou.
“Eu nem sequer te conheço! Além disso, ela é minha sobrinha, não vai a lado absolutamente nenhum!”, elevou a voz.
“Eu não sou sua filha, posso ir quando quiser, e vou com o Harry, ainda hoje Tio.”, tentei mostrar firmeza na voz também, mas só consegui esganiçar um bocado.
“Não, nem penses nisso.”, abanava a cabeça em forma de ‘não’ de um lado para o outro.
“A policia está a chegar, se não a deixar ir fazemos queixa de si também pelas agressões”, uau, desta eu não me tinha lembrado. Muito bem pensado Harry.Em cinco minutos a policia e uma ambulância chegaram. Foi tudo muito rápido. Ainda vi o Xisto a acordar e a ser levado no carro da policia, tal como ainda fui analisada na ambulância e de seguida o Tio.
Pus-lhe a mão no ombro e depois, com tudo o que me pertencia saí dali com o Harry, passando pelo prédio para ir buscar as minhas coisas, onde tudo foi posto no carro dele e transferido para a casa dele, onde passei lá uma semana e o resto do tempo com a Guida.
-Flashback off-
Apesar de todas as coisas más que passei com o Harry enquanto namorados, foi ele que me salvou no início de tudo. E por isso é que não consigo desistir dele, da sua força de vontade e humildade que me conquistaram.
Limpei a face, lágrimas já voltaram a escorrer pelo rosto. Mas estas foram lágrimas de felicidade, por ele ter aparecido na minha vida, por me ter ajudado a ser grande parte da pessoa que sou hoje.
O meu telemóvel tocou. Olhei o nome e sorri, era a Guida.
“Sim?”, atendei calma.
“Alô Ana?”, não respondi. “Olha, a Mel disse que vinha connosco ao bar hoje, é verdade?”, surpresa e felicidade na sua voz.
“Sim, parece que sim.”, dei de ombros, mesmo sabendo que ela não me podia ver.
“E já estás pronta?”, perguntou com algo na boca, devia se estar a arranjar.
“Ahm, ainda não, porque?”, perguntei, pondo musica baixa no portátil.“JÁ VISTE AS HORAS ANA CATARINA? VAI-TE JÁ VESTIR OU EU VOU AÍ CAPAR-TE!”, gritou e vi as horas. Ainda tinha que jantar e arranjar-me, estava mais que atrasada. Mais um dia a comer comida comprada, provavelmente lasanha. “Isto só para te dizer que eu também vou né, o Louis quer estar com o pessoal e está todo empolgado desde que lhe contei que estou bem contigo e que a Mel lhe disse que também ias hoje.”, suspirou rindo.
“Pronto, não te preocupes, eu já me vou arranjar e talz, às 21h40 estou pronta, a Mel vem-me buscar a essa hora.”, levantei-me.
“Okay, veste algo giro.”, boa, saiu-me outra peneirenta no sorteio. Ri.
“Não te preocupes. Vá, té logo bitch”, desliguei.Elevei o volume da música e fui pôr a lasanha no forno. O tempo realmente passa a voar quando estamos a recordar o passado.
Passando por cima do Milka que andava a desfilar cá por casa, fui ao quarto e pus toda a roupa e sapatos que precisava para esta noite. Peguei também no pequeno quite de beleza e pu-lo em cima da cama.
Ia ser uma noite meio que longa.
Cá está o 17º capitulo!
Como sabem, agora só a partir de segunda feira é que publico outro capitulo, por causa do trabalho. E em vez de cinco capitulos por semana, passarão a ser entre 2 a 4 capitulos...
@anacoelho17
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I don't wanna love you
Novela JuvenilAna e Harry, algo os une mas algo mais forte os mantém separados. Almas gemeas com uma linha intemporal da vida que os separa por emoçoes, sentimentos, historias do passado e confusoes com eles mesmo. Sera que o amor vai suportar todos os obstaculos...